Capítulo 73

1361 Words

Caveira narrando A gente nunca sabe quando vai ser a última vez. A última vez que vai vestir aquela camisa preta suada, enfiar a pistola no coldre, olhar nos olhos do parceiro e saber que pode ser o fim. Mas hoje… hoje eu sabia que podia ser. Eu sentia no ar, no peso dos meus ombros, no silêncio do morro. O dia não amanheceu — ele nasceu calado. Na frente do espelho rachado do quartinho da boca, eu vi meu reflexo pela última vez sem sangue, sem fumaça, sem a loucura da guerra. A pele suada, o maxilar travado, os olhos fundos de quem não dorme direito há dias. O coração acelerado, mas o semblante firme. Eu sou o Caveira. Eu nasci pro combate. Eu fui forjado no caos. Pescoço encostou na porta, já de touca ninja pendurada no ombro. Olhar firme. Nenhuma palavra. A gente não precisava falar

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