Capítulo 4

1630 Words
- Espera, você teria que ficar aí por causa da editora? - ela pergunta. - Sim, mas isso não importa, eu não vou te deixar sozinha! - Você tem um compromisso com a sua carreira! Vamos fazer assim, eu vou pra sua casa então. Fica aí que eu tô chegando. Agora preciso desligar. Fica calma que eu tô bem! Eu te amo! - Também te amo! Ela desliga e eu fico andando de um lado pro outro. Estou tão nervosa. Por que isso tinha que acontecer justo quando eu não estava lá pra cuidar dela? Mando mensagem pra Helena: "Me mantenha informada de tudo, pfv" Ela responde: "Tá tudo bem! Mantenho sim!" Permaneço assim, de um lado pro outro no apartamento até que a campainha toca perto das 3:30 da manhã. Corro pra abrir. Nem reparo nas outras pessoas na porta, me lanço no pescoço dela e lhe beijo na boca, no nariz, na testa, pelo rosto todo. - Eu fiquei tão preocupada com você! - digo entre os beijos. Ela ri. - Calma, esperem entrar pra tirarem as roupas! - Helena diz rindo. Dou mais um beijo na boca dela e me afasto para que a Helena, a Jana e o Felipe entrem. Ajudo a Heloisa a entrar e sentar no sofá. Os outros deixam as malas, se despedem e vão para um hotel. Quando eles saem, fecho a porta e me sento do lado dela. Tomo sua face com as duas mãos e beijo cada centímetro do rosto dela enquanto ela ri. - Viu? Estou viva e estou bem! Agora pode ficar calma! - ela diz rindo. Paro de beija-la e fico observando seu rosto ainda sem solta-lo. - Tá tudo bem! - ela diz me tranquilizando. - Eu fiquei com tanto medo! - digo já com a lágrima descendo pelo rosto - Não me perdoaria se algo mais grave acontecesse com você e eu não estivesse lá pra te cuidar! -Eu tô bem, fica calma meu amor! - ela diz limpando meu rosto, depois me abraça - Só ganhei um novo acessório por um mês! -Você ainda ri! - digo me afastando pra olhar seu rosto - Me conta o que aconteceu? - Eu não sei direito, acho que virei o pé por causa do salto. O que importa é que eu tô bem e que vou ser muito mimada por você! - ela diz me beijando. - Vai mesmo! - digo entre o beijo. Beijo ela com o desespero de alguém que está prestes a perdê-la! Lhe beijo como se o mundo fosse acabar junto com aquele beijo. - Acho que tenho que me machucar mais vezes! - ela sussurra enquanto minha boca percorre o pescoço dela - Não tem ideia do quanto esse desespero em suas carícias me deixam excitada! - Se controla que você acabou de sair do hospital, mulher! - sussurro na orelha dela fazendo com que ela fique arrepiada. Ela puxa meu cabelo. - Assim é covardia, me beija assim e não quer que eu fique excitada! Não acenda meu fogo se não for apagar! - ela diz sem desviar os olhos dos meus enquanto aproxima a boca da minha e puxa meu cabelo. Dou um leve gemido quando os lábios dela tocam os meus e ela morde meu lábio inferior. Ela ri. - Não é um pé imobilizado que vai me impedir de te amar! - ela diz ainda segurando meu cabelo - Eu quero você, aqui, agora! Ela apenas encosta os lábios nos meus, solta meu cabelo, se afasta e me olha com desejo. Sem pressa, suas mãos se direcionam à minha barriga e ela se livra da minha blusa. Enquanto observa meus s***s, ela sorri e morde o próprio lábio. Isso me deixa muito excitada. Tiro, com pressa, a blusa dela. - No sofá da sala! Excitante! - ela diz sorrindo. - Você e essas suas taras! - exclamo rindo. - Você que desperta isso em mim! - ela diz com a boca pertinho de mim. Enfio a mão entre seus cabelos e lhe puxo pra mais perto. Meus lábios tocam os dela e minha língua percorre sua boca. Ela tenta se ajeitar em cima de mim no sofá, mas acaba não conseguindo. Ela fecha os olhos e não consegue reprimir um gemido que lhe escada por entre os dentes cerrados. Sei que não é de desejo. - Está tudo bem? - pergunto assustada. - Só tá doendo um pouquinho! - ela força um sorriso ainda de olhos fechados. - A gente vai ter que se controlar e respeitar suas limitações! - ela permanece m*l ajeitada em cima de mim, olha pra minha barriga e me toca com as mãos - Loucura isso! A gente não pode te colocar em perigo! - ela enfia a mão dentro do meu pijama enquanto continuo falando - Imagina se seu pé piora só porque a gente não consegue estar no mesmo lugar e permanecer vestidas! - ela começa a mover os dedos mais rapidamente em mim - Alguém de nós tem que ter juízo! - digo já quase gemendo enquanto ela me olha nos olhos e não para de mover os dedos - Mas parece que não vou ser eu! - finalmente me rendo, fecho os olhos e me entrego ao prazer que aquilo me proporcionava. - Não existe nada melhor que te ouvir gemer assim! - ela diz pertinho da minha boca. Não economizo nos gemidos, gemo ainda mais alto por saber que ela gosta. Ofegante e sem ter total controle sobre meu corpo, beijo ela enquanto ela tira a mão de dentro do meu pijama. Matheus entra no apartamento um pouco bêbado e ri quando nos vê sem blusas no sofá. - Façam de conta que eu não estou aqui! - ele diz tapando os olhos e indo em direção ao seu quarto. Ela ri e se senta no sofá. - Fomos descobertas! - ela diz rindo e olhando pro pé machucado. - Tá doendo? - pergunto tocando o braço dela. - Só um pouquinho! - ela diz forçando um sorriso. - A gente não deveria.. Ela interrompe minha frase me beijando. - Tá tudo bem! - ela diz passando a mão em meu cabelo. - Vamos pra cama? - Tenho interesse! - ela diz passando a língua nos lábios. - Só você mesmo pra pensar nessas coisas mesmo sentindo dor! Ajudo ela a se levantar e coloco ela na cama. Arrumo um travesseiro em baixo da perna dela e me deito ao seu lado. Ela encosta a cabeça em meu ombro e não demora muito a pegar no sono. Sentindo o cheiro que o cabelo dela deixa no ar, começo a pensar no quanto foi desesperador não poder segurar a mão dela enquanto ela estava no hospital, não ter certeza de como ela estava e não poder fazer nada para ajudá-la. Concluí que não saberia viver longe dela. Precisava estar perto cuidando dela, não era só ela que não aceitaria uma relação à distância, eu também não saberia lidar com isso. Só me restava decidir se teria coragem de jogar a carreira pro alto ou largar ela pra sempre, porque continuar com ela e ir pra Espanha ao mesmo tempo não era uma opção! O dia nasce, me levanto e tomo um banho. Vou pra cozinha e preparo café. Muito tempo depois ela acorda e vem se sentar à mesa comigo. - Você está estranha - ela diz assim que me sento do lado dela. - Impressão sua - digo rindo - Só fiquei preocupada com você. - Mas você tá estranha desde antes do acidente. - Não viaja, eu tô normal! - digo servindo a xícara dela com café. - Tudo bem, vou acreditar em você! - ela ri. - Bom dia meninas! - Matheus diz sorridente entrando na cozinha. - Bom dia, Matheus! - Heloisa responde enquanto Matheus lhe da um beijo na testa. Logo em seguida ele beija a minha testa e se senta. - Assim, ter um celebridade na nossa humilde mesa pro café da manhã é uma honra, mas posso saber qual o motivo de você nos dar o ar da vossa graça? - Matheus pergunta pra Heloisa. - Ganhei um acessório novo ontem e vim mostrar ele pra Sarah! - ela diz levantando a perna e mostrando a bota ortopédica pro Matheus. - É um pouco cafona! - Matheus diz e Heloisa começa a rir - Ainda bem que você veio mostrar seu acessório pra ela, porque, se eu conheço minha amiga e eu conheço, ela já estava saindo feito louca pra ir atrás de você! - Realmente você conhece ela muito bem! - Heloisa ri mais. Alguém toca a campainha e o Matheus levanta pra atender. Continuamos rindo, Heloisa e eu, até que minha mãe aparece na porta da cozinha. - Bom dia! O Matheus me ligou ontem pra vir aqui por causa da carta, não sabia que vocês tinham visita! - minha mãe diz forçando um sorriso pra Heloisa. - Que carta? - Heloisa me pergunta com os olhos arregalados. - Uma carta que chegou pra minha mãe, né mãe? - olho pra minha mãe com um olhar de súplica. Minha mãe não gostava da ideia do meu relacionamento com a Heloisa, não que ela não aceitasse minha bissexualidade, é que ela dizia que eu havia parado de viver pra mim e havia passado a viver pra Heloisa. Ela sempre dizia que eu era o cachorrinho da Heloisa e que eu fazia tudo o que ela queria. - Sim - minha mãe diz após respirar fundo. Ela entendeu que eu não havia contado e que aquele não era o momento mais apropriado pra contar. - Senta com a gente e toma café! - Matheus diz arrastando minha mãe até a mesa.
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