Caveira narrando O sol já tava começando a se despedir do céu quando eu saí da parte de fora da casa com o Pescoço. A gente tinha passado o fim da tarde discutindo os estragos, contabilizando as baixas, reorganizando a linha de frente, mas o tempo parecia escorrer entre os dedos. Tinha muita coisa pra ser feita ainda, e eu sabia que, mesmo que meu corpo pedisse descanso, a favela não me daria esse luxo. A casa que serviu de abrigo provisório durante toda essa guerra agora respirava mais aliviada, mas ainda não tava em paz. Eu encostei na porta, respirei fundo e, antes de girar a maçaneta, olhei pro Pescoço, que tava ali comigo até o último segundo, como sempre. — vou liberar eles pra ficar na área de dentro. Já deu pra eles, por hoje. Mas ninguém passa do portão, ainda tá cedo pra dize

