CAPÍTULO 38
RENATA NARRANDO:
Acordei cedo, antes mesmo do despertador tocar. O céu ainda estava meio apagado, aquele cinza azulado de quando o sol ainda está se espreguiçando para nascer. Por um instante, fiquei deitada olhando para o teto simples do meu quarto, tentando entender como minha vida tinha virado desse jeito. A proposta do Vulcão ecoava na minha cabeça desde a noite anterior, me tirando o sono. Trabalhar na casa dele… não era o emprego dos sonhos, mas era digno, e o dinheiro ia fazer toda diferença. Eu precisava pensar na Ana Clara, sempre nela.
Virei para o lado e vi minha pequena dormindo, o rostinho sereno, a boca entreaberta, os cabelos espalhados pelo travesseiro. Minha filha era o que me mantinha de pé, era por ela que eu enfrentava o que fosse preciso. Toquei devagar
