CAPÍTULO 19 RENATA NARRANDO: Acordei cedo, bem antes do sol querer dar as caras no céu. Ainda era noite quando abri os olhos, e o silêncio da casa só era quebrado pelo barulhinho da respiração da Ana Clara dormindo no colchãozinho do lado. Olhei pra minha filha, aquele rostinho pequeno, sereno, como se o mundo fosse bom, como se não existisse problema nenhum lá fora. Suspirei fundo e me levantei, porque eu sabia que se quisesse botar comida dentro de casa, não tinha tempo pra ficar deitada sonhando. Fui direto na cozinha, abri o armário e peguei um pão amanhecido. Cortei ele no meio, passei um fio de margarina e botei uma fatia de mortadela. Aquilo ali era meu café da manhã. Comi devagar, mastigando e pensando que um dia, quem sabe, eu ia poder ter mesa cheia, com bolo, café fresquinho,

