📕 NARRADO POR NILO TAVARES ⏱ Horas depois... Na base. O tempo passa diferente quando a mente tá cheia. O radinho zunia. A quebrada fervia. E eu… Eu tava calado. Sentado na mureta da boca. Fuzil encostado no joelho. Olhar longe. Corpo presente. Mas alma? Alma tava no quarto de cima. Trancada. Do outro lado da porta, com nome e tudo: Amara. Era o nome dela que grudava no meu cérebro como chiclete pisado em asfalto quente. O nome dela... e o pedido. "Me dá um caderno." Porra. Eu já vi gente implorar por comida, por vida, por fuga. Mas um caderno? Aquilo tinha peso. Peso de passado. De sonho. De sobrevivência. Nem precisava perguntar. Ela queria escrever. E, no fundo, eu sabia: papel demais pode virar arma. Mas quem sou eu pra temer caneta? Eu sou Nilo. Sou bala. Sou se

