Debora narrando O som das batidas na porta foi o que me arrancou do torpor. Era insistente, apressado, desesperado. Acordei assustada, com os olhos ainda pesados da madrugada que m*l havia terminado. Virei de lado e vi ele ali, nu, dormindo pesado, como se o mundo não estivesse desmoronando ao nosso redor. O lençol tinha escorregado para o meio da cintura dele e expunha as costas marcadas, os músculos tensos mesmo no repouso, os sinais da guerra recente ainda visíveis na pele. Por instinto, puxei o lençol e o cobri. Como se proteger o corpo dele naquele instante significasse proteger o que restava da nossa paz. Mas a paz duraria pouco. — Mãe! Mãe, abre! — a voz do Heitor veio alta, impaciente, quase chorosa. — A cara do tio Caveira tá no jornal, mãe! Corre, mãe! Meus pés tocaram o chão

