Grego A suíte cega no Centro tinha o silêncio certo: cortina pesada, abajur baixo, o rumor distante dos ônibus transformado em mar. Sobre o aparador, a caixa de Faraday aberta como cofre de igreja. Duas garrafas d’água. Um contrato impresso, simples e objetivo. A música — grave discreto, sem refrão — respirava como animal domado. Cheguei três minutos antes. Entrei com as mãos visíveis e a cabeça no modo mapa: porta principal, escada pressurizada, corredor de serviço. Um no corredor, outro no térreo — meu combinado com Pipa. Tirei o celular e o reloginho do bolso, depositei os dois dentro da caixa como quem devolve faca no altar. — Sem arma? — a voz dela veio antes da figura, firme como linha reta. — Sem arma. — Abri os braços, girei devagar. O instinto do morro queria varrer o perímetr

