Capítulo 1

1281 Words
TRACY O primeiro dia de novembro chegou com neve caindo, tão comum a todos os novembros. Eu caminhava pela calçada do parque, tentando ao máximo evitar que a neve entrasse em meus tênis, as meias ficavam nojentas e grudentas e aquela sensação não passava até tirá-las. Eu encontro um banco vazio e me sento e olho na minha bolsa, minha carteira de motorista que Anelise me ajudou a tirar, uma muda de roupa e uma barra de granola. Tão pouco e tão livre, não é? Minha camiseta era realmente muito fina, vou necessitar parar em um abrigo que oferece roupas para os pobres. Seattle é uma cidade grande, mas os abrigos para sem-teto são poucos e começam a encher mais cedo do que eu gostaria. — Oh, coitadinha— a voz suave de uma mulher soa acima de mim. Olho para os gentis olhos verdes de uma mulher mais velha com cabelos loiros tão claros como a neve. — Eu gostaria de poder fazer mais, mas isso deve pelo menos ajudá-la durante essa noite.— Ela estende a mão para mim e vejo um pequeno pacote embrulhado. — Obrigada— eu murmuro para ela, que me dá um sorriso caloroso e segue em frente. Sinto o calor irradiando do pacote e o abro para encontrar um grande sanduíche. Obrigada meu Deus misericordioso, penso comigo mesma. Eu arranco uma pequena parte dele e sento em silêncio enquanto as sombras da noite caem ao meu redor. Tenho saudades dos meus pais e da Anelise. Não, eu não sinto falta deles nem um pouco, mesmo que eu fique sem-teto pelo resto dos meus dias ou morra de frio no inverno que se aproxima, eu nunca sentirei falta daquele lugar. Coloco minhas luvas finas de volta e fecho o zíper da minha jaqueta e tento me lembrar se há algum abrigo por perto. — Aqui está minha querida— ouço uma voz masculina vindo de um homem que apareceu ao meu lado. — Tome uma água limpa. As pessoas em Seattle parecem tão amáveis. Eu abro a garrafa e a bebo em um gole só. Como é boa a sensação de sentir a garganta molhada. Eu o agradeço, e ele sorri e sinto um fio de medo subir por minha coluna. E de repente não há mais nada... ××× Pisco lentamente os olhos e tento ver o quarto escuro ao meu redor. Eu balanço minha cabeça e tento esfregar meus olhos, mas meus braços não se movem. Eu olho para cima e vejo que eles estão suspensos acima da minha cabeça. Meu coração acelera o suficiente para que eu possa ouvi-lo em meus ouvidos e minha respiração torna-se fraca. Olho para baixo e vejo meus pés descalços quase tocando o chão frio de mármore. Estou vestida com um conjunto de sutiã e calcinha vermelho sangue que definitivamente não é meu. Oh Deus, aquele homem me drogou! O desespero de ter sido violada no tempo que eu não faço ideia do que aconteceu me atinge. — Bem, pequena coisa linda, você tirou uma boa soneca?— ouço a voz do mesmo homem que me deu a garrafa de água. Tento falar algo, mas as palavras fogem. — Ah, não fique assim quando seu novo dono te comprar. Seja doce e obediente quando ele entrar. Ele sai das sombras e fico chocaaa em como ele é um homem jovem, está vestido com uma camisa de negócios branca e calças pretas, a cabeça raspada ostenta uma tatuagem. Aquele demônio se aproxima de mim e levanta a mão e eu estremeço por instinto, mas ele ainda agarra meu queixo e aponta meu rosto, então eu tenho que olhar para ele. — Hmm, eu te compraria no momento em que meus olhos caíssem em você. Aposto que você vai ser um bom brinquedo para ele, eu até experimentaria se o prazo não fosse tão apertado.— Eu estremeço quando ele solta uma risada metálica. Há uma batida na porta e outro homem entra na escuridão. — Ah Sr. Banbury bem-vindo de volta. Aqui está o nosso mais novo membro... — Qual é o nome dela— a voz suave do estranho vem das sombras. Tento forçar meus olhos para vê-lo mais claramente, mas não consigo. — Bem, o documento em sua bolsa diz que seu nome é Tracy Jasmine Bracher e por lá, ela tem 22 anos, de Montesino, mas olhando ela é muito jovem mesmo, está um pouco envelhecida porque era uma sem-teto, mas eu aposto que ela ainda será uma boa f**a, pois ou é pura, ou sabe virar do avesso pra ter drogas. O estranho entra na luz e minha respiração para. Ele tem cabelos acobreados macios, nariz reto, lábios carnudos e uma mandíbula afiada. Ele está vestindo um grande casaco de inverno preto. Seus olhos prateados são o que mais me atrai: eles não parecem cheios de luxúria ou ódio como os da minha captura. Seus olhos parecem cheios de... bondade? Sinto uma pontada afiada no meu rosto e tento o meu melhor para bloquear o próximo golpe. — Fale com seu dono, sua v***a burra— minha captura grita para mim e levanta a mão para atacar novamente. — Eu não consigo — eu tento sussurrar, mas o medo me trava. — Ah você gosta de ficar quietinha? Vamos ver se na sessão você não grita. — Deixe a quieta, não quero ela com medo. — adverte o Sr. Banbury. — Oh, eu vou levá-la de volta para as propriedades e trazer outra para você olhar.— Zachary afirma. Meu corpo congela com o pensamento. — Não, não, ela é perfeita. Ela não vai gritar, vai ser mais fácil. Suas palavras congelam meu coração também e sinto as lágrimas começarem a escorrer pelo meu rosto. Eu penduro meu rosto e soluço silenciosamente, vendo as lágrimas caírem no chão enquanto Zachary e o Sr. Banbury fazem negócios. Eu sei agora que o Sr. Banbury vai me estuprar ou me m***r assim que ele me possuir. Pelo meu bem, espero que ele me mate primeiro. — Bem, foi um prazer fazer negócios com você mais uma vez Sr. Banbury. — Você também Zachary. O ruivo se aproxima e se inclina sobre mim e insere uma chave nas amarras. — Seja boazinha com seu novo mestre e talvez eu pegue leve com você.— Meus pulsos são liberados e eu começo a esfregá-los. — Eu vou pegar as coisas que ela tinha quando a pegamos. Zachary sai da sala, deixando-me com o Sr. Banbury. Ele tira seu grande casaco preto e se aproxima. Eu automaticamente cubro minha cabeça com minhas mãos e viro meu rosto para longe dele. Ele para perto de mim e me estende seu casaco. Ele é mais alto do que eu, então não há como eu escapar dele. Zachary volta e entrega ao Sr. Banbury minha bolsa, a agarro e ele gargalha, devo parecer uma i****a. Banbury coloca a mão nas minhas costas e me guia por outra porta em um beco onde um SUV preto está esperando com outro homem vestido de terno abre a porta para nós. Eu olho para ele com olhos suplicantes e ele, por sua vez, me dá um sorriso gentil. Quando entro no carro, tento a maçaneta da porta apenas para descobrir que está trancada. Ótimo, agora estou realmente morta, será que os dois vão me estuprar? Meu Deus! Quando o Sr. Banbury entra, eu me afasto o máximo que posso dele. — Bracher, eu sei que isso vai ser muito difícil para você acreditar em mim quando eu disser isso, mas por favor, faça. Meu nome é Oswald Banbury e eu comprei você para salvá-la.
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