capítulo 45

1119 Words

Peixe narrando capítulo 45 A garrafa voou contra a parede e estilhaçou no impacto, mas não fez barulho suficiente pra calar o grito que tava preso na minha garganta. Eu urrava. Um urro de bicho ferido. De homem que não sabe onde tá sua filha. Que não sabe onde tá sua mãe. Minhas mãos tremiam, e o sangue já manchava a palma direita depois de socar o espelho do corredor. Os estilhaços cortaram, mas eu nem senti. O que doía era aqui dentro. Era a angústia, a impotência. A raiva. - SUMIRAM COM ELAS! gritei, sem esperar resposta, porque eu tava sozinho. A TV tava no chão, a tela rachada. Os quadros, arrancados da parede. Eu chutava tudo, como se o caos do lado de fora fosse aliviar o caos que tava me consumindo por dentro. Mas não ajudava. Nada ajudava. A pulseirinha da Lia... Aquela ma

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