Capítulo dois

2672 Words
– Deus do céu, como está quente! – exclamou Rhys, ficando de pé. Sentia-se abafado por sua camisa. Ele abriu os botões da frente e a tirou com um suspiro de alívio. – Desculpe se isso deixa você desconfortável, mas preciso fazer. Lucy estava sentada em silêncio, no canto, e m*l o ouviu, ainda que ele a tivesse visto abrir os olhos levemente para vê-lo sem camisa. Um instante depois, ela desviou o olhar, mas aquilo foi suficiente para mostrar a ele que ela estava curiosa. Interessante. Ele vira um lado diferente dela nas últimas duas horas. Já a compreendia melhor, entendia o que era importante para ela. Com sorte, ao saírem daquele elevador, eles poderiam trabalhar juntos sem animosidade. E talvez pudessem ser algo mais. Depois que ela parara de gritar, Rhys gostara dela. Talvez mais do que deveria, considerando-se que ela trabalhava para ele. – Lucy, tire logo essa roupa. Sei que você está morrendo de calor. Ela balançou a cabeça determinadamente, mas ele via as gotas de suor escorrendo para o vale entre os s***s dela. – Não, estou bem. – Não está nada. Está tão m*l quanto eu. Essa blusa que você está usando parece cobrir o suficiente para proteger a sua honra. A saia está totalmente grudada. Tire. É sério. Daqui a dez minutos, vou tirar a calça. Então acho melhor você largar de vez o que resta de modéstia entre nós. Lucy arregalou os olhos. – A calça? – perguntou engolindo em seco. Seu olhar desceu pelo peito nu dele, para o cinto e mais abaixo. – Sim. Está um forno aqui. Você não precisa olhar para mim, mas eu preciso fazer isso. Acho melhor você também fazer. Com um suspiro de resignação, Lucy se levantou e começou a mexer no fecho atrás de sua saia. – Não consigo abrir o fecho. Ele trava às vezes. – Eu ajudo. – Lucy se virou de costas para ele, e Rhys se agachou ao lado dela para ver melhor o zíper. Ali, tão perto, ele conseguia sentir o perfume da pele quente dela misturado à leve fragrância de rosas. Ele o inspirou. Era inebriante. Rhys segurou os dois lados do fecho, ignorando a excitação que o dominou quando as pontas de seus dedos roçaram na pele nua debaixo dela. Com alguns firmes puxões e torcidas, ele a soltou. Ele segurou o zíper e o baixou alguns centímetros, deleitando-se com a parte de trás da calcinha de cetim vermelho que ela usava. – Pronto – disse ele com os dentes cerrados, levantando-se e se afastando antes que fizesse algo i****a, como tocá-la mais do que o necessário. – Obrigada – agradeceu ela delicadamente, seus olhos observando-o enquanto ela voltava para seu canto. Quando Lucy começou a baixar a saia pelos quadris, Rhys se virou de costas, ainda que fosse necessária toda a sua força de vontade. Ela era tudo de que ele gostava numa mulher. Espirituosa. Exótica. Voluptuosa. E, por baixo de tudo, tinha uma alma caridosa. Não era uma daquelas mulheres ricas que se envolviam com ações beneficentes por não ter nada melhor para fazer. Lucy se importava de verdade. – Grazie, signore – disse ela com um suspiro. – Está mesmo melhor assim. Pelo canto do olho, ele a viu se acomodar novamente no chão. Rhys se virou. Ela baixara a blusa para cobrir praticamente até o alto das coxas, mas agora havia um pedaço do sutiã vermelho à mostra. Com as curvas dela, seria difícil manter tudo coberto. – Acho melhor você tirar logo a calça. Rhys riu e balançou a cabeça. – Provavelmente, essa não é uma boa ideia no momento. A testa dela se enrugou, confusa. – Por que… – começou, mas parou. – Ah. Rhys fechou os olhos e tentou conter mentalmente sua ereção, mas tudo o que lhe vinha à cabeça eram imagens daquela calcinha vermelha. – Esse é o desafio de ficar preso num espaço pequeno com uma mulher bonita e seminua. – Você me acha bonita? – Sim. – Eu não esperava por essa. – Por que não? Acho que, para um homem não achar você desejável, ele não pode ter sangue correndo nas veias. – Fui criada em Beverly Hills – disse ela, dando de ombros. – Não estou dizendo que nunca namorei na escola, mas os garotos davam preferência às loiras bronzeadas com piercing no umbigo e corpos de meninos de 12 anos. Ao menos até elas completarem 18 anos e conseguir dinheiro suficiente para comprar um belo par de s***s. – As pessoas de Hollywood são loucas. Não tinha nada nem remotamente e*****o em mim quando tinha 12 anos. Em você, por outro lado… – Rhys balançou a cabeça. Seus pensamentos nas delicadas curvas dela contra suas mãos faziam sua pele formigar de expectativa. Ele cerrou os punhos. – Preciso de todas as minhas forças para não tocar em você quando a vejo assim. Houve um longo silêncio. Então a voz dela soou novamente: – Por que não toca? O maxilar de Rhys se contraiu, junto com todo o corpo, enquanto tentava conter o crescente desejo por ela. – Achei que não fosse uma boa ideia. Sou seu chefe. Precisamos trabalhar juntos. As coisas ficariam estranhas. Não ficariam? Por favor, diga que não. – Acho que não – disse ela ficando de joelhos lentamente. – Nós dois somos adultos. Sabemos o que isto é e o que significa. – Lucy engatinhou lentamente pelo chão do elevador, parando diante dele. As mãos dela foram para a fivela do cinto de Rhys, enquanto ela o olhava. – O que acontece no elevador não sai do elevador, certo? Rhys não sabia o que dizer. m*l conseguia formar palavras ao ver as mãos dela abrindo seu cinto e o zíper da calça. Mas ele não a impediu. Ah, não. Desejava-a demais para permitir que o bom senso interferisse. Além do mais, eles precisavam passar o tempo, certo? A calça dele deslizou para o chão, e Rhys tirou os sapatos, chutando tudo para longe. Agachando para ficar na altura dela, ele tirou a blusa de Lucy. Ela soltou o cabelo, fazendo as pesadas e sedosas mechas pretas caírem em torno de seus ombros. Ver o corpo dela coberto apenas pela roupa íntima vermelha foi como um soco no estômago dele. Lucy era uma das mulheres mais sexies que ele já vira… e estava praticamente nua, ajoelhada diante dele. Incapaz de se conter, ele se curvou para beijá-la. Eles colidiram, num encontro de lábios e pele nua. Lucy envolveu o pescoço dele com os braços, pondo seu corpo junto ao de Rhys. Seus s***s pressionaram urgentemente contra a rígida muralha do peito dele. O contato foi elétrico. Rhys quis devorá-la, sua língua invadindo a boca de Lucy e exigindo tudo o que ela poderia lhe dar. Ela agiu da mesma forma, cravando as unhas freneticamente nas costas dele. Rhys envolveu as costas dela com o braço e a baixou lentamente para o chão. Encontrou rapidamente o local entre as coxas dela, mergulhando para dar atenção aos s***s que quase saltavam do sutiã. Não demorou muito para que ele deslizasse as alças dos ombros dela, baixando o sutiã até a cintura. Suas mãos se moveram rapidamente para ocupar o lugar da peça. Ele provocou os m*****s, transformando-os em firmes picos antes de capturar um deles na boca. Lucy gemeu e se arqueou na direção dele, seus dedos adentrando o farto cabelo castanho ondulado dele. Puxou Rhys de volta para sua boca e o beijou novamente. Quando Rhys sentiu os dedos dela deslizando por seu abdômen, passando por baixo da cintura de sua cueca e envolvendo a pulsante extensão de sua ereção, ele deixou todo o resto de lado.  Lucy não sabia ao certo o que dera nela, mas estava desfrutando de cada minuto daquele despudorado arroubo. Havia algo especial em Rhys. Claro, ele era lindo e rico, mas ela já vira vários homens assim em Washington, D.C. Havia algo na intensidade dele, na maneira como ele estava lidando com a empresa e até na maneira como estava lidando com ela. Ela vinha resistindo à atração por ele desde que o vira pela primeira vez. Então ele tirara a camisa para revelar um peito largo e um abdômen esculpido cobertos por alguns pelos, e ela perdera todos os motivos para resistir. Quando ele lhe dissera que ela era bonita, uma parte dela a urgira a aproveitar a inesperada oportunidade. A ceder à atração, por mais inadequada que fosse, e criar uma sensual lembrança daquela louca tarde. Ela continuava querendo um relacionamento sólido e duradouro, como o de seus pais, casados havia 30 anos. Contudo, ter um divertido encontro s****l num elevador se encaixava numa categoria totalmente diferente. Rhys jamais teria um relacionamento sério, e ela sabia disso. Sendo assim, não havia m*l nenhum. Aquilo era uma liberação. Um jeito divertido de passar o tempo até a energia voltar. – Quero tanto você – sussurrou ele. Passou a mão pela curva da cintura dela, descendo para o quadril, onde segurou a mão dela e a afastou. – Se continuar fazendo isso, não vou ter oportunidade de fazer tudo o que quero com você. Uma maldosa ideia passou pela mente dela. Com a outra mão, Lucy pegou a garrafa de água. – Vou esfriar você então – disse ela derramando o que restava no alto da cabeça dele. A água fria encharcou o cabelo dele, descendo por seu rosto, pelo pescoço, para cair sobre a pele nua dela. Foi refrescante e divertido, fazendo Lucy se arrepiar. – Isso foi bom – disse Rhys, passando a mão por seu cabelo molhado enquanto usava a outra para se apoiar. – Mas não quero desperdiçar a água. – Ele baixou a cabeça para lamber as gotas do peito dela, passando novamente a língua pelos m*****s de Lucy, fazendo-a latejar na expectativa. Os dedos dele buscaram a borda da calcinha dela, deslizando por baixo. Um deles abriu o ponto mais sensível dela, acariciando-a delicadamente. Lucy não conseguiu conter o gemido de prazer. Quando ele deslizou o dedo ainda mais para dentro do corpo dela, ela quase perdeu o controle. – Rhys – sussurrou ela, mas ele não parou. Seus dedos se moveram de forma mais frenética, mergulhando e levando Lucy ao clímax. Ela gritou, seus gemidos de prazer ecoando pelas paredes do pequeno elevador. Os quadris dela se curvaram contra a mão dele, todo o seu corpo estremecendo com a sensação que a dominava. Ela sequer tinha conseguido recuperar o fôlego, quando, subitamente, ouviu-se um barulho metálico. O silêncio foi interrompido pelo som dos motores e das unidades de ventilação sendo ligados, e as luzes se acenderam novamente. – Só pode ser brincadeira – grunhiu Rhys. Então, com ele ainda entre as coxas dela e as roupas espalhadas pelo chão, o elevador começou a descer. Lucy olhou rapidamente para a tela na parede. Eles estavam no 33º andar. – Ah, não – disse ela empurrando freneticamente o peito dele até que Rhys recuasse. Ela ficou de pé, vestindo a saia e pondo o sutiã de volta no lugar. Não se deu o trabalho de pôr a camisa para dentro da saia, mas vestiu o blazer. Rhys fez o mesmo, vestindo a calça e a camisa. Enfiou a gravata no bolso da calça e pendurou o paletó no braço. Quando o elevador chegou ao primeiro andar e as portas se abriram, Lucy e Rhys já estavam totalmente vestidos, ainda que um pouco desgrenhados. Eles saíram para o saguão, onde os engenheiros e seguranças do edifício os aguardavam. – Você dois estão… – começou a perguntar um dos homens, parando ao ver o estado deles – bem? Rhys olhou para Lucy, e ela sentiu suas faces corando de vergonha. – Estamos – respondeu ele. – Só com calor, com fome e felizes por finalmente sairmos dali. O que aconteceu? – Não sei bem. Toda a ilha ficou sem energia. Pode ter sido o calor, com tanta gente ligando o ar-condicionado ao mesmo tempo. Vocês têm certeza de que não podemos fazer nada por vocês? Três horas ali dentro deve ter sido um inferno. – Estou bem – insistiu Lucy. A expressão do engenheiro a despertara de seu torpor apaixonado. Ela quase fizera s**o com seu chefe. Seu novo chefe. No primeiro dia dele, depois de terem passado a manhã brigando como gato e rato. Agora tudo o que ela queria era pegar um táxi e voltar para seu hotel. Assim poderia trocar de roupa e tomar banho para tirar o cheiro de Rhys de sua pele. – Só preciso que alguém chame um táxi para me levar de volta ao hotel. O engenheiro chamou um dos porteiros. – Claro. Pode demorar um pouco, porque os semáforos estavam apagados e está tudo engarrafado há horas. Sem olhar para Rhys, Lucy foi para a porta, saindo para esperar o carro na calçada. – Que hora para sermos interrompidos – disse Rhys por cima do ombro dela, depois de segui-la até o lado de fora. – O destino tem um jeito estranho de impedir que você faça o que não devia fazer. Rhys estava do lado dela, mas Lucy não queria se virar para olhá-lo. Não conseguia. Seus joelhos ficariam fracos, e sua determinação de ir embora amoleceria. – Prefiro pensar nisso como uma breve interrupção. Para aumentar a expectativa para depois. Aonde você vai? – Aonde eu estava indo antes de o dia enlouquecer: de volta ao hotel. Tomar banho e trabalhar. Sozinha. – Tem planos para o jantar? – Tenho sim. – Ela não tinha. Mas sair para jantar com Rhys a poria novamente na mesma tentadora situação. Ela cedera à tentação uma vez e fora salva de sua péssima decisão. Não faria aquilo novamente. Rhys a observou durante um minuto. Lucy sentiu os olhos dele a analisando, mas manteve os seus nos carros que passavam. – Você disse que as coisas não ficariam estranhas. Que o que acontecesse no elevador não sairia de lá. Lucy finalmente se virou para ele. Tentou não olhar diretamente nos olhos azul-safira que a observavam. – Exatamente. Não vai sair. É por isso que não quero jantar com você. Deixamos o elevador para trás, e a oportunidade veio e passou. Aprecie o momento pelo que foi. – Foi inacabado. Quero mudar isso. – Nem todos os projetos são concluídos. – Lucy viu um táxi parar no meio-fio. Felizmente, estava livre. – Vamos, Lucy. Deixe que eu leve você para jantar hoje. Nem que seja para agradecer pela barra de granola. Como amigos. Você está em dívida comigo, lembra? Lucy não acreditou naquela baboseira de amizade. Eles jantariam, tomariam um caro vinho em algum lugar caro, e, antes que ela se desse conta, estaria nua novamente. Por mais que ela gostasse de Rhys, precisava se manter objetiva com ele. Ele era o novo proprietário do ANS, e ela não podia deixar que pensamentos improdutivos a respeito dele a atrapalhassem. Eles tinham chegado a uma trégua, mas não tinham resolvido totalmente suas divergências com relação ao orçamento dela e o futuro da empresa. O porteiro abriu a porta do táxi para ela. – Espere – chamou Rhys, chegando novamente ao lado dela. – Se você vai me largar assim, podia ao menos me dizer do que você me chamou hoje na reunião. Lucy sorriu. – Certo – aceitou ela. Entrou no táxi e baixou o vidro. – Chamei você de figlio di un allevatore de maiali. Isso significa “filho de um criador de porcos”. Não tem o mesmo impacto que tem em italiano. Rhys franziu o cenho e recuou. A distância a incomodou, apesar de terem sido as próprias palavras dela que o tinham afastado. – Eu diria que tem o suficiente. Lucy ignorou o tom ligeiramente ofendido da voz dele. Ele não faria com que ela se sentisse culpada. Merecera ser xingado naquele momento. – Tenha uma boa-noite, sr. McDowell – disse ela antes de o táxi desaparecer em meio ao trânsito.  
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