Capítulo 06 Gabi

1131 Words
Gabi Narrando Chegamos e ainda não eram nem 22 horas, mas o lugar já estava lotado. Me senti um pouco deslocada no início, mas logo me acostumei — bastou ouvir as batidas do funk. Eu já amava esse tipo de música, e esses seis meses ao lado da Fabíola me fizeram viciar de vez. Um grupo de caras se aproximou, e Fabíola foi saindo de fininho para o outro lado, se afastando deles. Só que, quando dei por mim, um dos caras já estava praticamente em cima de mim. Sem alternativa, dei passos largos para trás. Não sei se foi sorte ou azar, mas acabei esbarrando direto no corpo de um dos caras mais gatos que eu já tinha visto. Minhas bochechas queimaram de vergonha quando percebi que minha bundä encostou nele. Sabe aquele ditado sobre ter peitös grandes e eles chegarem antes da dona? Pois é, comigo foi só os peitös a bundä também chega primeiro. Gabi – Foi m*l aí – falei, saindo rápido. Fabíola percebeu meu desespero, pegou no meu braço e me guiou para o outro lado. Fabíola – Respira, senão tu vai explodir – disse, enquanto eu tentava me acalmar sem olhar para trás. Zoi – Coé, loira, tá branca igual papel – falou, se aproximando. Fabíola – Nada demais, Zoi – cortou ela logo. Zoi – Beleza, então. Vou dar um giro. Qualquer coisa é só acionar – ele disse, piscando pra mim, e Fabíola revirou os olhos. Gabi – Mulher, o cara é cheiroso pra carälho – comentei, e a filha da mãe caiu na risada. Fabíola – Isso eu sei kkkkk – respondeu, rachando o bico. DJ – IAE HELIÓPOLISSSSSSS! – ele gritou, fazendo a galera vibrar e pular com a energia dele. Fabíola – Caralhoooo, Falcãoooo, seu lindo! – ela gritou. Começou a cantar junto com o DJ, que agora puxava o coro da música: "Eu renasci das cinzas pronto pra vencer, Nenhum lugar é alto pra quem quer voar, Não há montanha que Deus não possa mover, E as portas que ele abriu, ninguém mais vai fechar." Falcão – E desde o ventre da minha mãe, já tava escrito, Nóis veio pra ser luz, mundão tá poluído, Foi entre milhões que nóis foi escolhido, História gigante não cabe no livrö – ele cantava entrando no meio da fumaça. Gabi – Eita, o cara é bom demais! – Com os shows de Brasília, a energia era legal, mas nada como estar aqui no meio da galera. Perneta – Patrão tá chamando vocês pra irem lá pra área VIP – ele disse. Eu, concentrada na música e acompanhando a Fabíola, só balancei a cabeça dizendo que não. Falcão – Simboraaaa, paizão! Fala, Enxame, meu camarada – ele apontou na nossa direção. Enxame – É nóis, viadô! – ele gritou, e percebi que estava alguns passos atrás de nós. XXX – E aí, gostosa, tá sozinha? – senti meu braço ser puxado. Fabíola – Não, ela tá comigo – disse Fabíola, me puxando. Perneta – Fica na tua, playboy – falou, enfiando o fuzil na cara dele. Playboy – Qual é, irmão? A mina é tua? – ele respondeu, e eu logo me adiantei. Gabi – Antes sozinha do que m*l acompanhada. Um cara que não sabe nem chegar numa mina direito não merece companhia – falei, dando um esbarrão nele e saindo dali. Fomos para o bar do outro lado, compramos uma bebida cada uma, e ficamos curtindo e dançando. A rua foi ficando cada vez mais lotada, e dava para ver que tinha muita gente que não era da comunidade. Toquei no braço da Fabíola, percebendo que o playboy estava vindo de novo. Como eu era baixinha, tentei ver se o Perneta estava na cola dele ou prestando atenção na gente. Gabi – Ai, cara, deixa de ser pegajoso – ele tocou no meu braço, e eu me desvencilhei rápido. Fabíola – Carälho, irmão, tu não tá vendo que tá sendo inconveniente, não? Porrä, se enxerga! – e deu um empurrão nele. Logo uns molequinhos, bem novos, uns 13, 14 anos, entraram na nossa frente. Enxame – Quando eu falar pra irem pra área VIP, é pra ir, e não se fala mais nada – ele segurou firme no meu queixo, inclinando minha cabeça pra que eu olhasse nos olhos dele. Os olhos dele revezavam entre os meus e o meu decote. Pra pirraçar, dei uma mexida no corpo, fazendo o decote abrir mais. Enxame – p**a que pariu – ele murmurou. Fabíola – Tu sabe que curtir aqui embaixo, no meio da galera, é bem melhor – disse, enquanto ele ainda segurava meu queixo e lançava um olhar sério pra ela. Enxame – Eu só espero que eu não tenha que falar com vocês duas vezes – falou todo autoritário, encarando Fabíola. Gabi – Área VIP normalmente é pra padrão, ou seja, pras pessoas especiais. Nóis é povão – me arrependi na hora do que tinha dito. Fabíola – Enxame, solta ela, cara – pediu ela, e Mc Ryan se juntou ao Falcão no palco. Gabi – Agora sim – murmurei, balançando levemente a cabeça, e ele soltou meu queixo. Enxame – Não vou falar de novo. Tô esperando vocês – ele olhou fundo nos meus olhos, se virou para Fabíola, falou algo no ouvido do Perneta e saiu. Lidia – Putä nova do Enxame? – ela perguntou bem na hora que ele saiu. Gabi – Putä quem? Eu? Dele? Kkkkk – arqueei a sobrancelha, fazendo cara de deboche. Fabíola – A única p**a que tô vendo aqui é você. Só que você não é do Enxame, né? – rebateu, tirando a mina do sério. Lidia – Me falaram que tu tava na área, só não sabia que era tão afrontosa – e era visível que Fabíola estava se segurando para não partir pra cima dela. Fabíola – Acho melhor a gente subir pra rua de cima – disse, bem na hora que eu ia responder a mina. Pra evitar confusão, fui junto com ela. Na outra rua, não tinha Falcão nem Mc Ryan no palco, mas tinha umas minas muito doidas dançando ao som do DJ Volpe DeeJay. Só de ver elas balançando, a gente começou a dançar também. DJ – GRANDE BAILE DE HELIPA, O MELHOR DOS MELHORES BAILES DE TODOS OS TEMPOS! – ele gritou, e a galera vibrou. Topete – Carälho, Fabíola, vocês vão arrumar pra minha cabeça. O homem tá uma arara porque perdeu vocês de vista – falou ele, me deixando surpresa. Gabi – Sério isso? O baile acontece em vários pontos da comunidade, nós somos obrigadas a ficar em um só? – Fabíola parou de dançar, rindo, e me olhou. Fabíola – Faz assim, lindinho, fala pro Enxame ficar na dele, que estamos curtindo...
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