CAPÍTULO 51 VALÉRIA NARRANDO Encostada na grade do camarote, com uma latinha gelada na mão e a batida pesada do tamborzão vibrando no meu peito, eu só observava tudo lá embaixo. A galera dançando, as luzes piscando, o cheiro de cerveja, perfume barato e adrenalina se misturando no ar. Fazia tempo… tempo demais que eu não vivia isso. Dei um gole longo na cerveja, sentindo o amargor cortar a garganta, e fechei os olhos por um segundo. O som do DJ chamando no microfone, a galera gritando, tudo isso me puxava de volta pra realidade. Mas era impossível não lembrar do passado. Não lembrar dos outros bailes… dos que eu nem curtia de verdade. O Macaco nunca deixava. Ele dizia que mulher dele não precisava ficar se esfregando em baile, que eu era preciosidade pra guardar em casa. Se um dia me tr

