CAPÍTULO 70 VULCAO NARRANDO: Mano, eu nem sei explicar a sensação que tava rolando ali na sala. Eu, Renata e a pequena Ana Clara, todo mundo sentado, cada um com um sorvete diferente na mão. Parecia coisa de comercial de TV, tá ligado? Tipo aquelas famílias perfeitinhas que você só vê em propaganda de margarina. Mas era real. Era eu, um cara que cresceu no meio da correria, que só conhecia noite, baile, boca e arma, sentado ali, rindo de bobeira com uma criança e uma mulher que eu m*l conhecia direito. — Esse é de morango, tia, mas o do tio é de chocolate — Ana Clara falava, toda animada, lambuzando a boca de sorvete. — Não é tia, é mãe — Renata corrigia, rindo, enquanto limpava a boquinha dela com um guardanapo. — E eu sou tio nada, princesinha, eu sou o Vulcão — respondi, metendo ma

