Esquerdo é um homem muito complicado, ele quase me matou de medo se não fosse pelo VP e o pior de tudo que no dia seguinte, eu estava pronta para fazer uma faxina, desci o morro apresada, quando ele me prendeu em uma viela perto da saída, meu corpo tremeu, não sabia o que ele queria, mas pelo visto era complicado demais a minha situação e depois do VP as coisas pioraram.
— Deixa eu te falar uma coisa, quero 20 mil reais, você tem um prazo de 7 dias, se não me entregar esse dinheiro, juro que vou matar toda sua família e nem o VP vai poder te ajudar, entendeu? Ou paga os 20 mil ou se torna a minha mulher — afirmou segurando meu rosto.
Uma lagrima queimou meu rosto, meu corpo tremeu na hora. Era desesperador aquilo, ele estava me ameaçando, me obrigando, me perseguindo para ser dele e eu o odiava, não conseguia imaginar minha vida ao lado de um monstro como ele.
Ele se afastou rapidamente, sumindo pelas vielas do morro. Eu perdi a força das pernas e me joguei no chão aos prantos. Onde eu iria conseguir 20 mil e como eu conseguiria me livrar desse homem em um semana com toda essa guerra.
Mesmo sem forças eu me levantei, corri para longe daquele lugar, pois estava ciente que com faxinas isso não seria possível e isso me manteria presa naquele lugar, naquela boate dançando para os velhos, isso é tudo o que eu precisava fazer, mas a ideia me deixou maluca.
[…]
Passei o dia todo atormentada, sem conseguir fazer os meus serviços e a noite, me deparei lá, naquele lugar horrível, onde a Geovana trabalhava, continuei completamente nervosa, ela ao perceber meu estado me abraçou com força.
— Calma, o que foi? — indagou.
— Eu estou ferrada, ele quer 20 mil, vai matar toda a minha família, não tenho como conseguir esse dinheiro — declarei aos prantos.
— Calma, vamos dar um jeito, mas você não pode ficar assim! Hoje a Fera, o Terror vai vim a boate, eu iria dançar para ele, mas pode ser você a fazer isso, vá e dance para o Terror e tente contar para ele a verdade, a proposta é de 8 mil, esse dinheiro pode te ajudar — declarou firme.
— Como eu vou falar para o chefe do morro que eu moro que sou a coelhinha, que estou aqui dançando para ganhar dinheiro e pagar a divida do meu irmão, sendo que ele é o dono —eu indaguei me tremendo.
— Calma, vamos lá, uma coisa de cada vez, nesse momento, primeiro dança para ele, pois você precisa do dinheiro, depois pode pensar em outras coisas. Ta bem? — ela perguntou tocando meu rosto.
— Você tem toda a razão, eu preciso desse dinheiro, vou dançar para ele. Obrigada pela oportunidade — afirmei sorrindo, sem jeito.
Essa era a única oportunidade que eu tinha de conseguir 8 mil reais e quitar metade dessa divida que eu tenho com o Esquerdo, mesmo que isso seja difícil, eu vou me esforçar, vou lutar por isso.
O problema todo é a coragem, me vesti como a coelhinha, iniciei o processo de sedução mesmo que nervosa, essa era a primeira vez que eu dançava para ele, um homem perigoso, assustador e com olhos expressivo, ele era muito bonito, com um corpo escultural, com um lindo olhar e uma boca divina. Totalmente diferente dos outros.
Esquerdo não era bonito, tinha uma cicatriz no rosto, VP era apresentável, Coringa era bonito, mas o Terror era perfeito e ele sabia disso, me olhou diferente tentou me tocar e em seguida me humilhou provando ser um monstro.
Eu tentei dançar, fingir que aquilo não me afetou, mas as lagrimas molharam meu rosto, me senti horrível, enquanto dançava para ele que me olhava como se eu fosse uma p**a qualquer.
— Eu preciso, o tempo acabou — falei me tremendo.
— Pago mais, fique e dance — rosnou para mim.
Eu precisava de dinheiro, ele jogou muitos notas de 100 na minha cara, como se eu fosse um nada, uma mulher qualquer que vende o corpo, mas era isso mesmo que eu era, uma p**a que precisa de dinheiro.
Comecei a dançar, passar a mão pelo corto de forma sensual, rebolando e tocando cada parte dele com intensidade, quando ele levantou, me empurrou sobre a parede.
— Quanto quer para t*****r comigo? — sussurrou no meu ouvido.
— Eu… eu não quero nada! Não faço programas senhor — neguei e ele gargalhou.
— p**a atrevida! Acha que pode me negar essa p***a? — segurou meu pescoço.
Uma lagrima molhou meu rosto com intensidade, se o Esquerdo não prestava, o chefe dele parecia bem pior pelo que eu estava vendo ali. Ele era terrível demais. Esta na mão dele parecia pior, eu estava tentando ser forte, continuar lutando, mas se tornou impossível ali.
— Senhor, o tempo acabou, me deixa ir — implorei me tremendo.
Mesmo contrariado, ele permitiu que eu fosse, que eu seguisse a minha vida para longe da dele e me senti aliviada. Na verdade, eu conseguir perceber que esta ali naquele lugar era bem pior, não me ajudou em nada, apenas me fez se senti pior do que já estava antes.
Caminhei chorando pelo corredor até chegar ao camarim, passou um tempo até a Geovana aparecer, ela me abraçou forte tentou me consolar, mas era impossível diante de todo aquele sofrimento.
— Amiga…
— Foi horrível, Geovana! Ele me humilhou, me chamou de p**a. O que eu fiz de tão r**m nessa vida? O Esquerdo me perseguindo e agora o Terror me humilhando? Como eu vou terminar a minha vida? Pelo visto, eu não vou conseguir, vou acabar na mão do Esquerdo, pois não consigo ser p**a, não consigo agir assim, eu vou dar um jeito, vou pagar esses 8 mil ao Esquerdo e chamar o VP para conversar, pois continuar aqui é arriscado demais — disse ainda me tremendo.
— Amiga respira! Você pode fazer isso, paga ao esquerdo toda a divida e se ele continuar, vai ao VP. Uma coisa que você não sabe, mas o Coringa transa comigo as vezes, faço uns programas para ele e posso falar sobre você. Ele é maior que o VP, talvez resolva — ela tocou meu rosto.
— Será que ele vai mesmo me ajudar? Eu estou morrendo de medo, eu não quero ser p**a do Esquerdo e não sei se consigo continuar dançando — confessei sem jeito.
— Você que sabe, mas vai para casa e paga o Esquerdo com esses 8 mil, pensa depois no resto da divida. Enquanto isso, vou falar com o Coringa — ela me aconselhou.
Era o certo a fazer, fingir que aquilo não estava me destruindo, mas estava. Eu estava cansada de precisar resolver os problemas do meu irmão que estava sumido e não se importava em nos deixar nessa situação.
Diante dessa situação, não me restava escolha, eu precisava seguir e orar para a minha amiga falar com o Coringa, para ele me ajudar, ele seria o único a ter forças para parar o Esquerdo e eu queria isso.
Sair daquela boate cabisbaixa, tremendo de medo, chamei um carro por aplicativo para garanti que eu chegaria em casa em segurança. Sabia que nunca entraria no CPX, no máximo me deixariam na entrada e isso era o suficiente, eu poderia seguir sozinha e foi o que fiz. Caminhei até a casa dos vapores, o homem dos meus pesadelos estava lá, sentado a minha espera.
— Voltou, Liana? Decidiu parar de brincar e fazer o certo? — balbuciou irônico.
— Eu vi te dar uma parte do dinheiro — confessei entregando o envelope amarelo em sua mão.
— Quanto tem aqui? — ele questionou.
— Tem 8 mil — sussurrei tremendo.
Ele deu uma gargalhada, se levanto apresado, me olhando com frieza, se levantou e foi caminhando até chegar perto de mim. Sem desviar o olhar.
— Estou impressionado com a sua capacidade! Ontem conseguiu 3 mil, hoje 8 mil e só existe uma forma de conseguir essa p***a, não é com trafico, nem assalto, não faz o seu tipo. Ta vendendo o corpo? Virou p**a? — ele segurou meu pescoço com força. — Quem é o playba que ta te bancando ou será que é um velho? — perguntou frio.
— Não preciso disso, não vou deixar que me ofenda, eu não sou uma p**a, mas tenho amigas que gostam de mim e que me ajudam quando eu preciso — tentei empurrar ele.
— Amigas? Eu vou fingir que acredito! Mas fique ciente que eu não quero a p***a do seu dinheiro. Pode esta resistindo agora, estou me controlando, pois o VP esta na minha cola, mas você vai ser minha mulher e vamos ser os donos dessa p***a toda, vou fazer isso, vou assumir o comando do CPX e matar aqueles cuzões. Eu juro que você e colocarei uma coroa na sua cabeça, Liana. Você é minha — ele disse e meus olhos entraram em pânico.
— Eu juro que prefiro a morte a isso — disse me tremendo.
Ele me deu uma tapa na cara com força, eu cair no chão me tremendo.
— Saia, não quero que o VP veja que esteve aqui. O tempo ta passando e falta 12 mil Liana — disse sorrindo.
Ele se afastou e se arrastando conseguir ficar de pé. Uma lagrima molhou meu rosto, sair daquele lugar devastada, o que faria da minha vida, onde estava o meu irmão, ele estava desaparecido a 3 dias e eu não tinha ideia de como iria resolver isso.