CAPÍTULO 26 MORTE NARRANDO Tava com ela nos braços. Sentia o corpo da Valéria mole, leve, mas carregado de dor. O rosto ainda úmido das lágrimas que pareciam não acabar nunca. Ela se encolhia no meu peito como se fosse sumir a qualquer segundo, e tudo que eu conseguia fazer era apertar mais forte… tentando, de algum jeito, segurar os pedaços que ela já não tinha força pra manter juntos. Ela não disse nada. Só ficou ali, abraçada. E eu também não forcei palavra nenhuma. O silêncio dizia mais do que qualquer frase. Depois de um tempo, ela se afastou devagar, passou a mão no rosto e foi andando pela sala, como se cada canto daquela casa ainda tivesse o cheiro do inferno que ela viveu. Eu fiquei só observando. Ela parou perto do sofá, olhando pro canto onde o Macaco costumava largar os ch

