SOBREVIVENDO AO PRAZER - Familia (Livro II)

III – Amor

Anne ainda estava parada olhando para esposa depois de escutar o que ela disse, apesar de estar pulando de alegria por dentro, não seria tão fácil assim, elas construíram uma vida em Los Angeles, seria uma volta não programada que ela de fato não imaginou, mesmo com a gravidez.

          - Voltar?

          - Sim, querida, vamos voltar, toda a nossa família está lá, eu jamais permitiria que meu filho crescesse longe dos seus, nunca.

          A loira conhece a dor da esposa em relação a esse tipo de coisa, família para ela é muito importante, apesar de nunca ter tido uma de verdade, talvez essa ausência a fez valorizar mais isso. Samanta ainda abraçava o corpo da loira, essa que tinha suas mãos nos ombros do agente.

          - Amor, calma, espera, não preciso fazer isso tão rapidamente, eu estou grávida e não doente.

          - Você não quer voltar? _ A loira acaba sorrindo com as palavras da ruiva.

- Claro que sim, se para o caso voltaremos, o que estou querendo dizer é que não vamos voltar por eu estar grávida. Sam, estou apenas com duas semanas, irei trabalhar normalmente até que eu tenho licença e ...

          - Você não vai trabalhar! _ Samanta diz ao se afastar um pouco da esposa.

- O que?

          - Você não vai trabalhar, vamos voltar para Miami, sua mãe, seu pai, Ester, Katy, Peter, eu, todos cuidaremos de você.

          - Sam ...

          - Já está decidido.

          A agente sai de perto da esposa e vai para o banheiro, Anne apesar de estar adorando a ideia, sabe bem que a outra está fazendo isso tudo por conta do passado dela, está com medo, a loira em seu lugar também estava, afinal Samanta tem suas piores lembranças da infância. Odiava o fato de vir de onde veio, com certeza também o seu amor pela justiça e profissão vem daí, porém, Anne tem que fazer-la entendre que ela é diferente, nunca faria m*l a mulher que ama e seu filho, que agora são sua prioridade número um.

          A legista suspira e vai atrás da outra. O som de água caindo do chuveiro logo é ouvida, por isso a menor puxa seu vestido para cima e depois tira suas roupas íntimas, abrindo o box e entrando. Samanta tinha as mãos encostadas na parede com a cabeça baixa, via água descendo por seus cachos vermelhos, sabia que a esposa estava ali, logo parecia as mãos dela passearem por sua pele nas costas, um carinho que era bem-vindo ao momento.

          - Vamos formar uma família, querida, a nossa família, por favor, me diga que isso é bom, me diga que você quer isso.

          A ruiva fecha os olhos com força ao ouvir as palavras da esposa. Vira seu corpo e a puxa para cima, fazendo suas pernas circularem sua cintura. Os olhos verdes encaravam os azuis, o amor dessas duas mulheres ultrapassa qualquer explicação humana, depois de tudo que elas passaram e durante esses três anos a construção da vida conjugal apenas comprovava a cada minuto vivido que era eterno, apesar de que ainda teriam que experimentar muito mais.

- Eu te amo mais do que tudo, Anne, te amo a ponto de morrer por você, a ponto de estar agora amedrontada com a possibilidade de você ficar frágil por carregar um filho. Nosso filho, uma vida, meu amor, uma vida que estará sob as nossa responsabilidade, um bebê que precisará de todo o nosso amor e atenção, você sabe que meu passado não condiz com o que eu tenho hoje, com a felicidade que você me faz sentir...

          - Sam...

- Espera, deixa eu terminar. _ Anne apenas concorda com um balançar de cabeça, sentindo as mãos firmes da esposa em suas coxas. – Você me perguntou se é isso que eu quero, a resposta é absolutamente sim, com certeza eu quero isso. Eu quero tudo com você. _ A agente aproxima os rostos e roça os lábios nos da esposa vagarosamente. – Eu quero cada detalhe de uma vida com você, eu estou amedrontada, mas eu te amo tanto que nunca imaginaria minha vida sem você. Quero ser o meu melhor, uma namorada, esposa e mãe, mãe do nosso bebê, do nosso filho.

          - Você será, meu amor, você é e será tudo isso, mas podemos ficar aqui, onde você construiu uma vida.

          - Isso, eu construí, apesar de você ter um ótimo trabalho, amizades e ficar bem, eu sei que sente falta de Miami, sei que quer voltar. Nosso filho terá pessoas maravilhosas ao seu redor, ele terá tudo que eu não tive, vou enchê-lo de amor, vou amá-los mais do que qualquer pessoa nesse mundo possa amar outra, porque você merece e ele também vai merecer. _ Os braços de Anne estavam ao redor do pescoço da esposa, agora puxando os fios de sua nuca com carinho.

          - Faça-me sentir, Sam, faça-me sentir cada palavra. Eu te amo, eu te amo.

          Sem esperar, a ruiva avança nos lábios da esposa, fazendo as línguas se tocarem e o sexo da loira roçar em sua pele, ambas gemeram e sentiram o t***o se formar pelo momento. Samanta vira o corpo e encosta as costas da esposa na parede, fazendo Anne arfar quando os lábios da agente desceram para seu pescoço, chupando, lambendo, mordendo, deixando as marcas que a loira sempre tinha trabalho para cobrir no dia seguinte.

          - Tão cheirosa. _ Anne continuou puxado os fios da nuca da outra, agora com mais força devido a excitação.

          - Sam...

          A ruiva então coloca a esposa no chão, leva suas mãos para seu cabelo, enlaçando seus dedos nos fios loiros, a puxando para perto, beijando seus lábios com voracidade e amor, assim como sabia que a legista gostava.

          - Eu te amo tanto.

          Anne suspira, ela sabe que agora não é uma questão de f***r, apesar de adorar, entende que o momento é delicado para a esposa. Samanta é forte para algumas coisas, mas sempre demonstrou fraqueza quando o assunto é “família”. A ruiva sempre acreditou que nunca teria uma, que não era digna de ter uma, isso antes de conhecer Anne, que lhe mostrou o amor e que a palavra família vai além de laços sanguíneos, pois o senhores Simons, Ester, Katy, Peter, o delegado, todos se mostraram pessoas importantes, dando lugar a um sentimento único, o amor pode vir dos lugares menos esperados, a ruiva descobriu isso com o tempo.

          - Eu vou te amar. Cada pedacinho seu, cada ação sua, mesmo que discorde, mesmo que seja contra, eu vou te amar.

          Samanta pegou a perna direita da esposa e suspendeu um pouco, segurando com a sua mão esquerda, beijou mais os lábios da loira e levou sua mão direita para o lugar que necessitava de atenção, estava quente e úmido, como a ruiva esperava que estivesse.

          - Samanta... Oh, sim, faça isso.

          Anne puxou com mais força os fios da nuca da esposa e sentiu dois dedos lhe preencher com lentidão. Samanta adorava esse momento de sentir a menor, sentir o tanto que ela sempre estava preparada para recebê-la, apesar de sua condição hormonal especial, a ruiva sabia que o sexo com ela era muito melhor, era muito mais intenso que apenas t***o.

          - Tão minha, eu te amo tanto.

          Samanta coloca seu rosto contra o pescoço da esposa, dando leves beijos, ao mesmo tempo em que começa a se movimentar ainda lentamente, mas indo o mais profundo que conseguia com seus longos dedos. Anne gemia e a agente adorava escutar, era o suficiente para fazê-la também se encaminhar para o orgasmo, apesar de não se importar quando a melhor lhe tocava, confiava em Anne, sabendo que a loira entendia seus limites na cama.

          - Sam... _ A legista gemia contra o ouvido da esposa, sabendo que tal ação deixava Samanta completamente excitada.

          - Goze para mim, goze.

          Os movimentos dos seus dedos aumentaram a velocidade, fazendo o corpo da menor começar a tremular. Sua respiração estava ofegante e irregular, cada detalhe do sexo delas sempre era perfeito. A agente se afasta um pouco quando sente o sexo da loira pressionar seus dedos, dificultando as estocadas.

          - Sam, Sam, Sam...

          - Isso, agora princesa, goze agora.

          O olhar das duas se conectaram quando o líquido escorreu pelos dedos da ruiva, ambas gemendo com o ato, o amor, a excitação, a promessa, a sobrevivência, pois elas eram isso, sobreviventes. Aos poucos a agente sai de dentro da esposa e segura seu corpo pela cintura com suas mãos firmes. Anne leva sua mão direita para o rosto da mais velha e acaricia sua bochecha com o polegar.

          - Se quer ir para Miami, nós iremos, mas vamos porque as duas querem isso. Não porque estou grávida, vamos porque sentimos que precisamos disso, tudo bem? _ Samanta concorda. – Eu te amo, vamos juntas fazer essa família a mais feliz de todas. _ Elas se beijam como forma de firmar a promessa de o amor delas ser eterno.

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          O homem andava de um lado para o outro, analisava alguns papéis em suas mãos, as fotos tiradas das duas em Los Angeles, o sorriso da ruiva, assim como a evidente demonstração de carinho do casal. Depois de ver tudo com atenção, enfim ter encontrado a mulher depois de anos, ele pega o telefone e liga para alguém.

          - Venha até aqui.

          Foi simples em sua ordem, sabendo que seria obedecido rapidamente. Ele se senta na sua cadeira confortável e deixa seu corpo encostar, respirando fundo. Seus pensamentos rondavam no quanto ele esperou para encontrá-la e agora não faz ideia de como fazer para se aproximar, não depois de tudo que aconteceu, não depois de ter decepcionado tanto a ela quanto a sua mãe.

          - Senhor, mandou me chamar?

          - Sim, como vai na sua nova tarefa?

          A garota engole seco ao encarar o homem, apesar do amor que ambos sentem um pelo outro, ele sempre manteve a vida pessoal fora dali, era o melhor a se fazer, errou uma vez, não erraria de novo.

          - Aguardando, sabe que elas não estão aqui, então tenho que esperar.

- Elas vão voltar.

          - Como pode ter tanta certeza? _ A mulher perguntou.

- Elas têm um bom motivo para voltarem.

          O homem ergue a foto que estava em sua mesa, era a imagem de certa loira entrando na clínica de inseminação.

          - Se isso for verdade, não é uma garanta de que elas vão voltar.  _ O homem respira fundo, de fato não seria, isso se ele não soubesse da vida da ruiva, dos medos e passado dela.

- Elas vão voltar, porque se isso for verdade, Samanta precisará de mais do que a esposa por perto, isso só as pessoas de Miami poderão fazer por ela.