CAPÍTULO 1

1884 Words
WILLIAM Eu fico parado no quarto encarado Nathan dormindo e fecho os olhos com cada parte do meu corpo doendo como o inferno, tem toda uma bagunça dentro de mim, com uma faixa já suja enrolada na minha mão. Com o barulho do estrondo voltando na minha cabeça e uma revolta por não entender como aquilo aconteceu assim do nada. Com quase horas sem uma noticia se quer, com apenas o garoto bem, com o braço com uma torção. Mas Ellen, bem, eu não sabia, fazia minutos que Nathan havia se acalmado e pegado no sono, me deixando desabar em uma cadeira finalmente. Aquilo não podia estar acontecendo. Não dessa forma. Não assim do nada. Sem anúncio ou aviso prévio. Não podia acontecer nada com ela. Eu balanço a cabeça e quando abro os olhos a porta do quarto se abre e dois rostos conhecidos e preocupados me encontram, se aproximando de mim e me puxando da cadeira. - Oh, meu Deus, você está bem?! - Eu fico parado. - Filho? - Eu aperto meu pai e fico em silêncio, eles encaram meu rosto acho que eles tem a perguntas deles respondidas, meu pai ergue o olhar e encarar Nathan na cama. - Vem, não podemos fazer barulho, Íris – Eles me acompanham até fora do quarto e quando saímos minha mãe pega minha mão e olha para ela. - Você tem que trocar isso – Eu puxo a mão. - Estou bem, foi um arranhado. - O que aconteceu, William? - Um carro parou na nossa frente, no meio do cruzamento, o sinal abriu e ela estava dando a volta, mais ai – Eu paro de falar. - Ela está pra dentro, não tive notícias dela ainda, o garoto estava agitado e só dormiu agora, eu preciso saber dela. - Você precisa de um médico – Eu balanço a cabeça. - William, isso é sério, olha para sua mão. - Eu estou bem pai, mais que bem – Minha cabeça esta agitada. - Ela estava com o braço r**m e com sangue, eu não entendo, estava tudo bem e do nada isso aconteceu, eu não entendo! - Filho... - Não mãe, eu não aceito isso, não com ela, era para mim estar dirigindo, mas ela insistiu por eu não estar com a licença, era eu e não ela, eu não sofri p***a nenhuma, mas ela sim! - Eu me encosto na parede. - William... - A culpa é minha! - Eu deslizo para o chão e fecho os olhos com força. - Era pra mim estar no lugar dela. Se acontecer... - Fecha a boca William, não termine – Meu pai se abaixa ao meu lado. - Ela está em um dos melhores hospitais, ela vai ficar bem, me ouviu? - E o garoto, querido? - Minha mãe se aproxima, ficando ao lado do meu pai,que está abaixado ainda. - Ele vai ficar bem, mas está assustado e chorou muito, foi h******l! – Suspiro fundo. - Liguei para o amigo dela, ele está vindo, preciso resolver o BO do carro, mas eu não estou com cabeça para isso, eu só entrei com Nathan e vim pra cá, não sei como ficou as coisas lá. - Eu vou cuidar disso, não se preocupe, mas deve ver sua mão, trocar essa roupa e se acalmar se quer ficar, mas deve ser forte, independente do que acontecer William. Objetivo como sempre. Eu me levanto. - Eu preciso saber dela. - Eu vou resolver o problema do acidente, sua mãe fica com o garoto e você vai ver como ela está e se cuidar, não pode deixar as coisas assim. Me viro para minha mãe que me olha fixamente. - Se ele acordar me chama, ele e um bom garoto – Eu dou as costas e caminho pelo corredor, quando eu chego ao cruzamento encaro as placas e vejo uma enfermeira parar e me encarar. - Está tudo bem, senhor? - Procuro a moça que deu entrada mais cedo do acidente, ela e minha mulher e eu não tive notícia ainda. - Foi levada para o semi-intensivo a pouco – Eu vou recebendo as notícias. - Estado geral e só com o médico, lamento. - Onde o Facini esta? Foi ele que cuidou dela, não foi? - Posso achar ele, que tal enquanto isso me acompanhar para examinar esse curativo? - Balanço a cabeça e ela me acompanha, entro na sala e me sento, vendo a calça escura com a mancha seca e o mesmo tipo de mancha pela camisa. - A enfermeira se aproxima com a bandeja e eu fico parado, erguendo a mão e deixando ela cuidar daquilo de uma vez. - Não sente nada? - Não. - Certo, vamos cuidar disso – Eu fico calado. - Você a viu? - A mulher balança a cabeça. - Sim, fica tranquilo, a equipe cuidou dela, ela vai se recuperar. - Havia sangue no rosto dela. - Ela bateu a cabeça com força e fez um corte, foi um acidente. - Geralmente isso nunca é bom, em filmes e nem na p***a da vida real – Eu vejo ela se aproximar com as gazes e limpar, quando termina ela passa uma gaze e a faixa. - Pronto, deve fazer isso depois, certo? - Eu balanço a cabeça. - O médico está na sala dele, no fim do corredor. Eu saio da sala e caminho até que encaro o homem barbudo, que sorrir ao me ver. - Willlaim – Ele me cumprimeta. - Soube do acidente, eu lamento muito. - Como ela está? - Bem – Ele abre a porta. - Você sempre sabe o que fazer, mandou ela para o lugar certo – Ele se senta e eu fico em pé. - Como se sente? Foi examinado? - Não preciso, como ela está? Fala logo. - Ela teve uma concussão na cabeça, não houve reação interna ou dano, o que deu para reverter ou evitar uma possível hemorragia ou isquemia ou inchaço. Mas a batida foi forte o que a deixou inconsciente. - O lado que ela estava ficou uma lata velha! - Bufo e caminho pela sala. - Ela também teve um corte no braço e deslocou o ombro, como um corte próximo a orelha, mas isso é o de menos, o braço e o ombro vão ficar bom. - Ela vai ficar bem, não vai? - Sim, levamos ela pra semi-intensivo, posso conseguir que você entre. - Para que ela está lá? - Ele fica calado e se inclina um pouco para frente. - Ela precisa da supervisão da minha equipe. Na sala ela deu uma convulsão enquanto deu entrada, foi controlada, tentamos acorda-la antes de ser levada para o quarto, mas ela não reagiu. Ela precisa ser acompanhada, fizemos protocolo geral nela, mas nada de dano interno, talvez a concussão tenha sido mais intensa o que levou a perda da consciência e também a convulsão. - O que você está falando?Ela está bem, você falou isso,p***a! - Eu me aproximo. - Ela está bem, mas ela não ter acordado nos deixa preocupado, por isso a intensivo, ela deve acordar pelas próximas horas ou o corpo pode usar isso para se recuperar do choque do acidente. Ela está bem, apenas em sono. - Em coma? - Não, não dá para falar disso ainda. Te sinais reativos, mostra que o estado de inconsciência e moderado. - E se ela não acordar? - O corpo responde de maneiras diferentes William, e o corpo reagindo ao trauma da concussão. - Tenho que saber de mais alguma coisa? Ela tem risco? - Não, estamos com ela, minha equipe não vai desgrudar os olhos dela, não se preocupe, vou te entregar ela inteira - Tenho que ir, mas eu quero ver ela, ainda hoje. - Uma das meninas disse sobre uma criança, esta tudo bem? - Sim, ele está bem. - Se precisar sabe onde me achar - Saio da sala, mesmo antes de chegar no quarto de Nathan escutou a gritaria e ando o mais rápido que posso, entro no quarto ele está em um canto, com as mãos no ouvido, gritando, se debatendo e chorando, ignorando o braço machucado. - Eu quero a minha mãe! - Eu vejo minha mãe tentar se aproximar junto com uma das enfermeiras e Nathan se esquivar. - Ela precisa de mim, você não podem fazer isso comigo, ela e minha mãe, eu quero ela! - Querido ela está aqui – Eu me aproximo, Nathan me vê e se levanta. - Me leva até ela tio William, elas não querem me deixar ver minha mãe – Eu me abaixo. - Nathan precisa se acalmar, seu braço... - Eu quero a minha mãe, você tem que me levar até ela, não quero ficar longe dela de novo – Eu seguro ele pelos ombros. - Ela vai ficar bem – Ele tenta se afastar e eu o seguro. - Fica calmo e volta para cama. - Não quero, eu quero ver ela, ela não pode me deixar tio William, eu amo minha mãe, ela não pode me deixar! - Eu sei, tá bom? - Ele se debate e eu o puxo, imobilizando o braço dele e me sentando no chão, o apertando para que ele pare com aquilo. - Para, por favor, para, eu estou aqui e logo ela vai voltar. - Eu quero ela. - Por favor, não faz isso – Eu seguro as pernas dele. - Para Nathan, vai se machucar! - Eu quero a minha mãe, não podem me tirar dela. - Ninguém está tirando ela. - Me solta – Ele bate com a mão no meu peito e eu o seguro. - Me deixa ir, você é meu amigo! - Eu sei, estou aqui com você – Vejo o médico que o atendeu se aproximar, segurando uma bandeja. - O que foi? - Podemos acalmá-lo? Ele pode se machucar – Balanço a cabeça. - Não vão fazer nada com ele, ele vai se acalmar sozinho, não vão enfiar nada nele – Eu ralho. - Me solta! - Eu não vou te soltar Nathan, você vai se acalmar, eu não vou sair daqui e não vou te soltar, se está nervoso se acalme, leve o tempo que for – Ergo o meu olhar. - Eu não vou sair daqui, não vou soltar você até se acalmar, eu estou aqui, estou com você, cabeludo – Ele aperta meu braço. - Eu sei que é assustador isso, eu também estou assustado, mas não podemos ficar nervosos assim, você tem que se acalmar, garoto – Eu ergo a mão e acariciou o cabelo dele. - Eu sei que você quer a sua mãe. - Você não entende, ela precisa de mim, ela precisa de você, tio William, ela está sozinha lá fora e precisa da gente. Você sempre ajuda ela. - Nathan... - Ela precisa de mim, eu sinto isso no meu coração tio William, está doendo, doendo muito! - Para Nathan, por favor, eu não vou aguentar se não me ajudar, só para Nathan, me ajuda com isso - Ele para de se mexer, mas ainda chora e eu o seguro ainda. - Isso, fica calmo, tudo vai ficar bem. - Ela tem que estar aqui para tudo ficar bem. - Eu sei disso.
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