Debora narrando Naquele momento em que eu peguei o Heitor nos braços, senti como se o mundo parasse ao redor. Era como se todo o barulho da casa, toda a tensão, o medo, a raiva, tudo tivesse sido abafado pela fragilidade do meu filho agarrado a mim. O corpinho dele tremia, pequeno demais pra tanto sofrimento, e isso me destroçava por dentro. Eu sabia que tinha chegado a hora. Não dava mais pra esconder, pra inventar desculpa, pra fingir que tudo ia se ajeitar. Ele merecia respostas. Merecia saber, do jeito dele, com as palavras certas, com o cuidado necessário. Eu não fazia ideia de como dizer, mas sabia que precisava. Me sentei na cama com ele, puxando seu corpinho pro meu colo, sentindo sua respiração entrecortada. Ele parecia aliviado por me ver ali, mas ainda havia medo nos olhos d

