CAPÍTULO 25 VALÉRIA NARRANDO Fiquei sentada na beirada da cama por alguns minutos. O coração acelerado, a mente girando sem freio. Voltar pra minha casa… era como voltar no tempo. Voltar pro lugar onde tudo começou — e terminou também. Encarar aquele espaço vazio. As coisas dele. O cheiro que talvez ainda estivesse impregnado nas paredes. Eu não sabia se ia aguentar. Mas precisava. Levantei, respirei fundo e desci as escadas, sai pra fora da casa, e lá estava ele. Morte, encostado na moto, baseado entre os dedos, óculos escuro mesmo com o sol começando a se esconder. Parecia uma cena de filme: o vilão com jeito de herói, ou o contrário. Ele me olhou como se já soubesse que eu viria. Como se soubesse que eu não fugia da raia, mesmo quando tudo dentro de mim mandava correr. — Vamos? —

