II – Grávida

1822 Words
O coração da ruiva estava disparado, ela pensou ter escutado errado, na verdade ela só poderia ter escutado errado, afinal, como sua esposa estaria grávida? Confiava plenamente em Anne para saber que ela nunca a trairia, uma inseminação deveria ser conversada, apesar de elas já terem tocado no assunto e Sam sempre se mostrar alegre sobre ser mãe. Adoraria ter sua mulher com uma linda barriga de grávida, mas ainda assim seria um passo a ser conversado com calma e cautela.           - Seria bom você falar alguma coisa.           A ruiva só foi tirada do transe quando escutou a voz da esposa, saiu tão fraca que Samanta se sentiu m*l por estar apenas ali parada, encarando-a com aqueles olhos verdes. - Como... Como você... Anne, como você pode estar grávida?           A loira suspira, sabia que essa seria a primeira pergunta da esposa, por isso se preparou para responder da forma mais simples possível. - Inseminação.           - Inseminação?           - Sim, eu fiz há quatro semanas. - Mas... _ Samanta abaixa a cabeça e tenta analisar as informações. – Você está grávida? _ Ela olha para cima e ver a loira concordando com um movimentar de cabeça. – Você está mesmo grávida?           - Sam, eu estou grávida.           - Oh, meu Deus, você está grávida, você está grávida, você está grávida. _ A ruiva começa a andar de um lado para o outro na sala do apartamento, passando sua mão pelo rosto, estava completamente paralisada com a novidade.           - Sam... - Espera, espera. _ A agente se apoia no encosto do sofá com as duas mãos, deixando a cabeça baixa. – Por que você fez isso? Porque não me disse nada?           - Nós... Nós falamos sobre isso, eu pensei que...           - Anne, você disse que ia fazer os exames, ver se estava tudo bem, se poderíamos dar esse passo, até buscamos algumas clínicas, mas você nunca me disse que daria esse passo sem falar comigo antes. Você... Anne, você está gravida e eu...           - Eu só queria te fazer uma surpresa.           - Surpresa? _ A voz da ruiva saiu mais alta do que ela mesma queria. – Anne, supressa é preparar um bolo no meu aniversário, é comprar uma lingerie nova para uma noite maravilhosa de sexo, é comprar passagens para passarmos o fim de semana em Miami, isso é surpresa, mas o que você fez... Isso é errado.           A legista arregala os olhos, sentindo as lágrimas caírem com mais força por sua bochecha, Sam se deu conta do que disse, arrependendo-se logo em seguida.           - Anne... _ A ruiva tenta se aproximar, mas a loira se afasta, abraçando seu próprio corpo com os braços.           - Não, você... Eu peço desculpas, juro que não pensei assim, só queria te fazer uma surpresa, sabia que você iria ficar de fato surpresa, mas não pensei que te faria tanto m*l, te peço perdão de verdade, uma pena que deu certo, não é? Da pouca porcentagem de mulheres que conseguem na primeira tentativa eu fiquei entre elas. _ A legista sorriu ao falar isso, ela nem sabia como agir agora.           - Eu não disse isso.           - Não, você não disse, claro que não, afinal foi um erro. Nosso filho foi um erro. Eu... Desculpa, Samanta, peço do fundo do meu do coração desculpa, eu... Eu acho que vou... Vou dormir no quarto de hospedes, se... Se preferir vou para Miami amanhã, e...           - Espera, o que? Que merda você está dizendo? _ Samanta começou a se desesperar com o que escutou, vendo a esposa limpando a suas lágrimas com as mãos.           - Presumo que nosso casamento acabou, eu estou grávida, você não quer o filho, mas eu não vou tirá-lo, nunca faria isso, não...           - Para, para de falar, para de falar. Quem você acha que eu sou? Nós estamos casadas há três anos e você acredita que eu teria coragem de te pedir uma coisa dessas? _ A ruiva encarava a esposa, não acreditando nas suas palavras.           - Você acabou de deixar bem claro que não quer o meu filho...           - Nosso, merda, é nosso, nosso filho. Você está grávida e é minha esposa, é nosso filho. _ A mais velha se aproxima e coloca suas mãos nos fios da nuca da loira, puxando com um pouco de força. – Nosso, é nosso filho, nosso bebê, nossa prova de amor. _ Elas encostam as testas, Anne já chorava de novo com toda a emoção. – Desculpa, eu sei que reagi m*l, mas droga, você acabou de me dizer que está grávida, amor, acabou de dizer que dentro de você tem uma vida, uma vida que fará parte de nós para sempre.            - Mas você...           - Esquece o que eu disse, eu já esqueci o que você disse, estávamos nervosas e falamos coisas ruins, mas... Meu Deus, você está grávida, você está grávida.           Samanta aproxima as bocas e se beijam gostosamente, como sempre era. Anne acabou sorrindo no beijo, relaxando todo o seu corpo ao sentir a emoção da esposa.           - Por favor, nunca mais fale que vai me deixar, nunca mais, eu não suportaria, Anne, eu nunca suportaria, nunca, não de novo.           - Desculpa, eu só pensei que...           - Não, não fale. Apenas me beije, apenas isso, meu Deus, querida, você está grávida, está carregando uma parte nossa dentro de você, eu vou te proteger de tudo, eu vou amar vocês acima de tudo, tanto, tanto que... _ Anne se afasta e ver algumas lágrimas escorrendo pelos olhos da esposa. - Querida...           - Desculpa, eu só... Eu nunca pensei que poderia ser mãe, não até conhecer você, não depois de...           - Ei, isso é passado, você será uma ótima mãe. Nós seremos uma ótima família.           Samanta abraça a esposa com força, mostrando que cada palavra iria ser cumprida, apesar do medo, apesar da incerteza, apesar da necessidade de proteção que as duas tinham, ela teria que fazer certo, teria que pensar agora como um todo, por três. Por isso Samanta se afasta um pouco e encara a esposa, essa que acariciava sua bochecha com os polegares.           Muito amor, muita emoção, muitos sentimentos que só elas poderiam explicar, depois de tudo que passaram, depois de dois anos de separação, de três anos casadas, de anos de companheirismo, agora elas tinham certeza do passo que dariam, elas teriam um filho, a agente teve mais certeza ainda da decisão que acabou de tomar. - Vamos voltar para Miami. ................................................           Ester sorriu para o amigo, apesar de a novidade ser de fato uma novidade, ela se sentia feliz pelas amigas.           - Como Samanta reagiu?           - Ela ainda não sabe.           - Ah! _ A loira respirou fundo. – Entendi, que Anne tenha sorte com isso, pois será difícil, depois ligo para ela e converso um pouco, mas bem, o que pode me falar da nova assistente?           - Aparentemente competente, mas muito nova, preferia alguém mais experiente para ir treinando, sinto que estou precisando de férias, mas eu não deixaria meus cadáveres com qualquer um. - Entendo, mas tem que resolver logo isso, você não tira férias desde que Anne foi embora, precisa descansar, tenho certeza que sua esposa reclama disso.           - Ela reclama. Mas não quero falar disso. Como está Katy?           - Ótima, ainda matando a Titi de susto, hoje ela estava completamente nua no corredor e quase a mata do coração.           - Devo imaginar.           Os dois gargalharam. Depois de conversarem mais um pouco, Peter acabou indo para a sua sala, deixando Ester revisando alguns casos. Chegou o horário de almoço e ela comeu com o legista, depois votou a sua sala e concentrou tanto nos casos novamente que nem percebeu o tempo correr, se assustando quando a porta se abre e sua noiva entra.           - Ei, vai ter turno hoje à noite? _ A advogada pergunta.           - Oi, amor, o que faz aqui? E não, já estava indo embora.           A loira se levanta e vai até a n***a, beijando seus lábios com um selinho, depois pega sua jaqueta e o coldre, saindo de mãos dadas com a advogada.           - Para onde vamos?           - Casa dos meus pais, minha mãe quer falar com você.           - Comigo? _ A loira ficou surpresa.           - Sim, deve ser sobre o casamento.           - Ah, sim, deveria marcar um encontro entre nossas mães, as deixarei responsável por tudo, você concorda? _ Elas conversavam e caminhavam até o carro da loira.           - Claro que sim, afinal não temos tempo, seria uma boa solução. Onde está a chave?           Ester lhe entrega e logo entram no carro. A n***a sempre fazia questão de dirigir, além de apreciar, gostava de sentir que protegia sua mulher.           - Mas você não pensou em nada especial? Digo, não tem nenhum desejo que queira? Algo que sempre sonhou? _ Katy olha para ela assim que o carro para em um sinal vermelho, sorri e depois fica séria.           - Tem um que eu não posso abrir mão.           - Sempre tem, querida, diga, eu repasso para elas. _ A loira disse.           - Hum... Esse é algo que com certeza eu não posso abrir mão e elas vão ter que dá um jeito de cumprir, porque se não for assim eu não caso.           - Deve ser algo bom mesmo, afinal, para você tudo sempre está bom. O que é?           - Você. _ Foi inevitável para Ester não sorrir, adora essas declarações da noiva. - Boba, mas sinto informar que essa condição é irreversível, eu já disse sim a você, não tem mais jeito.           - Então, meu amor, está tudo certo. Se você estiver lá, para mim basta, nada mais importa. _ Os olhos da menor brilharam, ela se apaixonava pela n***a a cada dia, cada momento, cada palavra, cada detalhe, qualidades e defeitos. Foi assim e acredita que será assim para sempre.           - Eu te amo, sabia?           A mais velha olha rapidamente para ela, com todo cuidado para não sofrerem um acidente, tempo suficiente para ver o sorriso lindo da mulher que ama, a que escolheu para compartilhar sua vida, a que quer para ser mãe dos seus filhos.           - Eu também te amo, querida.           Katy pega a mão da noiva e leva até seus lábios, beijando carinhosamente. Ester m*l podia dizer o quanto era feliz, o quanto tinha sorte e o quanto se sentia plena por ter aquela mulher em sua vida. Agradecia a todo instante e se alguma coisa naquele maldito caso pode ter tirado de bom para ela, fora a oportunidade de conhecer Katy Potter, como Anne teve o amor da sua vida de volta, ela pôde ter a chance de ter o seu. Pois era isso que ela sentia, era disso que ela tinha certeza, aquela mulher maravilhosa era o amor da sua vida, comprovava tal fato a cada dia que passavam juntas. 
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