capítulo 01

1238 Words
Meus amores trago um novo surto pra vocês, conto com a ajuda de todas adicionem na biblioteca pra me ajudar.... Carine narrando capítulo 01 .... O som dos meus saltos ecoava pelo corredor silencioso do fórum. Cada passo calculado, cada movimento treinado para parecer firme. Mas por dentro... o caos. Meu nome é Carine Costa, tenho 25 anos e sou uma das advogadas criminais mais jovens do estado do Rio de janeiro . Alguns dizem que é sorte, outros dizem que foi influência do meu pai, um juiz aposentado e temido por meio país. Eu prefiro dizer que foi esforço. Sangue, suor e noites sem dormir. Sempre fui racional, fria até quando preciso ser. Em um tribunal, não deixo que emoção alguma me controle. Mas naquele dia, com aquele cliente... algo estava diferente. O nome Rafael Sampaio já causava arrepios por si só. Mais conhecido por " Peixe " Líder de uma das maiores facções do tráfico no estado . Um homem que todo mundo conhecia e evitava. Eu o conhecia apenas de ouvir falar. Nunca o tinha visto . Até agora. A porta da sala de audiências se abriu, e meu coração acelerou quando o vi. Alto, pele morena, porte físico forte, algumas tatuagens amostra , olhar intenso e perigoso. Usava um terno simples, algemado, mas ainda assim... era impossível ignorar a presença dele. Não parecia um réu. Parecia um rei preso por engano. - Doutora... ele disse, com tom de voz grave e carregado de ironia .- Achei que viria alguém mais... velho. Fiquei parada, segurando minha pasta contra o peito. Estava com um blazer cinza claro, saia lápis e cabelo preso num coque. O típico visual da advogada séria, distante, inalcançável. Mas ele me via. Como se enxergasse por baixo da roupa, por dentro da pele. - E eu achei que traficantes não falassem tanto. retruquei, mantendo o queixo erguido. Um dos policiais à porta abafou uma risada. Ele arqueou uma sobrancelha, os olhos presos nos meus. Olhar de predador. Não parecia preso. Parecia no controle. E isso era... desconcertante. - Você vai me tirar dessa, Carine? ele perguntou, como se estivéssemos em uma conversa íntima, não numa audiência criminal. - Eu sou sua advogada. Não sua babá. E definitivamente não sua cúmplice. - Ainda. Foi o jeito como ele disse. Baixo, provocante. Como se tivesse certeza de que eu acabaria cedendo. Como se já soubesse o fim da história. E, por algum motivo que eu não queria admitir, aquilo fez minha pele arrepiar. Eu não me envolvia com clientes. Nunca. E principalmente, não com homens como ele. Mas ali, naquele instante, diante daqueles olhos intensos, senti que minha vida estava prestes a sair dos trilhos. E por mais errado que fosse… uma parte de mim queria isso. Ele se sentou, algemado, mas com a postura de quem comanda uma sala. Os olhos ainda fixos em mim. A audiência nem tinha começado, e eu já sentia que o verdadeiro julgamento seria meu das minhas próprias convicções. Sentei ao lado dele, abrindo a pasta com os documentos. Fingindo que nada estava acontecendo, que ele não mexia comigo. Era só mais um caso. Um cliente. Um criminoso. - Você tem uma ficha extensa, Rafael. falei, sem encará-lo. - Acusações de tráfico, associação criminosa, tentativa de homicídio. Vai ser difícil. - Eu não te contratei pra fazer parecer fácil. disse, com um meio sorriso. - Te escolhi porque você é a melhor que me indicaram . - Me escolheu? questionei, virando o rosto na direção dele, surpresa. - Você sabia que seria eu? - Digamos que eu pedi. respondeu, com um brilho malicioso nos olhos. - Queria ver se a lenda era real. - E o que achou? Ele se aproximou levemente, o suficiente para que sua voz roçasse minha pele como um sopro quente. - Ainda estou avaliando. Mas, até agora... estou impressionado. Meu corpo reagiu antes que eu pudesse me conter. Um arrepio, um leve prender de respiração. Respirei fundo, voltando o olhar para frente. Precisava manter o foco. Isso era trabalho. Era minha carreira em jogo. E ele... ele era tudo o que eu devia manter longe. O juiz entrou na sala, dando início à audiência. Levantei com profissionalismo, cada palavra que saía da minha boca era precisa, afiada como uma lâmina. Eu dominava o espaço. Argumentava, questionava. Era o meu território, e ali, Rafael viu a verdadeira Carine Costa em ação. Mas mesmo enquanto eu falava, sentia o olhar dele sobre mim. Estudando. Provocando. Como se, para ele, aquele julgamento fosse só um jogo preliminar. Quando a sessão terminou, ele foi conduzido de volta, mas não sem antes se virar para mim, sorrindo de canto. - Você é mesmo tudo o que dizem... e mais um pouco. - Eu não vim aqui para te agradar. respondi, arrumando minha pasta. - Ainda assim, conseguiu. E então se foi, escoltado pelos policiais. Mas ele não saiu da minha mente. Ali, naquele corredor frio do fórum, percebi que Rafael Sampaio não era só mais um caso. Ele era um risco. Um perigo real. E o pior de tudo? Eu estava curiosa para saber até onde isso podia ir.... De volta ao meu escritório, a cidade do Rio pulsava atrás da parede de vidro. Eu devia estar concentrada na papelada, nos próximos casos, na reunião com o sócio agendada para dali a uma hora. Mas meus dedos batiam a caneta sobre a mesa, inquietos. Meus pensamentos… ainda estavam com ele. Rafael Sampaio. O nome era como um veneno doce. Familiar demais. Inaceitável demais. Peguei o relatório do caso e comecei a reler. Havia algo de errado. Testemunhas que mudaram as versões, provas que surgiram do nada, outras que sumiram misteriosamente. O processo era um emaranhado de interesses escusos, e, no meio de tudo isso, ele. Não parecia se importar em provar inocência parecia apenas… se divertir. Suspirei, largando o relatório. Eu não podia deixar esse homem mexer comigo. Não podia me dar ao luxo de perder o foco. No meio jurídico, bastava um deslize, um boato, um olhar m*l interpretado… e tudo que eu construí ruiria. Mas ele não era só aparência. Havia inteligência por trás daquele olhar insolente. Tática. Frieza. Não era um bandido comum. Era o tipo de homem que joga xadrez enquanto o mundo acha que ele joga cartas. Meu celular vibrou. Mensagem da recepcionista “Dra. Carine, o sr. Rafael Sampaio pediu para entregar isso pessoalmente.” Franzi a testa. Levantei e fui até a recepção. Havia um envelope sobre o balcão. Sem remetente. Sem instruções. Abri ali mesmo. Dentro, uma folha dobrada. Uma letra firme, inclinada “Você é melhor do que eu esperava. Inteligente, precisa, perigosa. Adoro perigo. A audiência foi só o começo. R.P ” Meu sangue gelou e ferveu ao mesmo tempo. Ele estava flertando? Me provocando? Me testando? Voltei para minha sala com passos firmes, coração acelerado. O que ele queria, afinal? Me tirar do eixo? Fazer de mim mais uma peça no jogo dele? Mas, contra todos os meus princípios, uma parte de mim estava viva. Desperta. Curiosa. Como se ele tivesse acendido algo que eu passava a vida apagando. E isso me assustava. Porque homens como Rafael… consomem. Desmontam. Queimam tudo ao redor. E mesmo assim, ali estava eu. Lendo aquele bilhete pela terceira vez. Como se ele já tivesse começado a me conquistar sem sequer tentar. Comentem e não esqueçam de add na biblioteca de vocês!
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