Beatriz narrando Tempos depois… O SMS chegou dois dias antes: “Carteira de visitante pronta”. Eu li, reli, encostei a testa na parede da cozinha e chorei baixinho, aquele choro que desentope o peito. Era isso. Agora era só ir. Só… como se fosse simples atravessar grade e respirar o mesmo ar que ele, sabendo que quando tocasse o apito eu ia ter que deixar meu homem lá dentro. Passei o dia anterior inteiro na função da comida, igual coração de mãe: se tem dúvida, põe mais uma marmita. Comecei cedo, cabelo preso, avental, rádio da cozinha ligado no pagode antigo e as panelas cantando. Arroz soltinho (fiz dois tipos: o branco e um temperadinho com cenoura, cheiro-verde e alho dourado), feijão com caldo grosso bem temperado na folha de louro, calabresa na frigideira até ficar no ponto que

