Mia Miller
Observo tudo ao meu redor enquanto estou sozinha naquela sala. Algumas das fotos me intrigam,só haviam poucas delas, Ethan e uma senhora,muito bonita que parecia muito com ele.
Olho mais de perto e fico chocada com a semelhança entre ele e Lorenzo, quando de repente me assustei com uma voz me chamando.
"Senhorita Miller." a mulher com um uniforme preto e branco soa meu nome calmamente."
"Olá" falo timidamente."
"Me chamo Mariah, sou uma das funcionárias do lar do Sr Greenwood. Ele me pediu que te levasse ao seu quarto."
"Meu quarto? " arqueei a sobrancelha." Eu não irei ficar aqui, eu só estava esperando que ele voltasse para.."
"Ordens dele." ela me cortou."
Ele não estava brincando. Quando eu concordei com as regras daquele maluco,eu achei que eu poderia ao menos voltar para casa. Eu não queria ficar aqui. De forma alguma.
Olhei para a saída da mansão e reparei nos dois seguranças que mais pareciam uns brutamontes. Eu não teria como sair daqui, e nem se tivesse, seria burrice colocar tudo a perder e ficar sem meu filho.
Ele era o único que podia me ajudar. Ele tinha todos em sua mão, até mesmo a polícia do Colorado. Quem esse homem poderia ser eu não sabia, só saberia que ele me causava medo.
A mulher séria, me leva até o quarto e eu permaneço sem dar uma única palavra. O corredor era enorme, e cheio de lustres,. eu me perguntava como ele podia ter tanto dinheiro, eu jamais imaginava que aquele homem do bar era um bilionário.
E muito menos que era perigoso.
Ela parou em frente a uma porta de madeira escura, e disse.
"Aqui é o seu quarto senhora Mia. "
"Obrigada." dei um sorriso forçado." Somente Mia está bom."
"O meu Senhor gosta que nós tratemos os convidados com respeito. Boa noite."
Arregalei os olhos apavorada,ela e todos aqui falaram dele como se ele fosse uma autoridade.
O contraste entre o ambiente acolhedor e a frieza da mansão me deixava inquieta. Tudo parecia feito para me lembrar do controle que Ethan tinha sobre cada detalhe.
Deixei minha bolsa na cama e caminhei até a janela. A neve caía suavemente lá fora, cobrindo a paisagem com um manto branco, quase como se tentasse mascarar a dureza da realidade que eu estava enfrentando. As lembranças de meu pai invadiram minha mente. O vazio que sua ausência deixava parecia se expandir a cada segundo. Lorenzo... Será que ele estava bem? Será que estava com medo? O pensamento de meu filho preso em algum lugar desconhecido apertou meu peito.
As lágrimas começaram a descer sem que eu pudesse controlar.
Meu corpo tremia de tristeza e desespero, e eu me senti mais sozinha do que nunca. Tudo parecia tão fora do meu alcance, tão impossível de consertar. O luto pela perda do meu pai e o medo pelo destino de Lorenzo me cortaram por dentro, me deixando sem fôlego.
De repente, um som interrompeu meus pensamentos. Um barulho suave na porta me fez secar as lágrimas rapidamente. Virei-me e encontrei Ethan parado ali, sua presença dominando o espaço.
Seus olhos analisavam cada detalhe do meu rosto, como se tentasse decifrar meus pensamentos mais profundos.
Ele entrou no quarto sem pedir permissão,óbvio, e em seguida fechando a porta atrás de si. Meu coração disparou ao perceber o quão perto ele estava de mim.
Ethan deu dois passos à frente, ficando tão perto que eu podia sentir seu hálito quente. Meu coração parecia querer saltar pela boca.
"Qual parte você não entendeu?", perguntou com frieza, seus olhos perfurando os meus. "Sou eu quem dita as regras."
Sem desviar o olhar, ele retirou um envelope do bolso interno de seu casaco e o estendeu para mim. Peguei o envelope, confusa, sentindo um frio na espinha. Abri e encontrei um contrato dentro. Ao lê-lo, meu mundo desabou.
O contrato dizia claramente que, assim que ele encontrasse Lorenzo, eu nunca mais poderia ir embora. O menino seria criado por Ethan, e caso eu quisesse partir, teria que fazê-lo sozinha, sem o meu filho. Era uma sentença c***l, uma armadilha da qual eu não conseguia ver saída.
Despedacei-me por dentro ao ler aquelas palavras. Levantei os olhos para Ethan, incapaz de acreditar na crueldade que ele estava me impondo. "Por que você está fazendo isso?", minha voz saiu trêmula, quase um sussurro.
Ele se aproximou ainda mais, sua boca agora a poucos centímetros da minha. "Esse é o preço que você paga por mentir para mim, humana", disse com um tom gelado que enviou arrepios por toda a minha espinha. "Você acha que pode esconder meu próprio filho de mim e sair impune?"
A proximidade dele, o calor de seu corpo, a intensidade de seu olhar... Tudo isso me confundia. Eu queria odiá-lo, queria afastá-lo, mas havia algo de visceral, algo de primitivo que me fazia hesitar. Como podia eu sentir qualquer tipo de desejo por um homem tão c***l, tão implacável?
Ele inclinou a cabeça ligeiramente, como se soubesse exatamente o que eu estava sentindo, como se estivesse esperando por aquele momento. Seus lábios estavam perigosamente próximos dos meus, e eu me sentia presa entre o medo e uma atração inexplicável.
Mas no fundo, sabia que ceder a qualquer sentimento por ele seria uma rendição completa ao seu controle, e isso eu não podia permitir. Eu precisava ser forte, por mim e por Lorenzo. Mesmo que, por dentro, eu estivesse desmoronando.
Eu não sabia o que fazer. Não queria ficar rendida a um homem que eu nem conhecia, e meu filho ser criado por ele, que tipo de homem Lorenzo ia se tornar?
Era algo a mais . Mais do que alguém perigoso, eu sentia um ar sombrio algo de diferente nessa casa, nessas pessoas, nele.
E eu ia descobrir, custasse o que custasse.
Seus olhos ficaram levemente amarelados, mas eu achei que fosse somente o contraste da luz.
"Eu aceito esse contrato." suspirei." Diferente de você eu amo o meu filho, isso não é um jogo. Aceitarei o que quiser."
"A primeira coisa a se fazer é ver como fala comigo. " ele me observou."
Engoli o seco para me controlar. Queria ir para cima dele, o que seria uma tentativa estúpida visto que Ethan tinha mais ou menos quase 1,90 de altura.
Eu sabia que dali em diante, eu não tinha mais nada a perder.