Capítulo 1

1552 Words
Calypso  Calor inundava meu corpo, como se eu estivesse no gelo a anos. Eu conseguia sentir meu coração pulsar e meus pulmões se encherem de ar, enquanto em minhas costas algo frio e plano me mantinha deitada. Não senti nenhum tipo de conforto. Lembranças frescas vieram à minha mente, enquanto minha fiel companheira, a dor, me invadia sem minha permissão. Ainda era suportável, mas ela estava lá, latente. Os técnicos não foram nada gentis comigo e Az desta vez, pensei tentando controlar minha respiração. Quantos matamos desta vez para tentar escapar? Uma dezena, centenas, milhares? Ainda sentia o gosto de sangue e ele escorrer por seus dedos dos meus inimigos. Dor. Dor. A dor começou aumentar gradativamente. Não sentia meu músculos responderem, na verdades eles estavam rígidos. Paralisada? Talvez. Az, os gritos delas invadiram minha cabeça me fazendo acordar de vez do torpor que me encontrava. Meu grito de dor ecoou pela sala que me encontrava. Tubos estavam enfiados em meu corpo e na minha cabeça, arrancá-los me trouxe ainda mais dor, me fazendo gritar. Mas sentir dor era me senti viva novamente. Viva! Eu ainda está viva. Tinha sobrevivido de alguma forma a fúria do doutor. Mas... e Az? Cai da cama que me encontrava e urrei. Esperei alguém entrar no quarto, mas nada aconteceu. Eu tinha que encontrar minha irmã, pensei desesperada. Com dificuldade consegui me levantar e olhar a minha volta. Era tudo branco com um espelho. Os tubos de que arranquei gotejavam com meu sangue. Olhei minha imagem no espelho e respirei fundo, me achando estranha, meus cabelos estavam mais cumpridos e marcas em meu rosto me davam uma aparência subnutrida. Estava horrível! Não que se importasse verdadeiramente com isto. Tinha que achar minha irmã, mas um cheiro muito peculiar impregnava aquele quarto me chamou a atenção. Passei a mão em meus cabelos e uma lembrança invadiu minha mente confusa. Uma voz suave masculina me falava coisas enquanto acariciava meus cabelos. Técnicos não podia nós tocar. Então, quem era? Quantos dias fiquei desacordada? O que aconteceu a Az?, me perguntei sufocando de preocupação. Tentei falar, mas minha voz não saia, e eu sentia dor em minhas cordas vocais. Me concentrei novamente em minhas lembranças e só lembrava dos gritos de Az e da voz masculina que desconhecia. O cheiro dele era desconhecido, não era totalmente humano. O cheiro dele estava gravado em minha mente como cola, preenchendo todos os meus sentidos. Procuraria ele depois, mas primeiro tinha que encontrar Az. O doutor, lembrei. Procurei algo para vestir, pois estava vestida com apenas alguns panos, mas só achei duas camisola finas. Vesti as duas uma ao contrário da outra e sai do quarto com cuidado. Os corredores estavam vazios, mas senti vários cheiros similares ao do homem em meu quarto. Ao longe ouvi várias vozes masculinas e uma feminina. Não sabia a quantos metros estavam debaixo da terra, mas não demorariam perceber minha fuga. Tinha que achar Az. Meu corpo ainda estava fraco e sem forças, e meus músculos ainda um pouco rígidos, mas ainda podia lutar. Vagou pelos corredores e sentiu o cheiro fraco de Az. Houve um barulho e algo sendo aberto. E um rosnado saiu de dentro. _ Sinto cheiro de sangue. - alguém falou rosnando me fazendo trincar os dentes e meu corpo ficar tenso antecipando a luta. _ Uma das fêmeas acordou. - disse outro. _ Alerta a segurança. Chame Triana e Davian. Não a assustem. - pediu a mulher parecendo aflita. Um alarme soou alto, fazendo minha cabeça doer e me curvar até chegar ao chão. Dor invadiu minha cabeça a deixando pesada. Lembranças confusas invadiram minha mente novamente, como se eu pudesse ver toda minha vida num flash. Já tinha sentido aquele cheiro e ouvido o som daquele rosnado, me lembrei vagamente, uma vez. Não era a mesma coisa, mas parecido. Desci uma escada da onde senti o cheiro de Az e cheguei a uma porta de vidro. Az estava deitada igual a mim com tubos em seu corpo imóvel. Passos se aproximavam correndo de onde eu estava. Amigo ou inimigo eu tinha que me proteger é a minha irmã. Vi um tubo de aço na parede e o arranquei sem pensar duas vezes. Dois homens enormes pararam a minha frente me encarando, como o cheiro os denunciava eles não eram humanos, tinha cheiro distintos de animais iguais a mim e Az. Um deles rosnou para mim, mostrando presas brancas e afiadas. Não tive medo, mas permaneci atenta aos movimentos deles. _ Não queremos te machucar fêmea. - um deles me disse, mas eu podia sentir a tensão no ar - Você me entende. Eu vou te matar, pensei os encarando. Eu só pensava em proteger a minha irmã. Fiz manobras com o cano é o outro macho avançou se sentindo ameaçado. A confusão se instalou do lado de fora do quarto de Az. Precisei de mais tempo, mas deixei os dois inconscientes. Não queria matá-los, ainda. Precisa saber onde estava e o que estava acontecendo. Abri a porta e entrei. Por mais que eu mexia em Az ela não se movia, pior estava gelada como se estivesse morta. Lágrimas escorriam por minha face enquanto segurava sua mão sem vida. O pulso estava fraco assim como os batimentos do coração. Eu gritava com o rosto banhado, mas de meus lábios só saiam urros de um animal ferido mortalmente. Realmente eu estava sem minha outra metade, Azenathi. Fomos criadas juntas desde que me lembro e criamos um vínculo forte apesar de nossas diferenças. Treinamos juntas. Amaduremos juntas. Fizemos descobertas juntas. Lutamos juntas. Nunca tivemos nada além de nós mesmas. Talvez se eu retirar estes tubos, pensei esperançosa. Com um extremo cuidado comecei a retirar os tubos um a um. _ Não faça isto. - uma mulher entrou no quarto levantando as mãos - Azenathi precisa disto. É o que a mantem viva. - avisou. Olhei para trás dela e não vi ninguém, mas eu podia ouvir passos se aproximando rapidamente. _ Consegue me compreender? - arqueei uma sobrancelha a analisando, ela não representava perigo - Calypso. - franzi minha testa por ela saber meu nome - Queremos te ajudar. - ela me olhou com pena - Sei que deve estar confusa, mas você pode sentir. Eles... - mostrou os homens que ataquei e começaram a se mover - ...são iguais a você. São seu povo! Sua gente! A muitos iguais a vocês que vivem felizes aqui. São livres! Respirei fundo o ar, não sentia cheiro de mentira e os batimentos cardíacos dela continuavam ritmados. Ela não estava mentindo. Mas será? Aquelas pessoas não eram iguais a mim e Azenathi. Seus traços eram diferentes dos nossos. A única coisa semelhante entre nós era o cheiro. Como assim meu povo? As pessoas agora estavam bem próximos. Será que eu podia confiar? Um rugido me fez pegá-la e colocá-la a minha frente, lhe apliquei uma chave de braço que lhe quebraria o pescoço se quisesse. Não a estava sufocando, mas a pegando como garantia. _ Paola. - gritou um homem rompendo pela porta acompanhado de outros e uma mulher loira. Quando tentou se aproximar eu apertei a fazendo engasgar - Vou matá-la! Solte-a. - me ordenou possesso. Balancei a cabeça em negativa. _ Pare Severos. - ordenou outro homem que se aproximou usando terno - Sou Justus, líder da OPS. A achamos desacordada junto com sua irmã. Somos pares Calypso. Somos iguais! Queremos apenas ti ajudar a se adaptar. Ninguém aqui vai te fazer m*l. - o olhei atenta arrastando a mulher mais para junto de Az. Aspirei fundo novamente e senti o cheiro dele se aproximando correndo. _ Ela está machucando Paola. - grunhiu furioso o macho tentando se aproximar. _ Estou bem. - a mulher que segurava falou estendendo a mão para frente - Ajude os rapazes. - ela pediu - Severos se acalme. Ela não está me machucando. _ Calypso. - a mulher loira se aproximou e senti o cheiro forte de um dos homens nela - Você está machucando a pessoa que a ajudou a despertar. - afrouxei o aperto um pouco mais diante desta informação - Paola está tentando fazer o mesmo com Azenathi. Lembra da fuga? Balancei a cabeça devagar a analisando, afirmando. Trinta passos para eles chegar, pensei ouvindo a respiração dele alterada pela corrida. _ As encontramos desacordadas. Vocês estavam a meses assim. O Dr. Pokora se lembra? A imagem de um ser asqueroso me fez grunhir. _ Ele ia matá-las! - revelou. Olhei para Azenathi ainda inconsciente e rosnei de puro ódio. Ia caçá-lo e matá-lo por pensar em matar minha irmã. O som de passos entrando naquele lugar me fez me voltar e me deparei com o homem que fez meu coração palpitar dentro do peito. O cheiro me arrebatou. E eu me vi sem ação diante daqueles olhos castanhos e sorriso sincero. Reconhecimento de quem ele era me atingiu como um raio. O podia sentir em cada célula de meu corpo. Qual seu nome?, me perguntei. _ Davian. - a mulher que eu segurava chamou. Sim, ele era meu destino, admiti ainda prendendo a mulher. *************************************************************************** Minhas lindas, Queria muito ler os comentários de vocês sobre o desenvolvimento da história. Divirtem-se e me de seus corações. Loucas para isso!!! Beijocasssssssssssssssss...
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