Capítulo 2 - Reencontro inesperado

1106 Words
Arregalei os meus olhos e logo em seguida uma voz me tirou do mundo da Lua dizendo: — Vizinha, você por aqui? Quando olhei, era o carinha que havia me ajudado há pouco tempo atrás. — Ah... Oi... É... Eu vim comprar umas coisinhas. Ele sorriu e quando iria falar alguma coisa, o cara que esbarrei disse: — Conhece ela de onde? — Ah, eu ajudei ela faz pouco tempo com as malas, ela é a nova vizinha que eu te falei. — Falou? — Falei surpresa. — Falei sim. — Ele sorriu e logo disse: — De quem é esse celular quebrando em suas mãos, Caio? Quando eu escutei aquele nome, o meu coração começou a disparar, será? Não, não podia ser ele, eu devo estar ficando doida. Fiquei nervosa e logo puxei o celular da mão do Caio dizendo: — É meu, vou numa assistência, até mais. — Falei apressada. — Pra que a pressa, pô? Eu sei arrumar isso, tenho uma loja de celulares. — Disse o vizinho que me ajudou com as malas. Merda! — É... Não precisa se incomodar, eu insisto que me dê esse celular, amanhã mesmo está em suas mãos. — Falou com o maior prazer. — Então me passe o endereço que eu levo lá. — Falei querendo ir embora. — Nós te levamos. — Falou se oferecendo. Droga! Como fugir disso? Como? Quando eu cliquei no botão do meu celular, o mesmo não deu sinal de vida. — Ah, meu Deus, ele parou de funcionar, d***a, eu precisava ligar para minha mãe. — Falei praticamente desesperada. — Eu fiz isso, então te empresto o meu celular pra ligar para a sua mãe. — Disse Caio. Eu estava confusa com aquilo acontecendo, uma parte de mim dizia que era ele, e outra dizia que era coisa da minha cabeça, mas... Em qual parte acreditar numa hora dessas? Ignorei totalmente as minhas loucuras e disse: — Tudo bem, eu irei aceitar. Ele começou a procurar o celular e disse: — Acho que deixei em casa, Mateus, está com o seu aí? — Não tô não, cara, deixei em casa também. Espera, Mateus?... Encarei bem o tal de Mateus e tentei ligar os pontos, uma pontada de alívio surgiu em mim, Mateus e Caio nunca se deram bem, por que iriam morar juntos? Não faz sentido. — Tudo bem, eu me viro depois. — Falei já ameaçando andar. — Vamos lá em casa e você já deixa o seu celular comigo que eu levo pra loja, problema resolvido. — Disse o Mateus. — Tudo bem, mas antes preciso terminar essas compras, se não se importam. — Nós também temos que fazer a nossa, nos encontramos no estacionamento? — Perguntou Mateus. — Fechado! — Falei concordado e continuando as minhas compras. Eu estava tranquila, mas ao mesmo tempo com a pulga atrás da orelha. O destino jamais iria aprontar uma dessas comigo, eu tenho total certeza. Já no estacionamento, coloquei as compras no porta-malas e coloquei o carrinho num lugar apropriado. Quando encostei no carro, avistei os dois cheio de sacolas nas mãos. — Eles não aparentam ser um casal. — Pensei comigo mesma. — Vamos? — Falou Mateus. — Vamos. — Sorri fraco e olhei de relance para o Caio, que me encarava quieto. — Ai meu Deus, será? — Falei agoniada já dentro do meu carro. Seguimos para o caminho de casa e eu logo gravei o percurso para não ter que ficar ligando o GPS todas as vezes. Ao estacionar o carro de frente para a minha casa, logo desci e encarei o carro preto deles, esperando que os mesmo saíssem. Depois de alguns minutos, eles saíram do carro e me guiaram até a casa deles, que era bem bonita e bem mobiliada também para dois homens. — Nossa, finalmente. — Escutei uma voz feminina saindo de um cômodo que mais parecia a cozinha. A mesma me olhou de cima a baixo e perguntou: — Oxi, quem é essa? — A encarei séria odiando o tom que a mesma usou para se referir a mim. — Melody, seja mais delicada. — Pronunciou o Caio, me fazendo se arrepiar totalmente. Arregalei os meus olhos e logo a reconheci, sim, era a Melody, loira e corpuda como sempre. — Eu preciso ir, desculpe. — Falei me virando para sair, mas logo seguraram o meu braço, quando me virei, era o Mateus. — Está tudo bem? — Perguntou o mesmo. Eu não conseguia mais olhar para o Caio, eu queria correr, queria fugir dali e nunca mais voltar,ele estava mesmo com ela esse tempo todo. Não que eu me importasse, mas eu não estava psicologicamente preparada para tal coisa. — Está sim, só me deu um m*l estar. — Menti. Espera aí Jennifer, você já não é mais uma criança, precisa enfrentar a realidade, e se eles descobrirem, que se dane, você precisa mostrar que superou e que não se importa mais. Mais... Mais é tão difícil... Eu sei que é, eu sou você, mas faz isso por nós. Obrigada, Sub. — Irei pegar o celular. — Falou Caio subindo as escadas. — Tenho que buscar a morena. — Falou Mateus. — Ela já saiu do curso. — Disse sorrindo fraco e se retirando. Ficou apenas eu e a Melody na sala. — De onde você é? — Falou pegando uma sacola no sofá e me encarando com a maior cara f**a. — Sou daqui! — Respondi seca. A mesma não disse nada, apenas se retirou com as sacolas e voltou para o mesmo cômodo que estava antes. Olhei ao redor e encontrei algumas fotos penduradas. Comecei a observar as mesma e parei em uma. Era o Caio quando era mais novo... Uma lágrima ousada escorreu sobre o meu rosto e me odiei por isso, eu estava certa, é ele mesmo... Já não haviam mais dúvidas. — Ei, o celular. — Falou Caio descendo as escadas. Limpei a lágrima rapidamente e sorri me virando para ele. — Obrigada. — Falei pegando o celular e me retirando daquele local. Quando coloquei o número da minha mãe lá constou "Tia Clau", um aperto no peito tomou conta de mim e me segurei para não chorar mais. Ligação: — Caio?! Está tudo bem? — — Oi, mãe, sou eu, cheguei bem, tá? — Falei segurando o choro e desligando rapidamente. — Obrigada. — Falei entregando o telefone nas mãos dele e saindo andando. — Ei espere! — Falou ele. Logo um barulho de celular tomou conta do ambiente e eu travei, a minha mãe havia ligado de volta. d***a! — Jennifer?... — Pronunciou Caio.
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