CAPÍTULO 112 MORTE NARRANDO Caralhø… eu sabia. Desde a primeira vez que botei os olhos nela, eu sabia que essa mulher tentava lutar contra algo que já tava dentro dela. E agora, ali na cozinha, de camisola rendada, pele cheirosa, cabelo preso de qualquer jeito… ela não tinha mais como esconder. A mão dela apertava meu braço como se fosse pedir socorro, mas o olhar… o olhar dizia outra coisa. Eu cheguei mais perto, senti a respiração dela batendo quente no meu peito. — Tu pode falar o que quiser, Valéria… mas teu corpo não mente pra mim. — falei baixo, quase rosnando, encostando a boca de leve no canto do pescoço dela sem beijar, só pra sentir o arrepio que subiu nela na mesma hora. Ela fechou os olhos, suspirando como se lutasse contra a própria vontade. Eu segurei firme na cintura de

