Prologo
Quando Carla Bassos tinha apenas 16 anos, seus pais haviam feito milhares de dívida com uma homem chamado Dylan Petri, seus pais que já não tinham mais nada decidiram dar a sua filha como pagamento para aquele homem c***l.
— Por favor, leve ela! — Carla olhou perplexa para os seus pais que sempre foram carinhosos, como eles poderiam estar oferecendo a sua própria filha daquela forma para aquele homem assustador?
Carla não podia evitar de chorar.
— Você vai fazer isso por nós não vai? — sua mãe chegou perto dela junto com o seu pai.
— Nós te criamos até agora, isso é o mínimo que você poderia fazer por nós, não é mesmo?
Ela olhou novamente para o homem que estava em sua porta, ele era muito grande e seu rosto não ajudava apenas o-deixava mais assustador, havia também uma cicatriz em seus rosto, quando ele voltou seu olhar para ela seu corpo estremeceu, Carla não sabia o que fazer, ela deveria ir com aquele homem ou insistir para ficar com seus pais?
— Vamos, você vai fazer isso não vai? — sua mãe segurou suas duas mãos, seus olhos tremiam de terror.
Ela então enxugou suas lágrimas e tomou a atitude mais corajosa da vida dela.
— Me leve e poupe a vida dos meus pais — ela estendeu os seus braços como se estivesse indo presa, m*l sabia ela que a cadeira era melhor que estar ao lado daquele homem.
Os homens que trabalhavam para ele se entreolharam, um deles foi até o chefe e cochichou algo em seu ouvido, o homem então que tinha o dobro da minha altura se abaixou e disse:
— Você virá comigo?
Meus olhos tremeram por um momento, olhei novamente para os meus pais e eles acenaram com a cabeça, voltei meu olhar para ele e confirmei.
— Siga o Hector, ele vai te levar para o carro.
Atrás dele apareceu um homem muito diferente do chefe, ele ainda tinha uma aparência grande mas seus rosto era um pouco mais gentil, ele me levou até o carro e fechou as janelas blindadas, no último momento em que a janela subia eu pude ouvir os gritos da minha casa, no mesmo momento eu senti as lágrimas descendo novamente, eu era a única que tinha sobrevivido.
O tempo todo Hector tentava puxar conversa comigo mas eu estava retraída, eu sabia que eu havia acabado de perder os meus pais e eu estava indo com o homem que fez isso, eu prometi a mim mesma naquele momento que eu iria sobreviver, meus pais me entregaram para salvar a sua vida e acabaram mortos, eu senti que ao menos eu tinha que sobreviver,
Fiquei calada o tempo todo, eles me levaram para uma casa ao entrar me deparo com várias mulheres, ela nao tinham curiosidade sobre mim e nem olhavam para mim, apenas uma delas veio me receber.
— Seja bem vinda, como é o seu nome? Você viverá aqui a partir de hoje — a casa tinha vários dormitórios e ela me apresentou o meu.
Eu morei por vários anos naquele lugar, não era o melhor dos ambientes mas eu pude viver e comer bem lá, havia apenas um requisito que todas nós que moramos naquele lugar tínhamos que fazer, nós tínhamos que trabalhar para o homem que estava na minha casa, seu nome era Dylan Petri, ele se tornou dono de diversos bordéis e cassinos, além de casas de apostas, nosso trabalho? Arrancar cada centavo dos homens que frequentavam aqueles lugares, assim que eu cheguei eu fui instruída a fazer o trabalho.
Por seu muito nova eu nao sabia nada sobre, era como um mundo totalmente diferente para mim, eu fugi algumas vezes mas eu sempre era arrastada de volta para o trabalho, alguns homens se ofereceram para me resgatar mas nenhum obteve sucesso, quando eu pensava que estava sozinha eu me enganava, Dylan me observava o tempo todo, desde o momento que eu havia chegado, um dia ele me encontrou tentando fugir pela janela do meu quarto.
— Odeia tanto este lugar? — eu fiquei calada, eu fui ensinada a sempre obedecer a ele, afinal, eu devia a minha vida a ela igual a todas que estavam la — Você sabe que não há onde você morar agora, não tem um lugar para voltar.
Eu continuei em silêncio.
— Não parece surpresa em ouvir isso.
— Eu ouvi os gritos dos meus pais quando eu saí daquela casa, afinal, porque me deixou viva? — aquela era a primeira vez que eu respondia a ele.
— Eu vi nos seus olhos a coragem que você tinha, ofereceu sua vida inocente em troca daqueles pecadores.
— Você virou Jesus para julgar os justos? Não fiz aquilo por boa vontade, era o mínimo que eu poderia fazer por eles.
— Está tentando se convencer que fez aquilo por vontade própria? Quando na verdade foi forçada a fazer aquilo?
— Isso nao te diz respeito algum — eu fico de pe e encaro ele de frente, eu sabia que ele poderia me matar no momento que quisesse mas ele nao me dava mais medo algum.
Ele desviou primeiro o seu olhar e em seguida saiu do quarto, eu sentei na cama sentindo um peso descer dos meus ombros, desde aquele dia eu não o vi mais.
Eu cresci naquele ambiente de mulheres, sapatos e maquiagem para todo lado, decotes e batom vermelho era parte da rotina, quando eu fiz 19 anos eu me encontrei novamente com ele, eu trabalhava por tempo integral, estava me acostumando ainda com aquela vida apesar de já fazer algum tempo, enquanto eu me arrumava para mais um dia de trabalho ele passou do meu lado com os seus homens, eu senti o seu olhar em mim mas apenas continuei a me arrumar, em seguida um dos seus veio até mim e me chamou para a sala que ele havia acabado de entrar, entrei na sala e quase não pude ver nada, era bem escura e tinha luzes neon, ele estava sentado no sofá com várias mulheres ao redor que eu já conhecia.
— Ouvi que tinha me chamado — ele assentiu e me chamou para mais perto dele, me sentei ao seu lado naquele sofá vermelho.
— Seu nome?
— Carla Bassos.
— Você era aquela garotinha dos pecadores? — ele ainda lembrava daquela história?
— Sim senhor.
— Não me chame de senhor, eu não sou assim tão velho. Onde está trabalhando?
— Eu estava indo para o cassino neste exato momento.
— A partir de amanhã você irá para uma das boates, pode escolher onde vai ficar.
Fiquei boquiaberta naquele momento, a boate era um dos nossos serviços mais caros, você pode ser uma acompanhante nas mesas com os homens ou pode ser uma das dançarinas.
— Eu gostaria de ficar no pole dance.
Ele sorriu e tomou um gole da sua bebida, aquele era o nosso segundo encontro.
Passou mais algum tempo eu já estava com 22 anos, eu já era conhecida na boate como “coelhinha”, no começo eu havia escolhido aquela fantasia porque cobria bem o rosto e isso me deixava menos envergonhada mas depois de tudo se tornou minha marca registrada apesar de eu ter perdido toda a vergonha que eu sentia, eu era a mais popular da boate e um dia Dylan veio diretamente me parabenizar, ele veio de surpresa para a boate que eu estava e ficou observando de longe, ele me falou que estava hipnotizado pela forma que eu dançava na barra, “qualquer homem ficaria louco por desejar você" e com aquele frase começamos a nova provocação.
Arranjamos o hábito de provocarmos um ao outro mas bastou alguém jogar uma faísca para começar o fogo de verdade, na noite em que houve a minha parabenização teve uma festa afinal, eu estava no top 1 mais populares, eu bebi bastante e aproveite, Dylan se retirou primeiro e eu fui atrás dele, como uma criança brincando com algo perigoso eu estava me divertindo com aquilo sem saber que eu estava me castigando, eu joguei a razão pelos ares e pela primeira vez eu dormi com o meu chefe.
Hoje em dia eu tenho 26 anos e continuo sendo a favorita, eu quem ganho mais dinheiro para ele, diferente das outras eu fico apenas no pole dance e além de tudo eu e ele estamos em um relacionamento, você pode dizer que é um pouco diferente dos outros…
— Onde ele lhe tocou, me diga! — ele me joga violentamente na cama.
— Ele não me tocou! — ele tampa minha boca com a sua mão impedindo que eu falasse.
— Eu vou arrancar a mão dele, todos sabem que você é minha mas ele se atreveu a tocar no que é meu, vou fazer em cada canto do seu corpo ficar com a minha marca.
Eu continuava trabalhando para ele, mas não me era permitido ficar com nenhum outro homem nem mesmo se fosse trabalho, se eu o fizesse seria morta junto com o homem que eu estivesse, constantemente ameaçada, aquela era a minha vida e eu nunca pensei que um dia aquilo pudesse mudar, mas mudou.