CAPÍTULO 69 RENATA NARRANDO: Mano, eu fiquei parada na porta da sala um tempão, só olhando aquela cena que parecia até mentira. Minha filha, minha pequena Ana Clara, dormindo toda aninhada no Vulcão. Aquele cara que todo mundo tem medo, que todo mundo fala que é sangue frio, que não tem coração. Eu juro que bateu um troço estranho dentro de mim, um aperto, sei lá… um calor no peito que eu não sabia se era alegria, alívio ou medo. Porque eu nunca tinha visto minha filha tão à vontade com alguém que não fosse eu. A real é que eu sempre fiquei na defensiva com ele. Sempre botei um muro gigante entre nós dois. Porque eu sei muito bem que o mundo que ele vive não é flor que se cheire, não é lugar de criança nem de mulher que já levou muita porrada da vida. Mas, vendo ele ali, todo quieto, s

