CAPÍTULO 6 RENATA NARRANDO: Acordei cedo de novo. Nem precisava olhar o relógio para saber que ainda não eram nem seis da manhã. Meu corpo já estava acostumado a esse ritmo de sempre levantar antes do sol nascer, mesmo que às vezes eu desejasse poder ficar mais um pouco na cama. Mas eu não podia. Não tinha esse direito. Ana Clara dormia ao meu lado, respirando fundo, com aquela paz que só uma criança de três anos consegue ter, como se o mundo fosse simples e seguro. Eu olhei para o rostinho dela, os cachinhos bagunçados espalhados pelo travesseiro, e respirei fundo. Era por ela que eu aguentava tudo. Era por ela que eu continuava. Levantei devagar, sem fazer barulho, porque não queria acordá-la tão cedo. Preparei o café simples: pão amanhecido, café preto forte, um pouquinho de manteiga

