Um Amor na Itália

CAPÍTULO 2

...e Lilly caminhamos até meu carro, pergunto:

--- Não vai pedir desculpas para o Jean?

Ela me olha de canto e não responde, entramos no carro e ela finalmente diz:

--- Vou pedir desculpas por você, porque se fosse por mim ele jamais iria ouvir isso. E não fica animada não.

Sorrio e ligo o carro, vamos para o bar onde Jean trabalha, Drink To Live.

O nome de bar mais bobo que eu já vi, saímos do carro e caminhamos até o bar onde vejo Jean limpando o balcão, ele me vê e abre seu belo sorriso.

--- Veio para beber ou para andar? --- Ele pergunta enquanto eu e Lilly tira o casaco, respondo:

--- Ah, ajudar e no final da tarde beber.

--- Ótima idéia! --- Ele responde alegre.

Olho para a Lilly indicando o que ela deve fazer, no caso pedir desculpas para o Jean, ela faz cara f**a e vai onde ele, enquanto eu vou pegar cervejas quentes para colocar no freezer. Um moço alto e forte com barba m*l feita faz sinal com os dedos indicando que quer três cervejas.

--- Jean, três cervejas para o moço do fundo a direita --- passo o pedido a Jean.

Ele termina sua conversa com a Lilly e vai levar as cervejas, Lilly faz sinal de positivo com o polegar e ela uma garrafa de cerveja aos lábios.

18:50 da tarde, o pessoal já foi embora e Lilly está quase bêbada, chamo um táxi para ela, informo o endereço ao motorista e ela leva ela.

--- Então, demorou muito fazer a cabeça da Lilly para me pedir desculpas? --- Jean pergunta e me serve um copo de refrigerante.

--- Ela devia Desculpas para você, e por que estou bebendo refrigerante? --- respondo e pergunto indignada.

Ele ri alto e coloca refrigerante para ele também.

--- Não precisa fazer isso por mim. E vamos beber refrigerante porque hoje não é dia de ficar bêbado.

Ficamos algumas horas bebendo refrigerante e conversando assuntos aleatórios. Olho o relógio, já são quase meia noite.

--- Jean, tenho que ir. Obrigada pela noite, estava precisando.

--- Espera, quer que eu te leve pra casa?

--- Não precisa, estou de carro.

Jean me acompanha até o carro, seus olhos estão ardentes, ele leva sua mão até minha bochecha e acarecia com o polegar e se inclina para frente.

O que? Ele vai me beijar?

Não!

--- Jean...

--- Helena, eu...

--- Somos amigos, entenda por favor --- Digo e entro no carro.

Meu Deus! O que ele estava pensando?

Ah, será sete longas semanas...

Já faz três dias desde a última vez que vi Jean, por que ele foi tentar me beijar? precisamos concertar as coisas, mas não tenho coragem de ligar pra ele,

talvez a Lilly possa me ajudar.

Helena: Está livre hoje a tarde?

Envio uma mensagem e espero alguns segundos até ela responder.

Lilly: Sim, por que?

Helena: Pode dar uma passadinha aqui?

Lilly: Claro, mas só se você for pedir pizza.

Desistir da dieta.

Te vejo mais tarde.

Dieta? Ah, ela já é perfeita.

São 17:00H da tarde e estou completamente entediada, não sei o que fazer. Pego meu laptop e entro no f*******:.

Nova mensagem:

Alex: O que faz nesse belo dia de domingo?

Helena: Absolutamente nada.

Alex: Não está interessada no que eu estou fazendo?

Helena: Sinceramente... não.

Por que estaria interessada? Nada haver.

Encosto minha cabeça na almofada e encaro o teto, olho o celular para ver se Jean me enviou ou me ligou e não tem absolutamente nada. Escuto uma batida na porta,

me levanto vou até a porta e abro ela, fico congelada quando vejo a pessoa parada na minha frente.

Não consigo falar!

- Oi - Jean fala enquanto me encara.

- Oi - respondo.

- Cheguei em uma hora r**m?

- Ah, claro que não. Pode entrar.

Ele entra e fico parado ao lado do sofá.

- Pode se sentar, que algo para beber? - pergunto e ele balança a cabeça negando a bebida. Sento ao lado dele e ficamos em silêncio por um minuto até ele falar:

- Eu queria te pedir desculpas pela forma que me comportei naquela noite, foi errado.

- Tá tudo bem e...

- Não tá tudo bem - ele me interrompe e continua - eu sei que você não sente o mesmo que eu sinto por você e também sei que jamais terei uma chance com você, mas

eu não consigo ser apenas seu amigo e se for para continuar assim eu prefiro ficar me afastar.

Fico calada absorvendo tudo o que ele falou, isso não pode estar acontecendo.

Por que ele nunca falou que gostava de mim?

Por que eu nunca percebi nada?

- Jean, não precisa ser assim. Vamos conversar, por favor - digo enquanto ele se levanta para ir embora, ele abre a porta se vira para mim e diz:

- Eu sempre vou amar você, mesmo você não sentindo nada.

- Jean... - não consigo conter as lagrimas, as lagrimas vão caindo sem parar e eu choro em seu peito molhando toda sua camisa.

- Não precisa chorar, estarei aqui por um tempo caso você precise de mim - ele levanta meu rosto, enxuga minhas lagrimas, me encara e me dá um leve beijo em meus lábios

e consigo sentir o gosto salgado das minhas lagrimas e o doce de sua boca, ele sai de perto, sorri e vai embora me deixando em um silêncio mortal.

Ele se foi...

Ele se foi...

Me deito no sofá paralisada, Nina vem miando e pula em cima de mim, me agarro nela e choro até adormecer.

20:55 da noite.

Lilly ainda não veio, pego o celular para ver se ela mandou alguma mensagem.

Lilly: Não vou poder ir, de repente fiquei ocupada...

Helena: Tudo bem, boa noite.

Vou para cama, estou sem apetite. Coloco um casaco e me deito, fico quietinha sem fazer nenhuma barulho.

Jean...

Desculpa...

Passo a noite em claro, olho para relógio são 06:50.

Me levanto, tomo um banho e bebo um pouco de café, enquanto bebo observo Nina se espreguiçando, tão bonita. Escuto uma batida na porta, abro. Um moço de olhos

castanhos e com uniforme do correio

me fixa com o olhar e pergunta:

- Srta. Helena?

- Sim.

- Uma entrega pra você - ele me entrega uma caixa média e termina de falar - tenha um bom dia - e vai embora.

Vou até a cozinha e coloco a caixa em cima da mesa e a abro, tem um carta.

Espero que sua semana melhore.

Um pequeno presente para você, espero que goste.

Com carinho, Alex.

E em um pequeno saquinho dourado retiro um colar com um pingente de um trevo de quatro folhas, simplesmente lindo.

Espera! Como ele sabe meu endereço?

Pego meu laptop e envio uma mensagem:

Helena: Como sabe meu endereço?

Minutos depois ele responde:

Alex: Sei muitas coisas sobre você...

O que?

Não é possível!

Como ele conseguiu?

Alguém bate na porta, abro e é a Lilly.

- Antes de você falar alguma coisa, fui eu que passei seu endereço para o Alex - Lilly fala nervosa.

- O que? Por que fez isso?

- E por que você não contou que você estava falando com ele? - Lilly pergunta.

- Ah, eu...

- Entendo.

Sento no sofá e Lilly senta ao lado.

- Jean foi embora - digo e seguro o choro. Lilly não fala nada, depois de dez segundos em silêncio ela diz:

- Eu sei, eu fui no bar ontem e ele me contou tudo, disse também que iria embora esse final de semana.

- Para onde ele vai?

- Não sei, mas sei que você não pode ficar assim. Além do mais vocês nunca tiveram nada, vocês são apenas amigos.

- É... - digo e encaro o chão, "amigos, apenas amigos" repito as frases de Lilly na mente, ela tem razão.

- Supera amiga, e veja pelo lado bom - ela se levanta do sofá e pega meu laptop que está em cima da mesa e continua a falar - agora você tem o Alex, que está super interessado em você.

- O que? Óbvio que não, Lilly. A gente m*l conversou, ele nunca viu fotos minhas, por que eu não posto nada, não mesmo amiga - digo e franzo a testa. Lilly abre o laptop e vai no perfil de Alex e diz:

- Olha que gato! Você vai conversar com ele sim!

- Claro que não! tá louca?

- Você que está louca se deixar esse cara escapar - Lilly diz e me entrega o laptop.

- Tem certeza? - Pergunto e ela confirma animada com a cabeça. Mando uma mensagem dizendo boa noite. Lilly da um pulo e diz mais animada:

- Melhor ainda! Você vai conversar por ligação com ele! - Ela pega o celular e liga para ele e começa a chamar.

- Desliga! Eu não vou falar com... - Paraliso quando escuto a voz de Alex do outro lado da linha.

- Olá.. - sua voz é calma e linda. Lilly faz sinal para responder e faço que não com a cabeça, fico assustada e desligo o celular.

- O que você fez? - Lilly pergunta.

- Fiz o certo, não vou falar com ele e ainda mais por chamada. - Lilly reclama por uns cinco minutos, depois ela pede desculpas por ser apressada e diz que me entende. Ela da boa noite e vai embora logo em seguida.

E eu fico sozinha novamente...