CAPITULO 2

1054 Words
LICO Um mês atrás - Dois dias depois da prisão. Barulhos de celas, cheiro de morte. Até então sozinho mas sempre fiel, minha conduta sempre será essa, nunca vou entregar ninguém. Pensamento só em ter feito o certo, por que independente, tinha que ser feito. Nós já tinha pensado na possibilidade, já tinha traçado vários e vários planos, várias rotas mas essa era a única solução se as coisas saíssem mermo do nosso controle. Cela lotada, ódio no rosto e só pensando em vingança. p***a, isso aqui é um suicídio lento se tu não arrumar uma parada pra distrair, já ta arrumando briga e varias inimizade nessa p***a. Me sentei no colchão só pensando em como a notícia chegou pra minha coroa, nem tava me importando com meu braço ardendo pra c*****o ainda. Dois dias de reclusão já, mas já parecia a p***a de uma eternidade. Fiquei o primeiro na delegacia, sendo quase que torturado pra falar o que sabia e até mermo o que não sabia, o sistema é sujão assim mesmo depois que tu cai aqui dentro é nítido aquela frase lá, ta ligado? Aqui é onde o filho chora e a mãe não vê mesmo. Mas deixam eles pisar, vou cobrar um por um quando puder, território é deles mas deixa só brotar no meu. xXx: Ah coé, quando me contaram que seria tu nem acreditei menor! - Riu e eu me virei pra reconhecer quem era - Voltou em menos de três anos, demorou até. - Ri balançando a cabeça negativamente. Lico: Coé Senna, ta por aqui ainda? Qual foi! - me levantei dando um toque nas mãos e o abraçando dando tapinha nas suas costas. Coroa era f**a, sem neurose. - Qual era daquele papo de fuga? - gastei. Senna: Ta pra sair, ram. Aconteceu vários bagulho ai que embaçaram legal, mas vai rolar. E se tu tiver aqui ainda vai junto comigo, menor. c*****o, tu ta diferentão, perdeu a cara de pivete, a rua faz bem mermo. Lico: c*****o Senna, viaja não. Vou cumprir mais esse processo ai - Coçei a nuca, repassando todo o papo que tinha sido dado à mim em pensamento. Quando a facção fala que vai te tirar, é por que vai! f**a-se. Senna: Vai mermo, menor? Vai nada! O outro tu saiu na metade por bom comportamento que to bem lembrado. Mas c*****o, tô impressionado em te ver aqui, papo reto. Teu vulgo tava rolando, mandou o Nem pro quintos né, c*****o. Fiquei cabreiro quando fiquei sabendo mas ai fui me aprofundar no procedê né e fiquei de cara com o bagulho, coé os dois era parceiro. Lico: Pilantragem vem de quem nós menos espera, filhão. Nós ta sempre sozinho nessa, cês que ficam ai esperando consideração. - ele balançando a cabeça concordando - mas te falar, foi maior procedê, achei que ia de ralo junto - ri. Senna: É tio, mas é melhor tomar cuidado tem vários aliados dele ai. Sabe que vão querer cobrar, vou logo mandar o papo que tú é meu pra evitar certos tipo de bagulho, mas é aquela, atividade. Lico: Sempre, mas deixam tentar. Fuzilo cada um igual fiz com ele e fodase, vou embarcar em terror dos outros nada. Disposição é uma só! Escutei o carcereiro falar meu nome e fui até as grades e o encarei, a forma debochada dele já tava me irritando. Só queria mermo da uns se liga, mas enfim. Carcereiro: Já vi que ta se enturmando - riu - mas poe a mão ai, tem gente querendo te ver. Lico: Um bom filho à casa torna, ta ligado não?! - debochei colocando minhas mãos pelo vão e vendo-o colocar as algemas. Abriu a cela e eu sai ficando na frente, sendo assim, guiado pelo vacilão. Vários olhares curiosos, alguns conhecidos, outros não. m*l cheguei e já tô sentindo que essa p***a aqui vai dá muita merda ainda. Passamos por toda a ala e ele me levou pra uma sala vazia, me sentei na cadeira e coloquei aos mãos em cima da mesa vendo o PM no canto da sala armado me encarar. Abaixei a cabeça pensativo, por mais que eu soubesse que ia voltar pra cá alguma hora, isso me fodia mentalmente. A porta se abriu devagar e vi minha mãe entrar, séria e meio perdida. Ela me encarou por uns segundos e eu nem tive coragem de sustentar o olhar. Andou até mim e me abraçou, mesmo que sem jeito. Senti as lágrimas dela escorrendo em meu pescoço. Lico: Coé coroa, precisa ficar assim não. Na real, era nem pra senhora ta aqui enfrentando uns bagulho desses de novo. - Ela me soltou e segurou meu rosto. Ana: Eu sou sua mãe, Luiz. Eu sou a que fica independente de qualquer coisa. Então não me venha com isso, já conheço essa história de não querer visita minha e dessa vez não vai funcionar. Lico: Tu é teimosa pra c*****o né? p***a! Ana: Andei aprendendo contigo e com seu pai - riu meio sem humor e se sentou na minha frente segurando minha mão. - Já consegui um advogado, mais tardar ele vai adiantar as coisas pro processo. Lico: Precisa disso não, dona Ana Maria. O que tiver de ser, vai ser. Ana: Não sou eu quem to pagando, Luiz. - disse baixo encarando o policial - E mesmo se fosse, você teria advogado sim pra pagar pelo seu erro mas corretamente. Lico: Suave, mais um processo a mais ou a menos não vai fazer diferença. Ana: Para de ser assim! Aprende que você não ta sempre sozinho pras coisas. - Disse meio estressada e suspirou - Trouxe o documento de visita pra você assinar. Passou o papel pra mim e eu comecei ler cada nome bem devagar antes de falar e assinar qualquer coisa. Quando cheguei no último nome e vi que era a Marcela fiquei até meio desnorteado, malucona mermo, p***a. Lico: Fala pra Marcela que não quero que ela venha, pra minha avó o mermo bagulho. Ja basta a senhora aqui mas contigo já vi que não tem jeito. Ana: Certeza que não quer que ela venha, Luiz? A menina ta desnorteada, já brigou com Deus o mundo e você ainda vai negar ela te de ver?! Lico: To fazendo um favor pra ela, só isso que falo.
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