Episódio 2

1272 Words
O homem se aproxima de mim. Ele caminha vagarosamente, como se estivesse com preguiça de ter que lhe dar comigo. Mas, ao mesmo tempo, a distância entre nós está diminuindo rapidamente, apesar de eu ainda estar recuando. Por causa das lágrimas enchendo os meus olhos, não consigo enxergar bem, mas consigo sentir o cheiro do canalha perfeitamente. Ele cheira a perigo e morte. E o calor de seu corpo quente pode ser sentido mesmo à distância. O bandido me levanta do chão com facilidade, como se eu fosse um pedacinho de papel que não pesa nada. Eu me contorço em seus braços e luto pela liberdade, como um pássaro que foi colocado em uma pequena gaiola contra a sua vontade. Ela luta, até perder as penas, mas as varas duras não cedem. Então, para o bandido, toda a minha agitação sem sentido não significa nada. Ele habilmente me joga por cima do ombro. Eu parei em suas costas largas. Estou gritando o meu irmão. Mas ninguém vem em meu auxílio. Ninguém está tentando me libertar ou arrancar as patas desse monstro com uma cicatriz no rosto. Uma mão grande pousa na minha bu*nda. O homem literalmente me prende em seu ombro. Continuo histérica e bato cada vez mais a palma da minha mão em chamas nas suas costas. A partir desses movimentos, parece que o vestido está subindo completamente, e as patas do bandido já repousam descaradamente sobre a minha pele nua. O homem não faz cerimônia comigo. Ele me amontoa no banco de trás de seu enorme SUV e bate a porta. Estressada, nem penso em puxar o vestido para baixo, mas imediatamente corro para a porta. Só que já está bloqueada. — Artur! Eu grito a plenos pulmões. — Artur, por favor! Por favor, me salve... Meus gritos desaparecem quando o enorme carro começa a se mover. Eles se transformam em histeria silenciosa. Exausta, caio de costas no estofado do carro. Não pensei que algo assim pudesse acontecer comigo. Nunca vi tanto horror, nem mesmo nos meus pesadelos. Tudo o que acontece parece mais com a morte. Só que não é rápido e humano, mas longo e doloroso. Mas, literalmente, uma ou duas horas atrás, tudo era diferente. Uma amiga me ligou para saber se eu estava pronta para a festa hoje. — Sim. Respondi. — Você não vai queimar o Artur com cigarro como da última vez, não é? — Bem, se acontecer alguma coisa, eu não respondo por mim. É hora de acabar com o tirano cr*uel. Disse, minha amiga com confiança. — Não diga isso. Eu rio. — Ele apenas cuida de mim. Isso é tudo. — Bem, sim. Como se você ainda tivesse oito anos. Minha amiga está certa. Não tenho mais oito anos e Artur deveria levar minha opinião em consideração. — Lana! Grita o meu irmão que voltou repentinamente do corredor. Decidi que era hora de dizer a ele que era adulta e poderia decidir por mim mesma. Só que a minha indignação está presa em algum lugar na minha garganta. Artur já estava jogando do mezanino uma grande mala de viagem, na qual enfiou indiscriminadamente tudo o que estava ao seu alcance. — Lara, arrume suas coisas rapidamente, estamos indo embora! Ele gritou comigo, congelado no corredor. Meu instinto me disse que algo terrível havia acontecido. Meu irmão é uma pessoa calma e sem conflitos por natureza. Ele é um cidadão cumpridor da lei e meu principal apoio. Mas agora o pânico em seu olhar quebrou a sua percepção habitual do mundo. Eu me sinto enjoada. Tentei de alguma forma entender a situação, começar a agir, mas não consegui me mexer. Meu irmão estava muito nervoso. Eu nunca o vi assim. Movimentos rápidos e bruscos e um novo lote de coisas estavam guardadas na mala. Eu nem conseguia entender o que exatamente Artur estava levando consigo. Parece que ele mesmo não estava pensando naquele momento. Isso instantaneamente me fez suar gelado. O que poderia ter acontecido, e de forma tão inesperada?! — Artur, o que é isso? Perguntei nervosa, sabendo muito bem que a resposta não me agradaria. — Não há tempo para discutir! O meu irmão disse. — Pegue rapidamente tudo que puder! — Quanto tempo vamos ficar fora, Artur? De repente, ele se afastou do que estava fazendo e veio até mim. Pegou o meu rosto com as suas mãos: — Apenas confie. Apenas faça o que eu digo! Temos que sair de casa agora mesmo! Os olhos assustados do meu irmão fizeram o seu trabalho. Decidi não demorar mais para me arrumar e corri para o quarto. Minhas mãos tremiam. Sim, eu estava tremendo forte. Joguei as roupas em uma pequena mala. Aquele que veio à mão primeiro. — Lara, temos que ir! Ouvi do corredor e não hesitei mais. Embora eu realmente não tivesse tempo para pegar nada. Então tudo fica como uma névoa. Entramos no carro. Artur liga o motor e sai do estacionamento com um apito. Parecia que o próprio Satanás estava nos perseguindo! Caso contrário, eu simplesmente não conseguiria explicar tudo o que estava acontecendo. E assim aconteceu. O verdadeiro Dia*bo nos atacou! O di*abo em forma humana. Embora esse rosto não possa ser chamado de humano. Artur, me explique pelo menos alguma coisa! — Não há tempo para isso agora! Ele me interrompeu. — Eu lhe contarei tudo quando estivermos seguros. Continuei pedindo que ele me explicasse, parecia que seria mais fácil para mim se eu pudesse pelo menos controlar alguma coisa. Só ficou mais fácil quando saímos da cidade. Eu esperava que pelo menos agora o meu irmão explicasse o que aconteceu, mas antes mesmo que eu tivesse tempo de abrir a boca, um impacto lateral fez o nosso carro virar na estrada. E agora o bandido está me levando em seu SUV em uma direção desconhecida. Mas eu não quero! Eu não vou desistir! Artur não tem dinheiro. O negócio dele com Gena ainda não havia dado frutos e não tivemos tempo de acumular. Isso significa que se eu esperar até que o meu irmão pague alguma dívida incompreensível, cuja origem ainda não entendo, ficarei presa nas garras da be*sta durante metade da minha vida. A primeira coisa que decido fazer é pular do carro. Sim, é estú*pido e sei que provavelmente a porta ainda está bloqueada, mas por enquanto não vejo outras opções. Mesmo a perspectiva de quebrar as pernas agora não parece tão terrível em comparação com o que me espera se eu ficar. Parece que estou perdendo completamente a cabeça. Eu puxo a alça de novo e de novo. Eu bato no vidro. Eu choro. Eu tento sair de novo. — Me deixar ir! Rosno para o homem como um animal selvagem. — Me solte! Você não tem esse direito! Ele não reage de jeito nenhum. Finge que não estou aqui. Só posso invejar a sua contenção e calma. — Socorro! Mais uma vez batuco no vidro na esperança de que pelo menos alguém perceba. Mas o que eu consigo ver através de uma coloração espessa a esta hora do dia?! Meus olhos estão inchados e minha cabeça dói. Literalmente estourando. Grito e bato impotente no vidro, atraindo a atenção de outro carro que passa. — Socorro! — Chega! O bastardo de repente começa a desacelerar até parar completamente na beira da estrada. Ele sai do SUV, bate a porta e vem em minha direção. Mamãe! O que vai acontecer agora? ‍ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌​​​‌‌​​‌‌​‌​‌​ ​​
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