O Início
A vida é um caminho cheio de voltas e surpresas. Um homem apaixonado acaba por dar um novo significado à expressão o amor é cego.
Assim aconteceu com o pai daquela que será a nossa protagonista.
José Mário de Toledo amou Maria Antónia no momento em que a viu sorrir diante da sua casa. Ela era nova no bairro, mas os seus pais eram bastante influentes e a tratavam como a sua princesa, fazendo todas as suas vontades.
Quando ela conheceu Mário, o achou o homem mais simpático e romântico do bairro. Ao contrário dos outros, ele não a queria apenas na sua cama, mas tambem na sua vida.
Mário foi quem realmente conquistou o coração de Maria Antónia. Reservado, mas também muito observador, ele fazia planos para casar e formar uma família.
Já trabalhava e vivia em uma casa que havia herdado dos seus pais. Ele ampliou o seu negócio, e tornou-se respeitado por tudo o que realizava.
Maria Antónia também passou a amar Mário por ver o quanto ele se esforçava para a ver sempre feliz e sorrindo. Ela o convenceu de que para estarem juntos, só precisavam de amor e um tecto para os filhos que desejavam ter.
Casaram - se numa cerimónia cívil simples, mas com muito significado. Mário foi aceito pelos pais da sua esposa, e eles então criaram o seu lar.
A notícia da gravidez foi recebida com muita emoção, mas algo mudou em Maria Antónia.
A menina nasceu e recebeu o nome de Sara. Ela tinha o amor do pai e a presença da mãe. Mário notou a mudança em sua esposa. Quando Sara tinha apenas um ano e seis meses, Maria Antónia finalmente abriu o seu coração.
- Mário! Podemos falar querido?
- Claro que sim meu bem. O que houve?
- Bem eu... Eu te amo Mário, mas não estou pronta para ser mãe.
Não me acho feita para a maternidade.
- O quê?!
- Isso mesmo. Eu quero o divórcio. Vou - me embora e podes ficar com a custódia da Sara. A deixarei com você.
- Divórcio?! Maria só estamos casados há um ano. Fiz alguma coisa que te machucou? Eu feri você de alguma forma?
- É claro que não. És o melhor homem do mundo. Só me fizeste feliz e temos a Sara. Mas, eu preciso de um tempo para saber o que quero. Por favor me entenda.
- Tudo bem. Consegue um advogado e teremos um divórcio sem problemas. Eu assino e te dou a liberdade. Mas, saiba que eu nunca te vou perdoar. A minha Sara jamais vai saber de você, e se algum dia nos reencontrarmos, vai ser apenas para você implorar o meu perdão.
- Por favor não me odeies.
- Eu não te odeio. Mas, a dor que
acabaste de me causar, não vai sumir tão rápido.
Mário levantou-se e saiu de casa.
Eles divorciaram-se sem problemas. Maria Antónia foi embora.
Sara cresceu apenas com o pai. Quando ela fez 5 anos de idade, Mário casou - se com a sua nova parceira Teresa que amou a menina desde o começo.
Ele falou sobre o seu passado, e ainda assim Teresa afirmou que Sara agora era sua filha e daria a ela todo o seu amor sem nunca a fazer sentir - se pouco amada.
Quando Sara fez 8 anos, nasceu Alexandra. Agora eram novamente uma família. Aos 12 anos de idade Sara soube que Teresa era na verdade a sua madrasta. Nada mais lhe foi revelado sobre a mãe biológica. Ela cresceu num lar com muito amor e não queria mais nada além disso para o seu futuro.
Mas, passados vários anos Maria Antónia decidiu voltar e recuperar a sua filha, que agora já era adulta e também tinha uma filha.
Será que Sara a vai perdoar e aceitar de volta á sua vida?
E como ficará em relação à Teresa que passou a amar como a sua única e verdadeira Mãe?
Decisões deverão ser tomadas. E o perdao vai ser merecido. Querer não é o suficiente.
Sara tinha no coração muita bondade e valores que Teresa passou para ela e sua irmã.
A amava demais e nunca a via de forma diferente. Teresa era a sua mãe. Mas apesar do amor que sentia, Sara sabia que precisava de preencher o espaço vazio no seu coração.
Tinha que entender porque a mãe biológica foi embora a deixando para trás.Tinha que tirar do coração a culpa que sentia pela partida da mãe. O peso desta perda fez Sara acreditar que as pessoas nunca a poderiam amar o suficiente ou do jeito que ela também as poderia amar.
Agora tinha a sua família. Era mãe e nunca abandonaria a sua menina.
Mas será que está mesmo preparada o suficiente para acertar as contas com o seu passado?
Como ela vai se relacionar com Maria Antónia se dela não lembrava nem do tom de voz?
Poderão as duas ter uma relação de mãe e filha sem ressentimentos?