MADELEINE

659 Words
Creio que quase sempre é preciso um golpe de loucura para se construir um destino. ______________________ O convento de Del Rey era uma instituição que todos da cidade conheciam, era o tipo de lugar que alguém iria procurar por qualquer tipo de ajuda, não era apenas um lugar cheio de freiras, era pra muitos, um lugar de fé e cura, que também atendia pela igreja e regida por um padre. Senhor Ivan poderia dizer sobre a noite de 31 de outubro, aquela noite chovia bastante e a missa havia sido bastante proveitosa e cheia. Ele era bastante conhecido ali, ele fazia uma diferença na comunidade, essa data se tornou importante por um simples objeto encontrado. Uma cesta, uma dessas que você arruma pra um piquenique no lago ou na praça. Mas não era tão importante a cesta que foi achada. Ele escutou um raio e depois as batidas na porta da frente da igreja, ele até pensou que poderia ser os morros que haviam despejado mais um punhado de lama em algumas casas que começavam a se fazer e abrigar novas famílias, era um risco desde então. Mas não, quando ele abriu a porta da igreja, ele encarou a chuva gelada e depois a cesta diante a porta da igreja, naquele momento ele olhou além, se perguntou quem bateu, mas a única coisa que viu foi um carro virar a esquina e sumir, foi aí que ele escutou um choro, um tao baixo e abafado que fez ele pular para trás de susto. Uma das freiras que ajudava a apagar as lâmpadas, parou o que estava fazendo e se aproximou, viu o exato momento que o homem de abaixou e abriu a tampa da cesta. Ali, naquela noite, eles conheceram um bebê, não devia ter nem um dia de vida, souberam disso pelo cordão umbilical que ainda estava presente e algum sangue já seco. Ele ficou sem reação, ficou parado olhado, até sentir uma mão no seu ombro. - Deixaram aqui? - Ele ergueu o olhar, balançando a cabeça para freira. - Minha nossa senhora, tire ela da chuva. Os dois não pensaram muito, tiraram a cesta da porta e entraram direto para dentro, desceram os corredores e até chegar na parte mais interna do convento, colocando a cesta sobre uma poltrona e foram avisando a todas as freiras ou pessoa que passava por ali. A criança choramigava, havia um papel, que uma das madres pegou rapidamente e abriu, colocou um par de óculos e suspirou antes de começar a ler, fez uma pausa pra analisar se lia ou não em voz alta, mas revelou pra todos ali o conteúdo. - Eu não posso ficar com ela, então cuidem dela, sei que são as pessoas com o coração mais puro que existem, mesmo se não forem vocês, vocês vão saber o que fazer - A mulher deu ainda um balançar de cabeça, ninguém parecia acreditar que alguém havia abandonado um bebê bem na porta. - Ela acabou de nascer, ela é fruto de um relacionamento que não deu certo, eu gostaria de pedir perdão e dizer que sinto muito, que eu não posso mesmo ficar com você. Eu só pesso uma coisa, que ela se chame Madeleine. Uma das mulheres se aproximou com uma manta quente e com algumas coisas. - Vamos, temos que ajudar essa garotinha. Sendo assim, foi assim que Madeleine chegou no convento do condado de Del Rey, através de uma cesta, abandonada na frente da igreja, sem saber mais nada além do que aquele bilhete dizia. - Tem mais uma coisa aqui - O padre ergueu uma corrente fina e com um broche na ponta. Bem, uma cesta, um bebê, um bilhete e um colar. Era apenas isso que ela carregava quando chegava no convento, não tinha um destino certo, mas a pessoa que deixou aquele bebê tinha razão. Aquele era o melhor lugar que ela pode escolher, mesmo isso não sendo a melhor escolha.
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