Renato narrando Acordei com gosto de sangue na boca e amargor na alma. O quarto girava como se eu tivesse tomado uma surra — e na prática, foi isso mesmo. Não com socos. Com química. Com aquele maldito sedativo que aquele desgraçado mandou aplicar em mim. Me mexi. Ou melhor… tentei. As pernas estavam mortas. Frias. Inúteis. Uma ânsia me subiu à garganta. A p***a do Caveira me deixou assim. A p***a daquele marginal, favelado, nojento, que ousou me tocar — me paralisar. Ele não bateu. Ele me humilhou. E isso vai custar a p***a da vida dele. Peguei o telefone da mesa de canto com esforço. O braço ainda pesava. Mas minha mente já tava funcionando. Fria. Cortante. E pronta pra devolver na mesma moeda. Liguei pro número que eu nunca quis ter que discar. Mas agora, eu precisava de sangue com

