Antony - O louco possessivo (MÁFIA)

Loucura..

Antony

Hoje acordei e a primeira coisa que veio à minha mente foi ela. Foi a lembrança de um aniversário onde meu pai e o pai dela quase brigaram em público porque eu havia me comunicado com ela sem permissão. Ela tinha seis anos e meu pai ainda não tinha feito a bendita proposta pela mão dela. Eu o infernizava exatamente todos os dias, eu invadia o tablet de desenhos dela, invadia os celulares da casa e até câmeras de segurança, qualquer coisa que me fizesse ter a visão dos cabelos loiros dela, qualquer coisa que me fizesse saber que ela estava viva, bem. Naquele dia, aniversário das gêmeas russas, eu andei com ela pra baixo e pra cima e ela não se importou e nem ligou muito pra minha presença. Fiquei irritado, quando cheguei em casa quebrei tudo já que havia segurado minhas emoções por toda a viagem. Meu pai veio conversar comigo e eu não conseguia nem dizer o que estava sentindo, mas eu sabia que era algo forte, algo que estava acabando com o meu psicológico. Nem adolecente eu era ainda mas já sabia que Anastasia iria arruinar meu coração que já não era grande coisa. E assim foi feito, Anastasia me quebrou e depois colou pedaço por pedaço, apenas trocando alguns sorrisos comigo, apenas olhando para a câmera do aparelho celular antes de cobri-lo com esparadrapo.

Eu ouvi ela cantar uma vez, de longe pelo microfone do computador, mas ouvi. Parecia um canarinho enjaulado, pedindo liberdade. E eu queria, queria com todas as forças da minha alma libertá-la, purificá-la com o fogo que há dentro do meu corpo, ou talvez corromper seu espírito de vez. Ela nunca foi boba, ingênua, Anastasia sempre foi muito mais do que qualquer um pode imaginar, ver ou sequer pensar. Mas eu sei quem ela é, de quem ela é.

No fundo eu sei que meu canarinho também sabe e tenho certeza que ela também sabe que é minha e de mais ninguém.

_ Filho, sai desse quarto.

Pediu minha mãe.

_ Estou ocupado mamãe.

_ Não, não está. Pare de vigiar a menina Antony, vai sufocá-la! De tempo ao tempo..

Ela sempre me avisa. Minha mãe sempre está pronta pra olhar pra mim e dizer “pare com isso” mas como um bom rebelde eu nunca escuto o que minha mãe tem a dizer. Eu sei que ela tem razão, que dessa forma vou espantar Anastasia, mas essa possessividade que eu sinto por ela é maior do que qualquer coisa, até mesmo maior do que o amor que eu sinto por ela. E loucura, totalmente loucura, me sinto um louco ! Será que ela também acha isso?

O f**a pra mim é que agora não sei se Anastásia está bem ou não. Minha cabeça grita o tempo inteiro que eu preciso saber notícias dela vinte e quatro horas por dia, que eu preciso sair correndo até a Rússia para vê-la. Isso é loucura, totalmente, mas o que na minha vida é normal? Anastasia foi feita sob medida pra mim. Ela é quieta, inteligente e delicada.

Hackeei o itinerário do jato particular da nossa máfia e agendei uma viagem pra amanhã cedo. Eu quero surpreendê-la, quero vê-la e finalmente poder sentir o quão delicado os lábios dela são.

Meus sonhos mais eróticos são com ela, e meus desejos mais sombrios também..

_ Antony, podemos conversar ?

Perguntou meu pai antes de entrar no quarto, acho que fui descoberto.

_ Sim papai, pode entrar.

Ele entrou e fechou a porta, sentando na cadeira ao lado da minha já que estava tentando acessar alguma câmera da casa de Anastasia.

_ Filho, não quero que esconda as coisas de mim. Sei que você vai pra Russia amanhã, ninguém mais seria louco o suficiente pra hackear o sistema da máfia.

_ Desculpa pai,mas não posso mais resistir..

_ Eu sei como é Antony, eu também já fui assim. Sua mãe me deixou completamente descontrolado, mas não quero que Anastasia odeie você da mesma forma que sua mãe me odiou, entende ?

_ Sim pai, mas não consigo mais esperar por uma aproximação.. sinto como se ..

_ Como se fosse enlouquecer.

Completou ele. Meu pai sabe exatamente como eu me sinto. Ficamos um longo tempo em silêncio.

_ Eu não vou falar nada pra sua mãe, e se qualquer um me perguntar vou falar que não sei, vou negar até a morte, mas você tem que saber que estará sozinho Antony, não posso proteger você dessa forma.

_ Eu sei pai, mas você me ensinou a me cuidar, não se preocupe.

Meu pai deu um aceno de cabeça e saiu do quarto. Fiquei ainda um tempo pensativo mas minha decisão estava tomada. Eu preciso ver ela..