ELLEN
Coloquei o salto e fiquei de pé, me encarando no espelho, parecia que eu iria para o abatedouro, eu me sentia nervosa e eu me preocupava com aquele nervosismo. Estava assustada por dentro, com o peito acelerado e com a garganta seca e todo o corpo tenso, mas pelo menos eu estava firme demais para andar para trás.
- p*****a do jeito que o povo gosta.
- Rick?!
- Vai para o abate.
- Você tem que falar: Vai lá amiga, arrasa com a vida dele.
Deus me livre, credo, que delicia!
Por um momento a ideia de estar com ele me agradava mais que o normal, por outa era uma sensação terrível.
- Eu não, você c***u em uma boa noite, dominar William – Ele se levanta. - Minha querida, eu se tivesse um William iria que ele me pegava 24 horas seguidas e eu não faria um pio.
- Você não entendeu ainda, não e? - Eu me sento na ponta da cama e puxo a bolsa com o batom. - Eu não estou indo para um s**o bom com ele, vou fazer a pior noite de s**o que ele já teve na vida Rick, uma que vai fazer ele desencanar de mim.
Uma noite r**m com o motor v8, vou ferrar com isso da maneira que eu conseguir.
Era isso.
- Ela vai saber disso. Ele não e burro.
- Esta falando com Ellen, eu sei fazer um papel como ninguém.
- Dissimulada você já e, mas você acha que ele vai aceitar isso, ele está criando expectativa, ele espera algo de você e nos últimos casos uma noite r**m de s**o. Isso é maluquice, Ellen!
- Se precisar de mim eu estou no celular, não deixe Nathan acordado até tarde, coloque-o na cama logo.
- Certo, mais alguma coisa? - Me levanto e respiro fundo.
- Não, tudo certo, se acontecer qualquer coisa você me liga, tá legal? - Ele balança a cabeça em afirmativa, parece preocupado e eu olho para ele.
- Relaxa, eu sei me cuidar.
- Começo a ficar preocupado com o cara, talvez..
- Não termine - Ralho.
- Megera - Briga. - Onde vai se encontrar com ele?
- Eu havia pensado em um lugar que eu conhecia, mas ele falou que seria melhor na casa dele.
- Onde é isso? - Meu celular apita e eu o pego, vendo a mensagem dele na tela falando que M já estava na porta do prédio.
- Eu não sei bem, também não me importa isso agora, eu já vou – Saímos do quarto e assim que paro na sala eu me abaixo até Nathan e ele desvia a atenção dos brinquedos e olha para mim. - Mamãe já vai, tio Rick vai ficar com você, tudo bem?
- A senhora está cheirosa e bonita – Ele sorri e se levanta, se aproximando e me dando um beijo na bochecha. - Tenha uma boa noite mamãe.
- Você também, meu celular estará comigo, se precisar me liga, tudo bem? - Ele sorri e volta a se sentar, me levanto e Rick me acompanha até a porta. - Cuida dele.
- Com a minha própria vida, se cuida e toma cuidado.
E a noite começava, quando desci as escadas eu vi M parado encostado no carro, acenou a cabeça para mim e abriu a porta.
- Onde esta, William?
- Ficou , pediu para buscar a senhorita – Eu entro e fico quieta na minha, noto o caminho demorado.
- Ele mora longe assim?
- Do outro lado da cidade – Fala. - Mais uns minutos e chegamos.
- Há quanto tempo está com ele? - Pergunto.
- Desde que ele perdeu a licença no transito pela primeira vez a sete anos atrás.
- Ele perdeu mais de uma vez?
- Essa é a quarta vez – Ele faz uma pausa. - Ele decidiu me manter, ele tem a vida agitada e às vezes as noites dele são intensas.
Eu sabia o que ele queria dizer com Intensas.
Quando o carro fez uma curva mais estreita eu ergo meu olhar e encaro a garagem de um prédio.
- Chegamos, o elevador e no fim - A porta se abre e eu desço. - Décimo segundo andar, vai ver duas portas no corredor, e a da sua esquerda – Eu aceno com a cabeça e sigo direto pelo caminho indicado, quando eu paro diante o corredor eu vejo as coisas um tanto sem iluminação, mas eu sigo até a porta à minha direita, não há campainha ou nada do tipo, ergo a mão e bato três vezes e fico parada.
Começo a ficar ansiosa e nervosa.
A porta se abre eu respiro fundo.
Hora de entrar no jogo.
- Olha quem está batendo – Ele abre a porta e me dá espaço para que eu entre. - Em alguns lugares temos a tradição de tirar o sapato é algo assim, mas aqui a tradição e... - Balanço a cabeça e ele para de falar. - Certo Ellen, não vou fazer minhas piadas sujas. Agora.
Dizem que homens são todos iguais mas eu não concordo, William não e igual a nenhum outro.
Mas e movido a s**o.
- Então é aqui que você mora, princeso? - Entro e deixo a bolsa no aparador ao lado da porta e me movo. Uma surpresa me toma quando eu vejo uma decoração arranjada e engajada. - Você decorou isso?
- Não! Eu comprei fechado assim, tenho uma casa, essa eu meio que eu decorei, mas ela é grande e foi um presente da minha mãe e do meu pai. Não é muito legal morar em uma casa grande. Então moro aqui que tem tudo é arranjado.
- Sua mãe....
- De criação, Ellen – Ele continua parado com as mãos no bolso da bermuda jeans escura. - Você está linda. Agora eu posso dizer – Ele se aproxima. - Isso tudo e para mim.
- Sim, você pode, Willian, mas você também está legal, mas sinto falta do seu estilo terno e calça social – Falo e olho para ele, na verdade eu prefiro ele assim mesmo. Ele está sem camisa e só está com uma bermuda. O pensamento de ver ele nu me fazia perguntar se além do peito ele também havia pelos lá em baixo, na região sul.
- Estou em casa, meu bem, por baixo dessa bermuda aqui eu estou com eu vim ao mundo, você não me disse que iriamos sair, então estou a vontade – Eu me sento no sofá. - Você e como um livro lacrado Ellen, mas eu sou um desbravador de lacres.
- Cuidado para não se machucar - Aviso em tom de brincadeira, mas no fundo eu sei o que falo.
- Machucar faz parte, mas me diga, por onde começamos?
- Quero beber algo – Ele fica parado me olhando e sorri.
- Você não preparou nada? Vai ser cru assim?
- Como assim? - Me fiz de desentendida.
- Você falou que iria me levar para cama, não vamos ter preliminares? Te garanto que se fosse comigo e eu estivesse no seu lugar, eu faria diferente.
- Mas você não está no meu lugar, então, pegue algo para mim beber – Ele morde o lábio inferior e me dá as costas.
Minha santa p******a, me ajuda.
Observo a sala ampla dele, é bem maior olhando por dentro, com dois sofás enorme diante uma Tv grande e uma coleção enorme de cds em um suporte embutido, me levanto e me aproximo, analisando os CDs e olhando o nome, ficou surpresa com os que eu reconheço, quase como minha playlist do celular, ele tinha bom gosto, devia admitir.
Vejo alguns em evidências, como Michael Jackson.
- Gostou de algum? – Me viro e ele coloca a garrafa de vinho com uma taça na mesa de centro e se aproxima, parando ao meu lado. - Conhece algum?
- Muitos, você gosta?
- Sim, me distrai – Eu ergo a mão e apontou para um.
- Não imagino você dançando ou ouvindo Michael Jackson – Ele sorri.
- E porque você não me viu dançando moonwalker ou thriller – Eu abro e fecho a boca.
- Tá brincando, não está? - Ele balança a cabeça. - Coloque e dance, isso e impagável! - Disparo.
- Thriller? - Balanço a cabeça e ele volta a morder o lábio inferior, mas se move e puxa o CD, eu me afasto e me sento. - Olha, eu dancei isso no colégio e na universidade com os caras, você nunca dançou, Michael Jackso ?
- Muito, mas quero ver você – Ele puxa um controle e se vira.
- Levanta – Eu balanço a cabeça.
- E você que vai dançar, não eu William.
- Levanta, p***a! - Fala e depois se aproxima. - Os dois ou nada – Me levanto e me aproximo dele. - Gosto do seu jeito corajoso, Ellen – Ele dá começo e a música soa alto. - E quase meia-noite, princesa – Ele brica e vejo ele mexer os ombros para cima e para baixo e eu o acompanho.
Por um segundo eu quis parar, aquilo não era o plano, mas foi olhar par ao lado e ver ele sorrindo que eu me desfiz.
- Caramba! - O ritmo me faz sorrir e me mexer.
- Relaxada? Você tem que saber dançar para me acompanhar - Ele debocha.
- Não começa, William – Eu falo e quando a música dispara eu só vou, com a coreografia que eu dancei tantas vezes, olho para o lado William está sorrindo e dançando, eu gargalho, mas eu não paro. - Vamos, princeso, mexa essas pernas.
E ele faz, girando e mexendo o quadril de uma forma cômica, ele leva suas mãos para o alto da cabeça e bata palmas.
O tamanho dele não era algo que eu imaginava dançando thriller, mas quando a música parou ele parou.
William era uma grande carga.
Eu puxei uma golfada de ar e soltei o ar pela boca lentamente, abri a boca para falar alguma coisa e ele me puxou pela cintura, levando a mão à minha nuca e me beijando.
Do jeito rude dele, mas eu tinha a minha lição de casa para fazer.
Infelizmente nem tudo é o que queremos.