19:00H.
- Mas por qual motivo você não que ir? Itália é um lugar lindo - Lilly diz ficando estressada. Coloco as mãos suavemente nos ombros dela, olho em seus olhos e digo:
- Eu m*l conheço esse cara, nunca fui de viajar e eu ainda nem visitei minha mãe.
- Visitamos ela quando visitarmos o Alex primeiro, vamos lá - Lilly fala com olhinhos de cachorro triste - por favor.
- Só vou por você, vamos ficar apenas algumas semanas e nada mais - Falo e Lilly da pulinhos de alegria. Lilly começa a planejar o que ela vai fazer na Itália, mas não presto atenção em absolutamente nada, estou entediada na verdade. Lilly pega seu telefone e digita o número de alguém.
Por favor que não seja o do Alex.
Por favor, por favor.
- Alex! - Lilly da um grito, será que ele ficou s***o? Por que eu quase fiquei. Ela continua falando - Helena decidiu que irá também, será ótimo! - Ela para de falar, ele deve estar falando algo, Lilly estende a mão em minha direção e faço um gesto perguntando se ele quer falar comigo e ela assente que sim, pego o celular.
- Oi, Alex.
- Helena, fico feliz que decidiu vir aqui, ansioso para te conhecer pessoalmente... - ele para de falar de repente, e para não deixar um silêncio mortal, digo:
- Eu só irei por causa da Lilly, ela pode ser bem irritante quando quer - sorrio e ela me da linguá, Alex demora um tempo para responder, até que finalmente ele fala:
- Não seja tão dura comigo, venha por mim também - ele ri e continua - estou esperando vocês, Lilly já tem o endereço da minha casa e meu motorista irá buscar vocês no aeroporto, até logo querida - ele termina de falar e desliga. Que cara tagarela, meu Deus, pensei que iria ficar nessa chamada pra sempre.
Lilly abre a geladeira, pega uma maça e arqueia as sobrancelhas olhando pra mim.
Será que ela está a fim do Alex?
Por que o interesse nessa viagem?
Acho melhor perguntar, ou vou ficar com isso na cabeça. Ela ainda está olhando pra mim, foco o olhar nela também e pergunto:
- Por que o interesse nessa viagem do nada? Você gosta dele, certo? - Ela da uma mordida grande na maça e da de ombros, depois se vira limpando o canto da boca com o polegar.
- Ah, Itália é um lugar bonito e eu sempre quis ir lá, eu conheço o Alex a algum tempo e... - ela faz uma pausa e anda na minha direção e continua com um sorrisinho - sim... ah, estou a fim dele.
- Eu sabia, sua s****a! - digo com um sorriso grande.
- Mas, sei lá. Acho que ele se interessou em você, você sentiu atração por ele? - O que? Ele a fim de mim? claro que não! Jamais. Lilly me olha seria esperando resposta.
- Amiga, ele gosta de você, tenho certeza que quando a gente estiver lá - ela me olha com expectativa - quando a gente estiver lá, ele irá se abrir pra você.
- Você acha? - Ela pergunta mais animada que o normal.
- Tenho certeza!
Depois de um longo tempo ouvindo Lilly falar sobre o possível romance que ela e Alex vão ter, ela finalmente resolve ir embora. Lilly vai embora e o silêncio esmagador volta, não se ir para a Itália é uma boa ideia, ainda tenho que achar alguém para ficar com a Nina, acho que a mãe de Lilly possa ficar com a Nina até eu voltar e ela também adora gatos.
Pego meu laptop e reviso algumas coisas da faculdade, tem muita coisa para estudar e espero que volte logo as aulas, bem que eles poderia fazer aula online e assim eu iria evitar de ir a Itália para ser vela.
Será se ele gosta mesmo da Lilly?
E se ele gostar de mim e não da Lilly?
Oh! m***a.
Calma, respira. São apenas pensamentos aleatórios e nada mais, foca apenas na faculdade e em quanto tempo eu arrumo a mala, vou levar pouca roupa.
Nina caminha em minha direção com as orelhinhas pontudas, faço um carinho em suas costas como sempre, pois sei que ela gosta. Ela se espreguiça e deita perto dos meus pés, fofa.
- Gostaria de levar você comigo, mas não é uma boa ideia. E não fique triste, pois você irá estar em boas mãos e eu estarei de volta em poucas semanas - falo para a Nina, espero que ela me entenda, qualquer me vendo nessa situação diria que estou louca. Sorrio com o pensamento.
Termino de rever as coisas da faculdade e vou tomar, depois do banho bebo um suco de laranja e vou para a cama. Vejo se chegou alguma mensagem, nenhuma. Decido mandar uma
mensagem para a Lilly:
Helena: Quer ir almoçar comigo amanhã? Será por minha conta, aproveita.
Em poucos minutos Lilly responde:
Lilly: Sabe que não recuso uma oferta dessas, me manda a localização do restaurante e nós encontramos lá.
Mando a localização do restaurante.
Helena: Prontinho, amanhã ás 11:00H sem falta.
Ela demora responder, me aconchego na cama com meu edredom de cavalo marinho e adormeço.
10:00H.
Acordo ainda meio sonolenta, não quero sair da cama, mas combinei o almoço com a Lilly.
Crio forças e saio da cama, tomo um banho muito gelado e escovo os dentes. ¨Você não escovou os dentes depois do suco de ontem, sua porquinha¨, digo para mim mesma em pensamentos, sorrio de canto. Visto uma calça jeans rasgadas no joelhos, blusa preta com manga, tênis preto com bordas brancas e jaqueta de couro preta. Jogo o cabelo para frente e passo brilho labial, pego meu celular e as chaves do carro e por último e a coisa mais importante; dou um tchauzinho pra Nina e ela como sempre responde com um miado.
Quando chego ao restaurante são 10:40. Lilly ainda não chegou, pois não vejo ela em nenhuma mesa.
Me sento em uma mesa do lado de umas plantas com flores vermelhas, e essas não são de plástico. O garçom de cabelo vermelho me vê de longe e vem caminhando rápido em minha direção.
- Que bom em vê-la novamente - ele fala com um sorriso largo no rosto e me entrega o cardápio.
- Fico feliz em ver você novamente também - digo enquanto pego o cardápio. Ele fica me olhando parado ao meu lado, tento disfarçar a vergonha até que vejo Lilly entrando, ela está de vestido roxo acima do joelho, com botas vermelhas de tamanho, o cabelo em um lindo ondulado jogado para trás, ela me vê e ri. Ela caminha até mim e se senta.
- Desculpa a demora - ela fala enquanto se arruma na cadeira. O garçom entrega outro cardápio a Lilly, fazemos nossos pedidos e o garçom vai rumo a uma porta que acredito ser a cozinha.
- Que gatinho, né? - Lilly fala em tom de safadeza.
- Quem?
- O garçom, óbvio! E acho que ele gostou de você.
- De mim? - questiono e ela confirma com a cabeça enquanto brinca com as rosas de plástico em cima da mesa. Reviro os olhos. O garçom volta com uma bandeja na mão, Lilly e eu pedimos a mesma coisa; Pastrami. Ele coloca os pratos e serve champanhe.
- Por conta da casa - ele diz, e vejo Lilly me olhando e arqueando as sobrancelhas. Nossa.
- Então, como se chama? - Lilly pergunta ao garçom, ele olha para Lilly e responde:
- Caio.
- Que nome bonito, Caio. Mas eu queria mesmo era seu número, pois minha amiga aqui ficou muito interessada em você... - Lilly fala com um tom maléfico. p***a.
O que ela está pensando?
Caio o garçom de cabelo vermelho me olha com carinho.
Não pode ser. Ele tá mesmo interessado em mim?
- Ah, passo sim - Caio fala, pega o caderninho de pedidos a caneta e começa a escrever seu número no papel, ele termina e rasga a folha e me da.
- É... obrigado - falo nervosa.
- Helena! Passa seu número também, bobinha - Lilly fala sorrindo e toma um pouco de champanhe. Kaio me entrega o caderninho e a caneta, eu escrevo meu número.
LILLY EU VOU TE m***r!
Ele agradece e sai.
Não consigo falar nenhuma palavra com a Lilly, o que ela fez? m*l consigo comer. Tomo apenas o champanhe, deixo o dinheiro em cima da mesa, não sei qual o valor por isso deixei uma quantia alta.
- Helena, espere. Por favor! - Lilly fala meio alto me chamando, já do lado de fora me viro e a encaro.
- O que deu em você? Está louca? Por que fez aquilo? - falo com raiva.
- Apenas achei que seria engraçado.
- Não pra mim! - grito com ela e saiu andando rumo ao carro, entro e antes que o carro saia, escuto Lilly gritando:
- Desculpa! - ela tenta correr, mas não consegue por causa do vento que quase levantou seu vestido.
Ah, eu nunca mais vou entrar naquele restaurante.
Mas a pergunta que não sai da minha cabeça.
Caio está realmente interessado em mim?
Não sei se ainda vou para a Itália com a Lilly depois do que ela fez.
Não tenho certeza de mais nada...
Lilly não mandou mensagem e nem me ligou...
Ah, não sei o que fazer. Ando de um lado para o outro sem parar, Nina já deve tá ficando tonta, isso me faz rir.
De repente escuto uma batida na porta, vou rumo a porta e a abro.
Lilly...
Me afasto para o lado dizendo sem palavras que é para ela entrar, ela entra devagar e meio sem jeito. Fecho a porta.
- Pode sentar - falo, ela senta no sofá de canto e coloca sua bolsa de lado, passa as mãos no cabelo ondulado e me olha cautelosamente.
- Desculpa pelo que fiz, foi errado da minha parte - ela para por um momento, coloca o cabelo para frente e continua - Eu apenas achei que seria bom você ter alguém - ela termina de falar, me sento na frente dela e digo:
- Lilly, eu não preciso de ninguém e estou bem assim.
- Mas você ficou tão triste por causa do Jean, pensei que fosse bom você tentar outra pessoa. E se não percebeu, aquele garçom com cabelos de fogo está em chamas por você.
- O que? Lilly, não! - falo, e nós duas começamos a rir.
Depois de um bom tempo paramos de sorrir e só ficamos encarando uma a outra. Lilly me olha com uma expressão seria e pergunta:
- Você ainda irá para a Itália comigo, certo?
- Ah... - olho meio indecisa para Lilly, e ela faz uma cara de quem não quer uma resposta r**m - Irei pensar, irei pensar...
- Helena, a viagem será amanhã de manhã, tome logo sua decisão.
- Certo... - digo baixinho.
- Mas seja rápida, o voo tá marcado para ás 06:00h, me liga se mudar de ideia. - Lilly fala, e logo depois nós despedimos e ela vai embora.
Será se devo ir? Não vou me arrepender?
Oh, tantas perguntas sem respostas. Passo a mão no cabelo já nervosa.
Não sei, não sei...
Vou para o meu quarto e Nina me acompanha, me deito com Nina na cama e enquanto meus pensamentos estão tentando se colocar em ordem, fico acariciando o pelo macio de Nina.
Recebo uma mensagem no celular de um número desconhecido, está escrito: Desculpa se fiz algo que deu má impressão, só espero que venha na semana que vem. Te espero.
Ir semana que vem? O único lugar que eu iria semana que vem era...
Meu Deus!
Caio!
Não vou responder sua mensagem de jeito nenhum, não mesmo.
Depois de um longo tempo pensando, decido que o melhor é não ir ao restaurante. Mas, e a Itália?
Devo ir? Posso me permitir arriscar?
Sim, eu posso!
Me levanto rápido da cama e arrumo as malas, apenas duas e é mais do que o suficiente.