Dar pro chefe

1261 Words
Dara narrando Nara: Nem fudendo. — Nara fala andando de um lado para o outro no nosso quarto de hotel. Eu tô jogada na cama, e a Luiza no chão, doida pra dar pro Pedro. Luiza: Véi, tu viu como o Pedro é gato? p***a! Nara: Vi, o Ravi também é! Mas custa muito subir o morro por eles… e se forem traficantes? — A gente vai embora daqui a duas semanas. Se forem traficantes, a gente vai embora do mesmo jeito. Nara: Vocês leem os noticiários por aí? Não é assim que funciona, não! Luiza: Véi, eu só quero dar pro gostoso do Pedro. Nem todo mundo que sobe fica, como a Dara falou. A gente curte o baile e depois volta. Eles nem têm cara de traficante. — Traficante tem cara agora? Nara: E se a gente levar um tiro? E se eles forem casados? Se forem bandidos? Se forem noiados devendo? Se a polícia subir? Se tiver invasão? — Nara, deixa de noia. Tu passou o dia com o pessoal. Eles não parecem perigosos. E eu não vou me perdoar se vier pro Rio, tiver essa chance e perder por medo. A Geovana é conhecida por lá. Vamos estar em segurança. Luiza: É isso. A gente sobe, fica um pouco, depois desce. Nara: E se eles não deixarem a gente descer, c*****o? — Tu tem o quê? b****a de mel, é? Tem tanta gente gostosa por lá, principalmente no morro. As meninas tudo lindas, e nunca escutei ninguém dizendo que ficou presa. Acorda, Nara. Sai das fanfic. Nara: Tá bom, tá bom! A gente vai. Mas se eu não gostar, a gente desce! — levantamos todas animadas, fazendo dancinha. Luiza: Eu não desço. Eu vou dar a noite toda! — Sorrimos. — Será que encontro um chocolate por lá? Luiza: Oooooolha aí, já é um avanço! Nara: Quem mandou tu dar a xereca pro bandido? — rimos juntas. — Tô brincandooo. Mas confesso: dá um arrepio na espinha só de pensar. Nos arrumamos cheias de animação. Cometemos o vacilo de não pegar o número de ninguém. Tô com um vestido preto de alça todo em escamas, curto, lindo, realçando cada curva. Luiza e Nara também estão impecáveis. Descemos pro saguão do hotel e chamamos um táxi. — Agostinho Carrara, meu amor! — falo, e as meninas caem na risada. O taxista também não segura o riso. Taxista: Turistas, né? Dá pra perceber pelo sotaque. O que estão achando do Rio? — Maravilhoso. Não decepcionou! Taxista: É, é lindo mesmo. E pra onde vamos? Luiza: Rocinha! — ela solta sem pensar, e o homem arregala os olhos. Taxista: Rocinha? A favela? Nara: É perigoso, né, moço? Eu sabia! — Calma, Nara. Vive a experiência. — Ele segue viagem com uma cara não muito animada. Chegamos no pé do morro. Nara tá suando, Luiza deslumbrada. Eu… confusa com o que sinto. O carro para. Eu olho pro motorista e já sei: — Já sei. Você só vai até aqui, né? Taxista: Sim. Nara: Pede pra eu sair da fic, mas olha ela se concretizando. c*****o! — Sorrio, pago a corrida. — Obrigada! Taxista: Se cuidem. Fiquem atentas. Luiza: Pode deixar! O movimento é frenéticoooo. — Vamos subir de motooo! — falo sorrindo. Nara: Meu Deus, Ravi, se teu p*u não for grande e grosso, eu te mato. — a gente ri, mas assim que vamos em direção aos mototáxis, somos paradas por dois caras armados até os dentes. Ficamos travadas. Xxx: Pra onde vocês pensam que vão? — É… é… vamos… Luiza: Pro baile! Nara: Somos amigas da Geovana, do Ravi, do Pedro e da Sophia! — ela solta tudo de uma vez. Xxx: E como eu vou saber se é verdade? Nara: Não mata a gente, moço. A gente não é x9. Só veio curtir o baile, depois vamos embora. — ela fala quase implorando, e os caras riem. — Desculpa, moço. Ela tá meio lelé. Bebe demais, sabe como é. Matuta, veio lá do interior do Nordeste, só tem barro, seca e gado. — falo sarcástica. Xxx: Fica de boa aí, três doidas. Vou passar o rádio pros caras. Aí, Canivete, liga pro PC, vê se confere essa ideia. Rádio on Canivete: Fala, PC. Tem três mina aqui no pé do morro fazendo a louca. Como é o nome de vocês, c*****o? — Dara, Luiza e Nara. PC (no rádio): Tô ligado. Manda subir. São amigas da Geovana e da Sophia. Rádio off Xxx: Liberadas. Entrem nesse carro aí. Vou levar vocês pro baile. — e a gente segue com o cu piscando pra dentro do carro. Nara (sussurrando): Onde vocês meteram a gente? — Se não subimos de moto, é a mesma coisa de não ter vindo no morro. — também sussurro. Luiza: Tô com o cu piscando! — rimos, mas nervosas. No caminho, olho pela janela observando tudo. É tudo diferente do que imaginei. O povo, o clima, o fluxo. Não é tão distante da minha realidade, mas a sensação é outra. Chegamos na quadra e… uau. Muito mais do que pensei. É imensa, digna de show. Muita gente armada e parece… normal. Xxx: Chegamos. Geovana tá no camarote. Só seguir pra lá. — Valeu! Nara: Obrigada por não m***r a gente. Luiza: Falou! Descemos do carro sorrindo — três tontas. Atraímos muitos olhares. Estamos produzidas, mas não somos as únicas. Tem gente de todo tipo. Tudo parece divertido. — Como vamos passar por essa multidão? Luiza: Não faço a menor ideia! Tentamos perguntar onde é a entrada do camarote, mas cada instrução deixa a gente mais perdida. A multidão engole qualquer direção. — Gente, desisto. Vamos ficar aqui embaixo mesmo. Pegamos uns drinks nas barracas e curtimos daqui. Luiza: p***a, véi. E o Pedro? — O que mais tem aqui é homem. Arruma outro. Nara: Eu só vim por causa do Ravi… — Se lascou, então. Porque achar eles aqui vai ser impossível. — Elas fazem cara de derrota, mas o lugar tá tão animado que logo esquecem. Paramos ao lado de uma barraca. Pegamos três drinks. Nara não bebe — parou depois de umas crises de ansiedade — mas isso não impede a animação. As músicas de funk tão bombando. Mesmo sem estar nas nossas playlists, a gente conhece todas. Dançamos com v*****e. Luiza já beijou cinco caras. Nara não resistiu, ficou com um. E eu? Ninguém. Como sempre. Não gosto de ficar com qualquer um em festa. Gosto de me sentir desejada. E aqui… sei que isso não vai rolar comigo. As horas passam. Já é 1h30 da manhã quando meu olhar cruza com o de um homem. — c*****o! — penso alto, e desvio o olhar ao perceber a a**a na cintura dele. Luiza: Falou o quê? — Nada! Nara: Eu também escutei. O que foi? — Nada, minha gente. Amo essa música! Boraaaaa! — puxo as duas e volto a dançar, descendo até o chão, me entregando ao som. 🎵 Música on 🎵 Hoje eu vou parar na gaiola Ficar de marola Senta pro chefinho do jeitinho que ele gosta Vai ficar chapada e vai voltar depois das horas… toma, toma, toma, toma sua gostosa… Tô dançando empolgada. Em um momento, olho pra cima — e lá está ele. O mesmo cara. Me olhando. Tiro o olhar. Quando volto… ele sumiu. — Que homem lindo! — penso, balançando a cabeça pra esquecer. Continuo dançando. Mas então... Sinto uma presença. Uma voz firme e grossa no meu ouvido, que me faz arrepiar até a alma. Xxx: Então você quer dar pro chefe?
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