06:30...
Hoje é domingo, não sei o que fazer hoje. Talvez eu poderia ir ao bar onde Jean trabalha, que dizer... trabalhava.
Ah, Jean.
Por que fico pensando nele, o beijo, o toque, o cheiro.
Oh! POR QUE?
Eu nem tinha nada com ele, mas aquele beijo... foi tudo, eu poderia ter dado uma chance a ele e estaríamos bem, sim! super bem. Mas ele está longe agora, muito longe. Eu poderia ir até a casa dele e perguntar a irmã dele para onde ele foi, e ai posso ir até ele. É isso!
Dou um pulo da cama e vou até a cozinha, coloco água para ferver e coloco ração na tigelinha da Nina. Tomo um banho e visto um vestido azul-claro que fica ótimo com minhas longas curvas, calço uma botinha preta e faço um coque no alto, meus olhos azuis estão selvagens hoje. Sorrio de canto.
Pego as chaves do carro e meu celular, mas antes de ir dou um tchau para a Nina e ela me responde com um miado alto e agudo.
No caminho até a casa do Jean, passo pelo parque, Jean adorava esse lugar.
Depois de 15 minutos chego até a casa de Jean, as cercas precisa de uma pintura e a grama precisa ser cortada urgentemente. Desço do carro e vou até a porta e dou duas batidas, dois segundos depois, Ana, irmã de Jean abre a porta e me da um grande sorriso.
- Helena! Quanto tempo - ela diz e me da um abraço inesperado.
- Oi! - digo enquanto nós abraçamos. Terminamos o abraço e ela me olha com seus olhinhos verdes pequenos.
- O que faz aqui? Ah, não te convido para entrar por que a casa estar uma bagunça.
- Tudo bem, sem problemas - respondo e continuo, indo direto ao ponto - eu vim aqui para você me dizer para onde Jean foi, preciso muito ter uma conversa pessoalmente com ele - termino, Ana me olha triste e desvia o olhar rápido.
- Ana, por favor - imploro.
- Não posso, ele me fez prometer. Você destruiu o coração dele, Helena.
- Mas nem tivemos tempo de conversar direito, eu preciso falar com ele, por favor - digo implorando novamente.
- Não posso, tenho que ir agora. Sinto muito, até mais - E antes que eu possa dizer algo ela fecha a porta. E é isso.
Volto ao carro totalmente decepcionada, meu telefone toca e é minha mãe ligando. Atendo e digo:
- Oi.
- Oi minha princesa, não ligou mais. Está tudo bem, aconteceu algo?
- Não aconteceu nada, apenas estou ocupada - digo enquanto observo a rua pela janela do carro. O céu está lindo, costumava andar de bicicleta em tempos assim.
- Helena? Helena está me ouvindo? - afasto meus pensamentos quando escuto minha mãe me chamar exageradamente.
- Ah, oi. Mãe podemos falar em outra hora?
- Helena você está muito distante esses dias, o que aconteceu? São os estudos? Por que não vem passar uns dias aqui na Espanha comigo e com seu pai? - ela termina de falar e escuto ela mastigar algo, tantas perguntas.
- Irei pensar, assim que possível eu te ligo. Amo você, beijo.
- Eu também amo você querida, eu e seu pai te amamos muito. Beijo. - ela fala carinhosamente e desliga.
Passo pelo parque novamente e decido parar e fazer uma caminhada.
Por que sempre tenho que estragar tudo? Mas, nem eu mesma sabia que sentia isso por ele... tão complicado. Caminho até um banco que está posto em baixo de uma árvore, aproveitando a sombra que ela dedica a ele e me sento. Olho ao redor e observo o tempo, está tão fresco hoje. De repente sinto uma mão forte em meu ombro, quando me viro não consigo acreditar...
Jean!
Me levanto e pulo em cima dele e dou um grande abraço, ele me abraça forte também e ficamos abraçados por alguns segundos, me viro e olho em seus olhos, ele parece triste.
- Jean, eu preciso tanto conversar com você - digo enquanto pego em sua mão, ele da um breve sorriso forçado.
- Helena - ele diz meu nome e faz uma pausa, me encara e continua - Helena, eu vim até você novamente para dizer a você para
parar de me procurar.
- O que? Mas... - me engasgo em minhas próprias palavras e contenho as lagrimas
- Eu tenho outra pessoa agora - ele se vira e aponta com o dedo para uma moça loira de jaqueta de couro que está parada perto de um carro prateado, ele se vira para mim novamente e continua - eu estou bem com ela e estou indo embora com ela, adeus - ele solta minha mão
e começa a caminhar rumo a garota loira, eu corro atrás dele e pego em sua mão novamente e tento falar com palavras que não querem sair por conta das lagrimas:
- Pensei que me amasse...
- E amo, adeus Helena - e solta novamente minha mão e vai embora. Certo... ele me deixou novamente.
Caminho até meu carro e ligo ele, dirijo até o bar onde Jean o babaca
trabalhava, saio do carro e entro no bar, e abro um enorme sorriso quando vejo Lilly em uma mesa com seu laptop, parece estar em chamada de vídeo alguém. Ela me vê e faz sinal com
a mão me chamando para se juntar a ela, vou até lá e me sento em uma cadeira.
- Jean é um b****a, me conquistou e no final me trocou por outra. Preciso beber! - falo aleatoriamente para a Lilly uma coisa que ela não faz ideia do que seja, ou talvez possa saber do que se trata, não sei. Me viro e meus olhos fisga o garçom mais próximo, falo alto e grosso com o garçom - Ei! Quero a cerveja mais gelada e a mais cara que tiver - me viro para Lilly e sorrio, ela me olha assustada.
- Ah, você se lembra do Alex? - ela fala calmamente e vira o laptop em minha direção e vejo a perfeição em pessoa. Ele sorri docemente e amostra seus lindos dentes brancos e alinhados, seu cabelo loiro selvagem está por cima dos ombros largos, ele tem o olho castanho mais lindo que já vi em toda minha vida.
MEU DEUS!
Que HOMEM é esse?
Meus m*****s ficam excitados. Pera, o que?
¨Helena se recomponha¨, digo para mim mesma em pensamento.
- Ah, oi. E ai? - digo, já ficando vermelha. d***a.
- Bela dama, quanto tempo - ele fala e sorri de canto, logo em seguida pega um copo grande de vidro que está cheio de cerveja e da um grande gole. Sorrio.
O garçom trás um grande copo para mim igual o do Alex, pego o copo e aponto para o Alex e digo:
- Saúde - ele do outro lado da câmera também faz o mesmo e diz as mesma palavras. Lilly do outro lado da mesa faz sinal que vai no banheiro, faço sinal de positivo
com o dedo. De repente, Jean vem em meus pensamentos.
- Está pensando nele? - Alex diz, me pegando de surpresa, parece até que leu meus pensamentos.
- Acertou, é apenas um b****a. Não quero falar sobre ele, muda de assunto por favor - respondo e dou mais um gole, desfaço o coque e deixo meu cabelo castanho cair sobre os ombros até repousar as pontas por cima dos meus s***s, Alex me observa atentamente.
- Algum problema? - digo fazendo cara de desentendida.
- Não, apenas observando sua beleza, você é realmente muito bonita.
- Obrigada - respondo e vejo Lilly sair do banheiro do outro lado do bar.
De repente, Alex fala do nada:
- Gostaria de passar uns dias aqui na Itália comigo? Eu adoraria ter sua companhia. - O que? Ir para a Itália? Nossa...
- Não sei se seria uma boa ideia, tem os estudos.
- Lilly disse que só irá voltar daqui sete semanas, ainda falta muito, venha aproveitar a beleza da Itália comigo.
- Irei pensar - digo e me viro para a Lilly que está me olhando estranhamente.
- Tenho que ir agora, adorei conversar com você e diga para a Lilly que mandei um beijo. Pense no que te falei, até mais - ele termina de falar e desliga a chamada.
Eu e Lilly ficamos mais um tempo no bar, Lilly estava meio estranha, porém não quis perguntar nada.
11:50H.
Digo para a Lilly que tenho que ir embora, nós despedimos e logo em seguida vou embora. Nossa que fome, paro em um restaurante que deve ter comida barata, entro e o lugar
é muito bonito. As paredes são brancas meio amareladas, muitas mesas de madeira bem feitas com jarros de rosas brancas de plástico como decoração, alguns garçons de uniforme
preto com o colarinho branco. Um moço um pouco baixo de cabelos vermelhos com piercing na sobrancelha direita se aproxima de mim gentilmente e me pergunta educadamente:
- Vai querer alguma mesa, senhorita? - confirmo que sim com a cabeça e ele me leva até uma mesa do lado direito do restaurante, me sento e ele me da cardápio. Minutos
depois o garçom volta.
- Então, já escolheu?
- Sim, vou querer um Pastrami - respondo devagar.
- Algo para beber?
- No momento não - ele assente com a cabeça e sai rápido. Fico observando o restaurante enquanto espero, e vejo uma bela família reunida, uma linda garotinha de cabelos cacheados pede animada para o pai comprar bolo de morango com bolinhas de chocolate, e como um bom pai que adora mimar a filha, ele acaricia a bochecha da filha e manda
o garçom trazer o bolo e ela sorri em agradecimento, minutos depois o garçom volta com uma grande fatia de bolo e os olhinhos esverdeados ficam mais vivos e alegres.
O garçom de cabelo vermelho vem do outro lado do restaurante com uma bandeja, ele vem em minha direção e coloca o prato com bordas douradas na minha frente e logo em seguida
serve uma taça de champanhe, sorri carinhosamente e diz:
- Por conta da casa, bom apetite.
- Ah, obrigado - agradeço meio envergonhada, não sei por qual motivo.
Corto uma fatia da carne macia, hum que delícia, está realmente muito boa. Termino o Pastrami e depois bebo um pouco do champanhe, está muito bom também. Depois de algum tempo
peço a conta, quando pago e me preparo para sair o garçom de cabelo vermelho vem em minha direção novamente.
- O que achou do Pastrami? - ele pergunta arrumando a postura e uma mecha do seu cabelo cai por cima dos olhos, não tinha reparado como ele é bonito. Uau. Preciso comer aqui mais vezes...
- O Pastrami estava muito bom, na verdade foi o melhor que já comi na vida.
- Nossa... ah, que bom que gostou, eu que preparei - ele fala animado e começa a focar no meu rosto, será se estou f**a? Melhor eu ir embora.
- Que legal, você está de parabéns, ótimo cozinheiro. Obrigado pela refeição, tenho que ir agora, tchau - digo e me viro depressa, mas ele é um pouco mais rápido e pega na minha mão, me viro e encaro ele.
- Você vai voltar novamente? - nossa que pergunta estranha, olho sério pra ele e ele desvia o olhar e refaz a pergunta - quis dizer se você irá voltar para comer Pastrami novamente, pois semana que vem estaremos servindo sobremesa grátis - ele termina de falar e parece se sentir mais aliviado, abro um sorriso alegre para ele e respondo:
- Com uma oferta dessas é quase impossível recusar, só que não prometo nada, mas tentarei comparecer - ele sorri com os olhos e solta minha mão, acenamos um paro o outro,
entro no carro e vou embora.
Quando entro no apartamento, Nina vem se espreguiçando em minha direção, fico de joelhos e faço um carinho em suas costas, me levanto e vou até o quarto e entro no banheiro e tomo um banho.
Depois do banho visto pijama, são apenas 13:00 da tarde, mas mesmo assim vou vestir pijama, vou até a sala e ligo a TV, não tem nada de interessante passando, me deito no
sofá e fico ouvindo a mulher do tempo falando sobre chuvas fortes. Depois de um tempo acabo adormecendo.
Acordo com um trovão forte, a mulher do tempo estava certa. Pego meu celular e vejo que tem uma chamada perdida de Lilly, mas ela deixou uma mensagem.
Lilly: Com toda certeza vamos viajar para a Itália, já comprei as passagens. 19:00H vou ai para planejarmos melhor, beijão.
O que?
Viajar para a Itália?