📕 NARRADO POR TERK — COMANDO VERMELHO O silêncio da minha fortaleza era absoluto. Não aquele silêncio calmo, de paz. Era o outro. O que vem antes do grito. O que antecede a morte. O que sussurra que a próxima respiração pode ser a última. A noite descia pela Barra como véu de viúva. A cidade dormia com medo de sonhar comigo. Tava no meu trono. Camisa preta, corrente pesada no peito, caderno aberto, anotando o próximo nome a ser riscado. Até que bateram. Toque triplo. Curto. Errado. Não era o código. — “Pode entrar.” — falei. Baixo. Mas doeu no ar. A porta abriu devagar. E entrou ele. Cambaleando. Joelho enfaixado, rosto inchado, sangue seco na camisa. O desgraçado que o Nilo deixou respirando. — “Senhor… Terk… patrão…” — ele disse, com a voz falhando igual cachorro sar

