Um dia

1852 Words

A luz invadiu o quarto antes dos olhos abrirem, mas o corpo já sabia, sabia que aquele lugar não era o mesmo, o colchão era estranho, a textura dos lençóis, a ausência de cheiro do perfume de Cesareo, o ar seco, tudo denunciava que ela não estava mais na casa, nem no quarto onde vivia, nem perto de nada que conhecia. Aquilo era uma benção, não está mais em casa.. Tentou abrir os olhos, mas fechou de novo, virou o rosto, respirou devagar, ainda envolta no lençol, sentia o corpo doer, não só pelas feridas.. o seu corpo sempre doia de medo, sempre. Levantou, foi até a janela, colocou as mãos na borda, olhou pra baixo, viu o chão longe, muito longe, altura demais, nenhuma escada visível, nenhum portão, nenhum som de rua, era uma torre, era um lugar feito pra conter, pra manter, pra calar,

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