Memórias

665 Words
Antony Tem algumas coisas da vida que eu não consigo entender. Por mais que eu me esforce é sempre uma dificuldade gigantesca entender o motivo de eu ser assim. Minha mãe lutou tanto, tanto que meu pai ficava até com pena, mas nada adiantava. Sempre que possível eu era a pior versão do meu pai, muito pior. Fui uma criança maldosa sim, mas jamais feri pessoas que não fossem merecer. Há muitas coisas que meu pai não sabe, e nem quero que fique sabendo pois sei que ficaria parcialmente decepcionado comigo. Minha vida inteira eu dediquei a amá-la. Anastasia tomou meus sentimentos quando eu ainda era um moleque e ela apenas uma criança. Nos conhecemos em um jantar de negócios dos nossos pais e desde aquele dia, quando notei um brilho diferente nos olhos dela acabei por caça-lá nos meus pensamentos e usei toda minha sabedoria com a tecnologia para enxergá-la sempre que possível. Claro que o pai dela desaprovou cem por cento e o meu também, mas o que posso fazer se ficar sem vê-la parece que me sufoca ? Nunca me esqueço daquele olhar perdido que me intrigou de uma maneira surreal. Memorias on: Meus pais praticamente me obrigaram a sair de casa, por mim ficaria sentado em frente a uma tela. Minha mãe estava linda como sempre e meu pai leve ao seu lado. Um casal estranho com uma menina entrou no restaurante e nos cumprimentaram. Era Ekaterina e Ivan, dois aliados russos. Enquanto a menina estava sentada, totalmente à parte, decidi ir até a área infantil. Havia alguns brinquedos, mas nada que fosse muito legal. Peguei um cubo mágico e levei até a mesa, colocando nas mãos da tal Anastasia. A menina ficou perdida, mas logo começou a girar as peças com habilidade. Isso foi uma coisa que me deixou encantado, nunca encontrei uma criança como eu, e ver justamente uma menina fazer o mesmo que eu sou capaz de fazer com pouca idade é a coisa mais surpreendente do mundo. _ E então, estão casados a quanto tempo? Perguntou a mulher loira para meus pais. Senti que a voz dela havia mudado, parecia incomodada. _ Nossa, há pouco mais de nove anos, e vocês? Respondeu minha mãe. _ A seis anos. Respondeu a mulher. Não consegui tirar meu foco da menina e quando me dei por conta meu pai estava me chamando. _ Antony! A voz do meu pai me tirou do transe e fiz exatamente o que eles queriam, mas meus olhos estavam grudados na pequena Anastasia com o cubo na mão. _ Filha, coma um pouco.. Sussurrou a mulher, mas alguma coisa chamou sua atenção. _ Anastasia.. _ Olha mamãe. Anastasia entregou o cubo na mão de sua mãe gabaritado e isso fez meu peito quase transbordar, na realidade eu nem sabia exatamente o que era isso.. Voltamos a comer mas os olhos dela não desgrudavam de mim. Por algum motivo eu sentia que era ela, na verdade, eu tinha plena certeza! Meu pai também sentiu a mesma coisa pois sua aura mudou, ele parecia mais pesado. Na hora da despedida, depois de passar um jantar inteiro admirando a loirinha, meu pai praticamente me arrastou pra dentro do carro principalmente depois dela acenar pra mim. Eu honestamente queria pegá-la no colo e colocar dentro do carro do meu pai e já levá-la comigo, pra garantir meu futuro, mas não são assim que as coisas funcionam.. _ Papai.. _ Eu sei Antony, eu sei. Disse meu pai enquanto dirigia. _ Pelo amor de Deus Benno.. você não está pensando em.. _ Estou Tereza, você sabe como as coisas funcionam. Mas prometo que serei sutil, sem sequestro. Disse ele com um tom zombeteiro. Minha mãe suspirou profundamente. Memorias off. Agora me vejo totalmente perdido, encarando a imagem dela por uma tela de celular. Tudo parece tão frio.. na verdade, acho que tudo está extremamente frio a cada dia que passa. Estou a ponto de enlouquecer.. eu preciso dela.. eu preciso!
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