CAPÍTULO 73
MORTE NARRANDO:
Tava eu e o Vulcão largado na boca, sentadão no sofá de couro que a gente tinha metido ali na salinha, fumaça do baseado já tomando o espaço inteiro. O cheiro forte do prensado misturado com o perfume caro do Vulcão.
— Fala tu, menor, — soltei a fumaça devagar, deixando o bagulho sair pelo canto da boca — cê tá doido na Renata, né não?
Vulcão riu, ajeitando o cordão grosso de ouro no pescoço.
— Essa mina aí mexe comigo, Morte. Ela nem é dessas que fica pagando paü pra bandido, tá ligado? Ela é na dela, cuida da filha... sei lá, mano. Eu olho pra ela e sinto outra fita.
Fiquei calado por um tempo, tragando fundo. A fumaça queimando a garganta e o peito, mas a mente já indo longe. Ele falava de Renata e, sem querer, minha mente puxava logo a Valéria. Não tin
