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A 10ª esposa do dono do morro (Ana e Jedidias)

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Ela, uma policial, foi obrigada pelos pais a se casar com o dono do morro; que já tem 9 esposas. As outras esposas a odeiam e o dono do morro é c***l. Como ela passará o resto de sua vida ao lado de um homem que a despreza e de mulheres que a querem morta?

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Cruel primeiro dia
Ana "Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua mulher como a seu próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo." Efésios 5:28 Um velório, é isso que nosso casamento parece. Expressões vazias moldam nossos rostos desde o começo da cerimônia até agora, no quarto vermelho do motel. Finalmente dormirei com o dono do morro, mas isso não me agrada nem um pouco. Uma policial casada com um bandido… Somos água e óleo. — Tira a roupa. Vamos acabar logo com isso. — Ele desce o zíper da calça. Dou um passo para trás e digo: — Jedidias, eu… — Não quero te ouvir falar isso. — Isso o quê? Seu nome? — Abaixo as sobrancelhas. — Me chama de Cobra. Abaixo a cabeça e seguro firme a saia do meu vestido de casamento. Inspiro e digo: — Eu ainda sou virgem. Pode, por favor, ter um pouco de cuidado… Cobra? — Posso. Agora tira a roupa ou só levanta a saia. Me aproximo da cama enquanto seguro a respiração, a fim de aliviar um pouco da ansiedade que queima meu interior… Três minutos e meio foi o que ele durou na cama. Isso me deixa realmente feliz. Nunca quis tanto um marido com e********o precoce. — Jedi… Cobra? — Chamo por ele enquanto olho para o ventilador do teto. Não quero ver seu rosto neste momento. — Ainda está dormindo? Ele não me responde e, para piorar, começa a roncar. Não suportando mais sua presença, levanto da cama e vou para o banheiro, onde retiro o vestido e entro na banheira. Fecho os olhos enquanto lembro da dor, da falta de prazer, daquele som nada sensual, do hálito dele no meu rosto… — Jedidias — sussurro seu nome, sentindo uma dor imensa em meu peito… Meu agora marido me leva para a casa dele, onde vive com mais 9 esposas. Assim que abre a porta, todas as suas mulheres estão uma ao lado da outra. São lindas e demonstram ter personalidades bem distintas, devido ao jeito que cada uma me olha. Sorrisos falsos, seriedade, desdém… — Essa é a Ana. — Ele me entrega minha mala e simplesmente vai embora. Uma das esposas vem até mim, desfilando como uma modelo, e cruza os braços. — Então, Ana, a gente precisa falar sobre as regras. Isso aqui não é bagunça e você não pode fazer o que quer. As esposas mais novas têm que obedecer as mais velhas. E eu sou a Solange, a primeira esposa. — Entendi. Pode citar as regras. Eu sou boa de memorizar. Ela olha para as outras com uma cara debochada que as fazem rir e então me diz: — Então escreve aí na sua mente: não pode ir para o quarto do Cobra sem ele chamar, não pode responder às esposas mais velhas, tem que ajudar a arrumar a casa todo dia e quem decide quem faz o que sou eu, tem que ajudar a cuidar das crianças, auxiliar na cozinha e só pode sair de casa com a permissão da mais velha. Tem algo para falar? — Não. — Então vou te levar para o harém. — Ela me dá as costas e vou atrás dela com as outras esposas. — Aqui que a gente dorme. Ela me leva até um quarto enorme, onde de um lado fica uma fileira de camas de solteiro e, do outro lado, guarda-roupas. Não tem luxo algum aqui, é tudo simples, mas bem limpo. — E onde irei dormir? — Ali! — Ela aponta para a última cama. Me aproximo da cama e seguro firme a alça da mala. Peço a Deus várias vezes que me dê calma para lidar com essa situação e olho para a Solange. — Então minha cama é lixo para vocês jogarem fraldas sujas de c**ô? — Não fui eu que joguei isso aí. — Ela olha para as outras. — Quem foi? Ninguém responde, mas riem. — Eu nunca faria uma coisa dessa. — Solange cruza os braços. — Mas isso… — Ela pega um balde ao lado da cama e joga água em mim. — Isso eu faria! Uma das mulheres gargalha como uma hiena e diz: — Se preocupa não, que é só mijo de criança, viu? Solange diz: — Tem um banheiro do outro lado do corredor. Vai lá tomar um banho, fedorenta. Só posso estar no inferno! Que tipo de gente joga urina em alguém que nada fez? Isso tudo é ciúme de um homem que nem liga para mim? Todas saem e eu começo a chorar. Choro de raiva por acabar aqui. Como meus pais puderam me arranjar um casamento como esse? Como uma policial brilhante se tornou o brinquedo preferido das esposas de um bandido? Pego o balde e considero jogar o que sobrou nas camas das outras, mas exito. O que isso me trará além de mais problemas? Elas farão mil vezes pior da próxima vez. Não tenho poder algum aqui, então só posso ficar calada e aceitar… Saio do banheiro já vestida e perfumada. Olho para cima e suspiro em busca de paz interior. — Bonito o seu vestido. — A mulher que gargalhou como uma hiena aparece em minha frente como uma assombração. — Eu quero ele. Tira agora! — Não! — Engrosso a voz, trazendo a mesma entonação que uso em meu trabalho. Eu queria dizer "sim", mas meus sentimentos falaram mais alto. — Quero dizer, você pode… Ela me dá um t**a na cara que faz meu rosto arder e uma raiva enorme crescer em mim. — Senhor, dai-me paciência ou não responderei por mim — murmuro com os dentes cerrados. — O que você falou? — Ela começa a puxar minha roupa. — Anda! Tira agora! — Tire essas mãos imundas de mim! — Empurro-a e ela bate o corpo contra a parede, caindo no chão em seguida. — Eu não queria… — Boto a mão na boca e olho para os lados. Meu coração até para de bater ao avistar a cara de espanto da Solange ao vir até nós. — Débora? — Ela chacoalha a outra, que geme de dor. — Você teve coragem de machucar a minha irmã? — Solange me prensa contra a parede e diz: — Acha o quê? Que por ser a única casada no cartório, é a única esposa de verdade do Cobra? Meu amor, você tá muito enganada. Vai se arrepender amargamente pelo o que fez. Ninguém… NINGUÉM TOCA NA MINHA FAMÍLIA! Ela me segura com força pelo braço e me puxa pelos corredores, abre uma porta e me joga num quartinho escuro, empoeirado e sem janela. — Vai passar um mês inteiro aí para aprender o que é bom! — Ela fecha a porta com força e a tranca. Ajoelho-me, abaixo a cabeça e digo a mim: — Ana, Ana… se você tivesse se controlado, não estaria aqui. Mantenha a calma, por favor… Ficar me martirizando não adiantaria nada, então me mantive clamando a Deus por um longo tempo. Até que adormeci e acordei ao ouvir o barulho da porta sendo destrancada. Um menino de uns 5 anos entrou no quartinho carregando um prato. Ele acendeu a luz, que fica ao lado da porta, e colocou o prato no chão, um prato com angu aguado. — Se eu contar para o papai, você sai daqui, mas aí a Dona Solange me bate. — Ele olha para o chão. Sorrio e toco em sua bochecha. — Vá e não diga nada ao seu pai. O que tiver de ser, será. Obrigada pela comida. Ele, triste, balança a cabeça em concordância e vai embora. Será mesmo? Jedidias me tiraria daqui?

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