3. Cúpula de vidro

2229 Words
Julie parecia saber onde ficava tudo no local onde estávamos, ela que nós guiou até a cachoeira onde o restante estava se banhando. May lavava seu rosto com tanta delicadeza que parecia aquelas blogueira fazendo tutorial de beleza para o Tarzan. Ray mirou a lanterna para minha direção e só então perguntou: -Meu Deus, o que houve com seu rosto? -Nossa, tô tão f**a assim? -Fiz minha melhor atuação de sofrida. -Não, mas pensa com a gente.-Ela se referia a May e Rick.-Te deixamos lá junto dá Julie e Kevin, sozinhos, só consigo imaginar que alguém arrebentou sua cara.-Ray tinha uma expressão seria em seu rosto, ela parou de me olhar e focou sua atenção em Julie. -Unica coisa que aconteceu foi que eu bebi mais do que o normal me empolguei pra caramba, vi Kevin encoxando a Ina enquanto ela dançava, achei muito nojento ele fazer isso com ela que estava sobre o efeito do álcool e os empurrei! A Ina ficou p**a da vida comigo, não entendi. Ela deveria me agradecer pois Kevin poderia ter estuprado ela! Como o ser humano pode ter a mente tão poluída? Cara eu só estava dançando inocentemente e Kevin veio curti aquele momento comigo pois somos um casal. -Eu acho que a Julie viajou um pouco.-May soltou completamente indignada com o que acabará de ouvir. -Ou talvez não ....- Ray fuzilava Kevin.-Pode se explicar, mocinho? -A mesma pergunta com toda educação que ela havia herdado de seus pais. Eu me revoltei com aquela situação, Ray não era minha mãe nem nada minha além de minha amiga. Estava um pouco embriagada que ergui minha mão direita como se tivesse uma aliança em meus dedos. -Em breve não muito longe do dia de hoje, essa mãozinha aqui terá uma aliança de compromisso. Para pouco entendedor meia palavra basta. -Quando e como aconteceu esse pedido, Ina? -May perguntou completamente empolgada.-Foi na cachoeira, né? Vocês trasaram? -Apenas sorri envergonhada para disfarçar.-Meu Deus, de santa essa Ina não tem nada! May soltou uma gargalhada contagiosa, era sua forma de mostrar que estava feliz. -Fico mais aliviada em saber que foi só um m*l entendido.-Ray parecia um pouco sem graça com a reação que teve antes.-Meus parabéns, Kevina! -Só uma última coisa.-Parei em frente da Julie antes de proceguir.-Flor, sei me defender e se eu não estivesse com Kevin, ele não ia sarrar em mim enquanto dançava, estava levemente alterada pela bebida mas sabia muito bem o que estava fazendo, e pedia mentalmente para que você não estivesse ali para eu poder desfrutar mais do meu namorado e desse lugar incrível! Em seguida caminhei até o Kevin e o puxei para um beijo, eu estava precisando daquilo, o beijo dele aliviava todo aquela dor que eu estava sentindo por dentro, não era dor física, era espiritual. Por fim resolvi entrar na água para me banhar, e aliviar meus sintomas de bêbadas que era corpo mole e atos que iria me arrepender futuramente. A água estava fria para um c****e, peguei o shampoo (o cheiro era de amaciante, se eu não existia tão chapada, eu certamente reclamaria dele) e já ia passar no meu cabelo quando: - Ina, não vai molhar o cabelo antes de por o shampoo? - Julie perguntou, ela estava agaixada na cachoeira, fazendo a água ficar até seu pescoço. - Eita, é mesmo. - Respondi rindo da minha idiotice e fui pra debaixo da queda d'agua molhar a cabeça. Ray, Rick e May estavam só observando enquanto tomavamos banho, Ray e Rick riam de alguma coisa enquanto May estava aparentemente irritada, já que estava bufando e emburrada. A cena me fez rir também, tomei um baita susto quando dois braços gelados me abraçaram pelas costas, e quando vi que era Kevin, ri mais ainda e joguei água na cara dele, fazendo-o rir também. Ele se aproximou de mim e sussurrou: - Queria repetir tudo o que anunciar hoje. - e mordeu o lóbulo de minha orelha, claramente me provocando. Sussurrei em seu ouvido também, com a voz mais perversa que eu tinha: -Também queria! Quem sabe mais tarde? - Kevin fez uma cara s****a e me beijou, mas desta vez um beijo quente, que me fez esquecer que havia gente nos observando e me fazendo querer por mais, mas fomos interrompidos por Ray. - HEY, VOCÊS DOIS AI, NÃO VÃO SE COMER AQUI AGORA NÃO, NÉ ?! Kevin bufou irritado e gritou de volta para Ray um "Nada a ver" e voltou a tomar banho contrariado, me fazendo rir da sua indignação. Julie que estava boiando na água igual m***a, não muito longe de nós até então, se recompôs e gritou: - HOJE TEM! -E todos voltaram a rir, até mesmo Kevin. Enquanto eu tentava parar de rir, Kevin pegou-me distraída pela cintura, me fazendo soltar gritinhos histéricos e me jogou na água, o que fez iniciar uma guerra de quem afunda quem na água. E não demorou muito até Julie se juntar também. Ray junto de Rick e May estava rindo da gente e sem querer acabamos molhando-os, o que fez ficarem putos, xingarem muito nós e ameaçarem irem embora com as lanternas e deixarem a gente ali. Resolvi sair da água, após isso, mas foi porque minhas mãos pareciam ameixas secas ea água também estava esfriando em uma velocidade assustadora (ou sera que foi pelo álcool saindo do meu sangue?). Kevin resolveu sair também, e Julie ficou enrolando um pouco, alegando estar cedo, mas foi só começarmos a deixar ela sozinha que ela saiu rapidinho da água e se enrolou na toalha. Voltando a área das barracas, eu e Kevin entramos na nossa, nos vestimos e se pegamos um pouco, mas apenas beijos e algumas mãos bobas. Quando saimos da barraca, todos estavam prontos nós esperando para a gente na fogueira. - Olha o casal demora! -Reviremei meus olhos com comentário de maio. - To sentindo um pressentimento r**m. -Ray olhava fixo para o outro lado da Lagoa. - Como assim? - Eu perguntei assustada, e Ray continuou encarando a lagoa e falou quase em um sussurro: - Eu não sei, Ina. - Ray, não me diga que está tendo visão igual o maluco da van? -Julie perguntou, tão apreensiva quanto nós. - Não é visão, Julie. É pressentimento.- Ray respondeu chateada. - Sei o que pode curar isso! -May falou indo até a barraca de Ray. May voltou 2 minutos depois, com 2 garrafas de vodka. Isso me lembrar de ir pegar minha maconha e alguns comprimidos, que as vezes eu uso. - Logotipo Agora vamos pra fogueira. - falou maio. Andamos rumo a fogueira conversamos sobre qualquer besteira até que chegamos na tal fogueira. Ray, May, Rick e Julie ficaram muito chapados. Rick beijou um cara muito estranho, que provavelmente não escolher a barba a meses devido ao tamanho dela e May se apaixonou por um sapo. Isso mesmo, um sapo. Ficou beijando ele, como se fosse uma pessoa de verdade e fez até juras de amor para o pobre sapinho que não sabia o que fazer. Eu e Kevin saímos quando vimos que erámos os únicos mais ou menos sóbrios em volta daquelas fogueira, e resolvemos voltar para nossa barraca, mas quando chegamos lá na nossa barraca eu não consegui fazer mais nada além de deitar e dormir. Antes de eu dormir, peguei meu celular e nele marcava 00:25. Estava caminhando em um parque que eu gostava de passar muito com o Kevin, lá na cidade que moramos. Quando de repente vejo uma garotinha. Eu fui em direção dessa garotinha, essa garotinha era tão parecida comigo, mas ao mesmo tempo lembrava-me outra pessoa. Eu me aproximei dela e disse um simpático "Oi", ela olhou pra mim surpresa e respondeu: - Oi. Eu olhei pra pequena garota de olhos castanhos e falei: - Qual é o seu nome? - Os olhinhos castanhos olharam pra mim e me surpreenderam quando ela falou. - Que nome você me daria? Eu sorri e sem pensar disse: - Eu te chamaria de Karina! Ela riu baixinho e respondeu. - Meu nome é Karina. - Ela respondeu tirando uma mecha do próprio cabelo que caiu em seus olhos. - Serio? nossa primeira vez que eu acerto uma coisa nessa vida.- Respondi rindo alto, e Karina também riu. - Você parece comigo quando eu era da sua idade. Onde está sua mãe? Karina me olhou confusa e respondeu: - Você! - E saiu correndo, e eu não a segui. Acordei com dor de cabeça, maluco que p***a de sonho foi esse? Eu olhei para meu lado direito e o Kevin estava dormindo feito pedra. Peguei meu baseado "Estava morrendo de vontade de usar ele na fogueira mas nem usei", senti uma forte pontada no pé da barriga. Peguei o remédio de dor de cabeça e tomei ele. Antes de sair da barraca olhei o relógio, era 3:33, Fui até o outro lado da lagoa. Acendi meu cigarro e fiquei lá, até que comei a sentir uma forte dor de barriga, cruzes ate falta de ar me veio. Desci da pedra onde eu estava sentada, completamente zonza e de pernas trêmulas. Comecei a caminhar em direção onde estava minha barraca com o Kevin, que seria no outro lado da lagoa. Mas, quando me dei conta estava toda molhada porque estava tentando atravessar uma lagoa. Me desesperei por completo, comei a nadar na beira da lagoa, antes de voltar cambaleando para trilha. Não sei se era o efeito da maconha, mas eu estava vendo uma sombra vindo na minha direção. Que p***a era aquela? Peguei uma pedra no chão, ou duas, não sei, já que estava vendo tudo duplicado, a ergui acima da minha cabeça m*l conseguindo ficar em pé, estava tudo girando e girando. E voltei a dar passos cautelosos em direção a ponte de novo. m***a, eu estava sem senso de direção também? A sombra continuava vindo em minha direção, e eu já estava em cima da ponte, a sombra agora parecia estar tomando forma de uma pessoa. Quando ela estava já bem perto de mim, joguei a pedra em sua direção. Acho que a acertou, pois ela cambaleou para a beira da ponte e caiu no chão, um objeto de cair da ponte. Quando pensar em sair dali, aquilo que estava caído no chão grudou em meu tornozelo, fazendo com que eu caísse no chão completamente desorientada, aquilo subiu sobre meu corpo que estava de bruços, por instinto me virei o mais rápido que pude. Sem pensar duas vezes peguei uma pedra que estava próxima a mim e o acertei. Tirei aquele corpo de cima do meu, jurava que eu ia morrer, m*l respirar e podia jurar que fiz c**ô nas calças. Minha visão se ajustou a luz fraca da lamparina que ficava na cabeça da ponte, um pouco embaçada, não conseguindo ver quem, mas clara ao enxergar a forma de uma faca em sua mão. Aquela coisa ia me m***r? Não me permiti pensar muito e empurrei o corpo para que caísse na água. Estava assustada e nada parecia fazer sentido na minha mente, me perguntava se era alucinação ou se eu realmente tinha matado aquela coisa! Sai correndo e ás vezes tropeçava pelo caminho. Depois de um tempo que preferiu uma eternidade, finalmente achei a minha barraca que dividia com Kevin "a esta altura o efeito da maconha já havia cessado do meu sangue". Agitada, arranquei minha roupa que ainda estava molhada e o joguei longe, entrando na barraca completamente nua, antes de me estar se estava limpa, por sorte sim. Apertei meu corpo nú contra o de Kevin, que involuntariamente colocou seu braço me prendendo nele, mas não acordou e assim eu dormi. Estava dentro de uma casa luxuosa, com uma camisola branca e longa. Andei até uma porta branca e a abri, lá estava a menina do meu sonho, expremida contra um cantinho do quarto encarando o nada. Ao me notar, ela me olhou com um olhar triste e disse com a voz chorosa: -Faltam quatro, mamãe. Perguntei completamente confusa. - Faltam quatro o que? - Faltam quatro desgraças acontecer, para que você saiba que eu existo! - Continuei encarando a menina, como se ela tinha crescido um pouco desde que nos vimos pela última vez. Ela notou minha confusão, e deu um sorriso amargo deixando evidente a sua falta de dentes da frente. E me falou: - Uma já aconteceu! - Eu já estava ficando irritada com a menina, mas a perguntei com calma "Do que você esta falando?" A menina me encarou, e murmurou um "Boa sorte, mamãe!" e desapareceu. Fiquei procurando Karina pela casa, mas ela não estava em lugar nenhum, foi quando eu estava na sala que vi um retrato de uma mulher, Karina e ... Kevin? Aproximei meu rosto da fotografia e constatei. Sim era Kevin, e a mulher era eu, soltei o quadrinho no chão fazendo-o se espatifar em dezenas de pedacinhos. Comecei a olhar os outros porta-retratos e todos mostravam a mim, Kevin e Karina o que fez meu peito doer, por que parecíamos tão felizes, mas ao mesmo tempo tristes. O que estava acontecendo? Foi quando eu vi uma cúpula de vidro em cima de uma escrivaninha de madeira, que me chamou a atenção, me aproximei e percebi que dentro da cúpula havia um livro preto trancado com um cadeado de ouro .....
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD