Capítulo 1- A despedida
Jennifer
Aqui estou eu, sentada na cadeira fofinha que fica na varanda da casa da minha mãe, pensando em como o tempo passa rápido demais e de como a minha vida mudou desde que vim para Portugal, hoje eu volto para são paulo, decidi fazer a faculdade lá e não está sendo nada fácil para mim ter que deixar tudo para trás novamente, principalmente os meus amigos que considero irmãos, Luan e Rebeca. Falando em amigos, hoje completam 4 anos que vim para Portugal e deixei minha vida inteira em São Paulo.
Respirei fundo e logo me levantei da cadeira dando de cara com o Luan.
Dei um pequeno sorriso, mas esse sorriso logo se foi quando me lembrei que eu estava prestes a ir embora.
O mesmo caminhou lentamente até mim e me abraçou bem forte.
— Eu irei sentir a sua falta, pequena. — Falou ainda me abraçando.
Senti uma pequena lágrima escorrer sobre o meu rosto e logo a limpei saindo do abraçado e o encarando.
— Eu também irei sentir a sua, Luan.
— E de mim? — Falou Rebeca aparecendo na porta da varanda e correndo em minha direção já chorando.
— Não é justo você ir embora. — Falou ela em soluços.
— Eu sei, amiga, eu sei, mas eu sinto que preciso ir. — Falei num tom triste quase desistindo de ir.
Senti outro abraço por trás de mim e era o Luan.
Depois daquela cena, escutei passos e logo o barulho cessou.
— Filha? — Falou minha mãe fazendo com que o Luan e a Rebeca me soltassem.
Olhei na direção dela e logo se formou um nó em minha garganta, eu teria que a deixar... Não, ela não voltou para são Paulo e nem o meu pai, agora eles moram oficialmente aqui em Portugal e deixaram a casa de São Paulo como herança para mim.
Fui na direção da minha mãe e abracei ela também.
— O táxi chegou. — Falou meu pai se aproximado de nós.
O abracei também e todos começaram a chorar.
Por fim me despedi de todos e respirei fundo mais uma vez.
Troquei mais algumas palavras com todos e adentrei o táxi com minhas malas.
O carro começou a andar e eu avistei eles sumindo aos poucos...
Encostei a minha cabeça na janela e fechei os meus olhos.
Bem... Sobre o Caio, ele não sabe que vim para cá e pedi total sigilo aos pais dele, que voltaram para São Paulo e viviam visitando aqui, até casas eles possuíam aqui.
Acabei ficando depressiva e exclui minhas redes sociais, troquei de número e acabei perdendo o contato com todos, sem excessão nenhuma, o que foi triste, pois eu realmente tinha um vínculo com a Bia.
Abri os meus olhos ao relembrar os momentos que vivi e me odiei por ter sido tão tola no passado.
Algumas horas depois...
Já de frente para a minha antiga casa, a observei e estava intacta, meu pai havia contratado uma mulher para manter a casa em forma, e pelo menos, do lado de fora, a pintura estava em dia.
Abri a porta lentamente e o cheiro de sempre invadiu as minhas narinas.
Pequenas lembranças começaram a vagar em minha mente, mas eu logo as mandei para longe.
Abri a porta por completo e logo comecei a colocar mala por mala dentro de casa.
Quando eu iria pegar a penúltima mala, alguém a pegou delicadamente de minhas mãos atraindo o meu olhar.
— Eu m*l cheguei e já estou sendo roubada, sério isso? — Falei um pouco irritada e com indignação.
— Que isso, moça, eu jamais roubaria você. — O cara com os cabelos castanhos e olhos da mesma cor sorriu e pegou a mala por fim. — Nós somos vizinhos, prazer, me chamo Mateus.
Ele me estendeu a outra mão para mim e sorriu gentilmente.
— O prazer é meu, Mateus, obrigada por me ajudar com as malas.
— Que isso, apenas um pequeno gesto de boas-vindas.
Sorri para ele que pegou a outra mala e encaminhou para a entrada de minha sala.
— Obrigada mesmo, fico te devendo essa. — Sorri já dentro de casa perto da porta.
— Que isso, qualquer coisa eu moro na casa aqui da frente.
Falou já me cumprimentando e saindo.
Fechei a porta e suspirei fundo, eu havia literalmente tomado um susto daqueles.
Andei pela casa e passei a mão em alguns móveis, eles estavam com um pouco de **.
Balancei a cabeça e fui até a área de serviço procurar um pano e produtos, e adivinhem? Vazio.
— Com certeza irei avisar o meu pai que a Gina não vem aqui tem uns 2 meses. — falei comigo mesma.
Peguei a chave do carro que meu pai havia comprado e mandado entregar aqui, e fui até a garagem.
Entrei no mesmo e liguei o GPS, pois faziam anos que eu não andava por aqui e não queria arriscar.
Já no mercado, comecei a colocar os produtos no carrinho e andava distraidamente pelo mercado olhando os produtos.
— Opa. — Escutei uma voz masculina.
Olhei para frente e levei um pequeno susto, fazendo com que o meu celular que estava em minhas mãos com a pequena lista de coisas para comprar que eu havia feito enquanto não abria os semáforos, fosse ao chão com tudo.
— Aí meu Deus, desculpa, eu estava distraída. — Falei me desculpando com o cara que eu havia batido o carrinho.
Me abaixei e peguei o meu celular que estava com a tela toda trincada.
— d***a! — Murmurei comigo mesma lembrando que eu ainda não havia avisado os meus pais que eu tinha chego aqui.
— Tudo bem, não foi nada. — Falou o moço parado em minha frente imóvel.
— Isso foi culpa minha. — Falou o cara pegando o celular de minhas mãos e analisando o mesmo.
— Não foi não, isso foi culpa minha, fique sossegado. — Falei pegando o celular de volta das mãos dele.
— Eu insisto! — Falou pegando de volta o celular.
Cruzei os meus braços e logo o encarei, tendo a sensação que já tinha o visto em algum lugar.
Tentei ignorar aquilo mas era praticamente impossível.
— Eu acho que te conheço. — Falamos em uníssono.