CAPÍTULO 49
RENATA NARRANDO:
A batida da música vibrava dentro de mim, como se o grave tivesse tomado conta até da minha respiração. Eu ainda estava ali, com a minha garrafa de água na mão, encostada no canto do baile, tentando ao máximo me manter invisível naquele ambiente que nunca foi o meu. Talvez eu não pertencesse àquele lugar, mas tinha algo que me prendia, algo que eu mesma não sabia explicar.
Meus olhos, quase involuntários, subiram outra vez em direção ao camarote. Foi quando a vi. Uma loira, alta, corpo esguio, saia colada, estava se aproximando dele. Do Vulcão.
Eu não consegui evitar a risada que escapou. Não porque fosse engraçado de verdade, mas porque era irônico. Eu aqui embaixo, tomando minha água, sendo chamada e me recusando a subir, e lá em cima tinha uma fila de mu
