Quintina cortava legumes na bancada da cozinha, o som da faca batendo na tábua ritmado, quase mecânico, enquanto a luz que entrava pela janela desenhava faixas claras no piso, ela parou a faca e ficou olhando para a luz que entrava.. O que seria de sua vida? Aquele aperto no peito veio como um aviso — discreto, mas presente — e ela se aproximou da janela para olhar. Lá fora, Mia brincava na grama, tão perto que dava para ouvir os risos, e o terreno era todo de grade; mesmo na parte mais alta do muro havia pontos todo trançado na grade. A cena era banal e ao mesmo tempo tão bonita, a filha correndo, brincanco, como se o perigo não estivesse ali, a sua tempestade não estava molhando a filha, e isso era bom, muito bom. Quintina sorriu por um instante, num gesto que tentou ser comum, e pego

